menu de acessibilidade
TAMANHO DA FONTE

Aula Show apresenta a farinha de Bragança, destaque na cultura e na alimentação amazônicas

Voltado para proporcionar experiências no âmbito cultural, sensorial e principalmente alimentar, o Espaço Paneiro, localizado na orla da Universidade Federal do Pará, reuniu, ao longo da realização da 76ª Reunião Anual da SBPC, atividades voltadas para a apreciação da cultura paraense por meio da culinária. Muito além das 40 barracas – que expõem nosso inventário diverso de comidas típicas e regionais -,  o espaço abrange, ainda, a realização de apresentações culturais, oficinas e muitas outras atividades. 

Uma delas, realizada no quarto dia de atividades da SBPC na UFPA, foi a Aula Show “Farinha de Bragança: alimento, vida e cultura de um povo, apresentada pelo chef de cozinha Alessandro Oliveira. Exibindo um dos principais alimentos da culinária paraense e regional: a farinha de mandioca de Bragança, a aula show apresentou duas receitas utilizando o alimento como protagonista do prato: caribé de peixe e cuscuz de farinha. 

“Esta é uma oportunidade de mostrar o potencial que um alimento pode ter. Nós estamos acostumados a ver a farinha apenas como acompanhamento, mas existem muitas receitas que podem ser desenvolvidas com este alimento não só como acompanhamento, mas também como prato principal, Nosso objetivo é, justamente, mostrar essa pluralidade”, explicou Alessandro Oliveira. 

Desenvolvida em um ambiente descontraído e, ao mesmo tempo, informativo, a aula show levou para o público o passo a passo para o preparo das receitas, além de informações, dados e curiosidades sobre o processo de produção da farinha de mandioca de Bragança, reconhecida pelo seu sabor e pela crocância singulares. 

Fotografia close do chef Alessandro Oliveira durante a aula show. Ele usa um microfone headset acoplado a sua cabeça e segura uma vasilha de inox com a mão direita.

“A farinha, além de ser um alimento fundamental e essencial na vida do bragantino e do povo paraense, ela é cultura, porque carrega crenças e tradições familiares de muitos anos. Mas, principalmente, ela é vida! Existem famílias paraenses/bragantinas que, ainda hoje, têm a farinha como principal alimento dentro de suas casas. Trazer essa iguaria para um evento como a SBPC é uma oportunidade de mostrar a importância da farinha de mandioca para a população e cultura paraenses e bragantinas”, ressalta o chef de cozinha. 

Ao longo da atividade, também foram feitas perguntas, entrega de brindes e provas das comidas. Para Cleidiane Viana, servidora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia que veio acompanhar alunos bolsistas da instituição, participar da aula show foi uma experiência única.

“Eu gosto muito de farinha, mas, na Bahia, de onde eu sou, nós consumimos uma farinha diferente, mais fina. Quando cheguei aqui, no Pará, fiquei encantada com a farinha local e não poderia perder esta oportunidade. Saber mais sobre o alimento, sobre a sua versatilidade e que dá até para fazer cuscuz com ele, com certeza é algo único que vou levar de volta para o meu estado “, comenta a servidora. 

Fotografia posada de duas mulheres presentes na plateia da aula show. As duas sorriem para a foto.

Ancestralidade e Alimentação – O caribé é um prato tipicamente paraense, carregado de saberes ancestrais indígenas, passados de geração em geração, que se perpetuam até hoje. Conhecido por sua crença curativa, pelo seu custo-benefício e pela sua praticidade, ele está presente no dia a dia de milhares de famílias paraenses, podendo ser consumido com ou sem uma proteína específica, embora, popularmente, seja consumido com peixes da região, como a gurijuba – utilizado na aula show.

Já o cuscuz de farinha mescla duas tradições em um único alimento: africana e indígena. Tradicionalmente feito com flocos de milho, o cuscuz é conhecido em todo o território brasileiro, é preparado de diversas formas, com ingredientes diferentes, seja ele doce, seja salgado. Na atividade, os flocos de milho foram substituídos pela farinha de mandioca de Bragança, e o acompanhamento ficou a critério do cozinheiro, podendo utilizar caranguejo, peixes e mexilhões, por exemplo.

TEXTO: Isabelly Risuenho - Comissão Local de Comunicação da 76ª da Reunião Anual da SBPC

FOTOS: Elza Lima

Relação com os ODS da ONU:

ODS 2 - Fome Zero e Agricultura Sustentável

Leia também

Compartilhe

Facebook
Twitter
LinkedIn
Telegram
WhatsApp
Email
Print
Pular para o conteúdo