O Museu da UFPA está de portas abertas para quem desejar visitar a Exposição “Casas de Arquitetos – Um passeio imersivo do habitar moderno luso-brasileiro”, que busca mostrar, entre a Amazônia Legal e Lisboa, manifestações arquitetônicas do ato de projetar arquiteturas modernas como suas residências próprias, no período dos anos 1950-1980. Interessadas(os) podem visitar a exposição até o dia 25 de janeiro de 2025, de terça a sexta-feira, das 10h às 18h. A entrada é gratuita.
Organizadora e curadora da exposição, a professora Márcia Nunes explica que o objetivo do evento é abordar o habitar moderno, dentro dos territórios da Amazônia Legal e de Lisboa, das residências próprias como moradias familiares das(os) principais arquitetas(os) que estejam nesse eixo Amazônia-Lisboa.
“Esta exposição no Museu da UFPA é uma oportunidade bem interessante para a população, pois permite um olhar mais profundo sobre esse importante estilo arquitetônico que foi a arquitetura modernista. A arquitetura moderna, com suas formas inovadoras e funcionalidade, reflete as transformações sociais e culturais de sua época. Infelizmente, muitas vezes é pouco valorizada, o que torna ainda mais relevantes iniciativas como esta exposição, que busca aumentar a conscientização e o entendimento do público sobre sua importância e impacto no cenário urbano e cultural”, diz Raul Carvalho, servidor do Museu da UFPA.
Márcia explica, ainda, que, em particular, na cidade de Belém, existem alunos que assistiram às aulas com grandes arquitetos da cidade, como Alcyr Meira, Camilo Porto de Oliveira e Jorge Derenji, o que acaba sendo, como diz a professora, “uma honra” observar o ato de projetar e a dimensão que davam naquela época (entre 1950 e 80) para aquele habitar novo e moderno. Ao todo, foram trabalhadas(os) oito arquitetas(os) das seguintes localidades: Amazonas, Roraima, Pará, Maranhão e Lisboa (Portugal).
No Amazonas, Marcos Cereto foi responsável pelo arquiteto Severiano Porto de Oliveira; em Roraima, a professora Graciete Costa foi responsável pela arquiteta Maria Perpétua; no Pará, a professora Márcia Nunes foi responsável por Alcyr Meira e Camilo Porto de Oliveira; no Maranhão, responsável pela casa de Cleon Furtado está a professora Grete Pfizer; no Maranhão, a professora Lucia Nascimento falou sobre o arquiteto Abelardo Nascimento; e em Lisboa, o professor Hugo Farias, coordenador da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, falou sobre Francisco Conceição Silva. A pesquisa também contou com uma parceria interuniversitária com o Grupo de pesquisa ACASA, da Universidade da Amazônia.
A exposição conta com interatividade em realidade virtual nas casas, por meio da qual as pessoas que visitam a exposição podem “adentrar” os espaços utilizando o celular e óculos de realidade virtual, possibilitando passear pelo interior das residências. No total, são 19 painéis das casas e oito óculos imersivos disponíveis para utilização, que permitem compreender um pouco mais os materiais específicos de cada local, formando uma “gramática” de arquitetura única por conta das técnicas e dos materiais utilizados.