Um pó que agiliza uma reação. Catalisadores são substâncias químicas usadas em industrias e laboratórios, para a geração de insumos e produtos vitais em nosso dia a dia. Mas que tal produzir um a partir do “lixo”? É a proposta do Laboratório de Óleos da Amazônia ligado ao Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá (PCT-Guamá) e à Universidade Federal do Pará (UFPA).
Os pesquisadores usam rejeitos da indústria mineral que “sobram” durante o beneficiamento de caulim, um material que costuma ser acumulado em bacias de sedimentação e que representam sempre um risco ao meio ambiente, pois, durante chuvas intensas pode escoar e, eventualmente, atingir igarapés e rios próximos.
“Pegamos o rejeito que é armazenado nas bacias e transformamos em catalisadores, que são substâncias com propriedades químicas que ajudam a acelerar/ou promover várias reações, que, por sua vez, estão presentes no nosso dia a dia, para gerar produtos com valor agregado. Além de gerar riquezas e novos produtos, estamos pensando na diminuição do passivo ambiental que o armazenamento destes rejeitos representa”, detalha Luís Adriano, pesquisador do Instituto de Ciências Biológicas da UFPA (ICB).
Os catalisadores são utilizados em diversos processos industriais, desde a obtenção de medicamentos, cosméticos, polímeros, aromas, até combustíveis e seus derivados. “No nosso caso, tivemos êxito utilizando-o para transformar um rejeito do processo de refino de óleo de palma em Biodiesel. Ou seja, utilizamos dois ‘lixos’ para produzir biocombustível. Mas também já estamos testando esses catalisadores em reações para obter substâncias de interesse cosmético”, anuncia o pesquisador da UFPA.
Texto: Glauce Monteiro – Assessoria de Comunicação da UFPA
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