UFPA oferta curso de Especialização em Cultura Oceânica e Sustentabilidade para professores

Considerada de fundamental importância para a vida no planeta, a promoção da sustentabilidade oceânica foi escolhida como um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas, em 2012, no Rio de Janeiro. Esse apelo, que se estende ao mundo inteiro como uma mensagem para reduzir as desigualdades sociais e econômicas, assegurar a paz e estabelecer um progresso menos predador e mais consciente, joga luz sobre a importância dessas discussões na área da educação. Essas diretrizes  nortearam a criação do curso de Especialização em Cultura Oceânica e Sustentabilidade, que vai ser ofertado na Universidade Federal do Pará (UFPA), em 2025.

De acordo com Jussara Moretto Martinelli Lemos, diretora-geral do Núcleo de Ecologia Aquática e Pesca da Amazônia (NEAP-UFPA), a iniciativa representa um marco na formação dos docentes, que devem atuar diretamente, no dia a dia, com as informações sobre os cuidados com os ecossistemas marinhos. “A oferta do curso em municípios do interior do Pará promoverá a ampliação da discussão sobre cultura oceânica e melhoria na formação de professores da educação básica, c om respeito à relação indissociada entre a Amazônia verde, a Amazônia azul e as mudanças climáticas. Os professores aprofundarão esses conceitos relacionando-os às disciplinas em seus espaços de atuação, além de produzirem material didático a ser disponibilizado gratuitamente”, explica Jussara.

O curso foi criado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior(Capes), via Universidade Aberta do Brasil (UAB). Ao todo, serão 1.050 vagas para professores graduados da rede pública de educação básica atuantes em salas de aula, nos ensinos fundamental e médio. A carga horária total é de 360 horas, distribuídas ao longo de três semestres, e as aulas vão acontecer em sete instituições de ensino superior do Brasil: as Universidades Federais do Pará (UFPA), de Alagoas (UFAL), de Pernambuco (UFPE), do Rio Grande (FURG), de Santa Catarina (UFSC) e de São Paulo (Unifesp), além da Estadual do Ceará (UECE). São parceiros da iniciativa o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura ( Unesco ). 

Segundo a Capes, a Educação é uma das quatro dimensões de ações previstas para o enfrentamento às mudanças climáticas pelo aperfeiçoamento do conhecimento das relações das pessoas com o oceano. E isso deve começar desde cedo, com as crianças, daí a importância da formação dos professores na área. Para o professor Ronaldo Christofoletti, presidente do Grupo Mundial de Especialistas em Cultura Oceânica, da Unesco, “o envolvimento de diferentes atores sociais nas questões oceânicas é essencial para a sustentabilidade marinha. Os professores têm papel fundamental nesse processo porque serão multiplicadores, atuando dentro e fora da sala de aula, fazendo atividades, estimulando os estudantes a participar. Para que esse trabalho dê frutos, eles precisam de uma formação de qualidade, a exemplo do curso de especialização ofertado nas universidades”, destaca Christofoletti, que também é coordenador do Programa Maré de Ciência, da Unifesp.

No Pará, o curso será implementado em cinco municípios: Ananindeua, Barcarena, Breves, Bragança e Salinópolis. O período das aulas será de agosto de 2025 a dezembro de 2026 (18 meses), com 30 vagas disponibilizadas em cada município. O edital para seleção está previsto para maio/junho do ano que vem, ressaltando que haverá prioridade para professores da educação básica que estejam em regência em qualquer disciplina. Segundo Jussara Lemos, do NEAP, o curso será presencial nos polos UAB de cada município, com atividades a distância, por meio de plataforma.

FOTOS: Fernando Frazão/Agência Brasil

Relação com os ODS da ONU:

ODS 4 - Educação de QualidadeODS 14 - Vida na Água

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