O ambiente de trabalho costuma ser um local de aprendizagem diária, onde os indivíduos vivem experiências e aprimoram suas habilidades para lidar com os diversos desafios do dia a dia. Mas como saber se esse ambiente oferece suporte adequado para o crescimento dos profissionais? Essa foi a pergunta levantada por Priscila Oliveira em sua dissertação de mestrado, realizada no Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará (UFPA), orientada pelos professores Ponciana Aguiar e Carlos André Mattos. A pesquisa rendeu, também, um artigo apresentado em outubro de 2017 no Congresso Internacional do Secretariado.

A pesquisadora buscou analisar a aprendizagem informal dos secretários executivos da UFPA a partir do incentivo dado por colegas e chefias no desenvolvimento das atividades de trabalho cotidianas, como elaboração de documentos, ações institucionais e assessoramento às chefias, entre outros. Esse tipo de aprendizagem, segundo Priscila, ocorre durante a rotina de trabalho, nas interações entre as pessoas, ao acessar um novo sistema, etc. Ela avaliou e identificou os fatores que influenciam na aprendizagem informal e as diferentes percepções dos servidores sobre esse processo.

Segundo ela, essas atividades “costumam ser realizadas por conta própria, sem critérios impostos externamente. Trata-se de um processo em constante renovação, por meio da troca de experiências e construção e compartilhamento coletivos”. A pesquisadora também esclarece que a aprendizagem informal é uma forma de aumentar o fluxo de informações na instituição, colaborando com a gestão e promovendo práticas inovadoras para contribuir com o desenvolvimento organizacional.

Raul Paes, secretário executivo e participante da pesquisa de Priscila, ressalta que a iniciativa da pesquisadora pode gerar novas ações para desenvolvimento de modelos de trabalho mais eficientes para a Universidade. Os próprios secretários já desenvolvem estudos, como o de Priscila, e reúnem-se com o objetivo de trocar ideias e conhecimentos sobre as atividades e carreira no ramo, mas Raul e Priscila concordam que outras alternativas ainda podem ser exploradas pela instituição.

Pesquisa e resultados – A avaliação dos secretários sobre a aprendizagem informal foi dividida em três grupos: “Bom Suporte”, “Suporte Ruim” e “Suporte Nulo”. Os resultados indicaram que 41,82% da amostra revelaram-se insatisfeitos com o suporte que recebem, o que revela um alto índice de descontentamento dos servidores sob esse aspecto.

Soluções – Priscila Oliveira observou, por meio da pesquisa, que a aprendizagem informal está presente no cotidiano organizacional, mas ainda ocorre com certo déficit sob determinados aspectos observados ao longo do estudo. Para aprimorar a aprendizagem informal na Instituição a pesquisadora sugere que sejam promovidos debates e discussões que auxiliem e promovam a conscientização dos diversos profissionais da Universidade para que adotem posturas de incentivo. Além disso, Raul Paes destaca o papel dos próprios servidores: “tirar dúvidas com o nosso grupo de secretários executivos, fazer consultas sobre procedimentos a outros setores, construir e ampliar rede de contatos entre setores, questionar bastante e sugerir alternativas para melhor eficiência no trabalho.”

Texto: Mariana Vieira – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Alexandre de Moraes