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TAMANHO DA FONTE

CRF-UFPA sinaliza os novos desafios da regularização fundiária em Serra do Navio no Amapá

"CAPA

Registrar as terras repassadas pela Superintendência do Patrimônio da União (SPU) no Cartório de Registro Públicos e Notas Maria Izabel, em Serra do Navio, realizar o debate na Câmara de Vereadores da cidade sobre o projeto de lei estabelecendo os procedimentos, direitos e deveres da regularização fundiária, obter o licenciamento ambiental do Projeto e registrar a planta de parcelamento do solo do distrito sede no cartório para viabilizar as titulações das primeiras famílias beneficiadas do Projeto de Regularização Fundiária e Cidadania: Valorização Histórica, Urbanística e Ambiental de Serra do Navio. “ Em 2018, estes são os desafios colocados para a continuidade da regularização no município”, informa Maria do Carmo Silva, coordenadora do Projeto, conforme documento encaminhado no último dia 5 de fevereiro de 2018 pela Comissão de Regularização da Universidade Federal do Pará (CRF-UFPA) ao Grupo de Trabalho Municipal de Serra do Navio (GTM-SN). Somente após o registro da área em nome do município é que estas etapas serão executadas, assinala a coordenadora.

O Projeto é fruto de uma parceria firmada pela UFPA, em agosto de 2014, com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Prefeitura de Serra do Navio, além da participação da SPU e do apoio da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp).   Previsto para terminar no primeiro semestre de 2018, o projeto desenvolveu estudos, pesquisas e trabalhos técnicos que resultaram na doação da área ao poder público municipal para possibilitar a titulação dos imóveis em nome dos moradores, conforme determina a legislação brasileira. “Cumprimos grande parte do plano de trabalho firmado entre as instituições e a comunidade serrana”, explica Maria do Carmo.

"TRANSPARÊNCIATransferência – A coordenadora recorda que, após os estudos necessários, em 20 de dezembro de 2016, a SPU, na sede do Iphan-Amapá, assinou a transferência dos 312 hectares para Serra do Navio, dando continuidade ao projeto, que tem o objetivo de regularizar o aceso à terra e garantir o direito à moradia com segurança jurídica para os moradores, assim como a valorização do patrimônio histórico tombado para o desenvolvimento social e econômico da cidade.

Nestes quatro anos, foram realizadas, ainda, a sensibilização e a mobilização da comunidade para explicar o projeto e efetuou-se uma análise técnica e institucional dos instrumentos para consolidar a parceria entre os entes federativos. Foram eleitos pela comunidade os membros do Grupo de Trabalho Municipal (GTM), nomeados pelo poder público por portaria e composto por representantes dos poderes Executivo e Legislativo municipais, do setor privado, e da sociedade civil. O GTM faze a interlocução entre a Comissão, o Iphan e a sociedade local.

"COMUNITÁRIAComunitárias – Foram implementados, neste período, um plano de ação e de mobilização social junto à comunidade e consolidada a elaboração da planta planialtimétrica cadastral, além das inúmeras reuniões ocorridas no Ginásio de Esportes da cidade, na Câmara de Vereadores e no Fundo Municipal de Desenvolvimento (FMDC). Foi realizado o treinamento dos estagiários, que coletaram os dados da comunidade, resultando no perfil socioeconômico dos moradores. Este estudo apontou as primeiras famílias beneficiadas com a gratuidade das casas e estimulou o recolhimento documental dos moradores. “ Foi feito o treinamento dos servidores serranos que atuarão na gestão dos processos de regularização nas diversas secretarias da prefeitura”, recorda a coordenadora.

Maria do Carmo ressalva, porém, que em relação aos procedimentos do registro das terras no cartório de Serra do Navio, em 2017 algumas dificuldades já foram superadas administrativamente, o que é muito comum no ato de executar a política pública de regularização pelos desafios estruturantes na Amazônia Legal. “No entanto, o procedimento de registro das terras junto ao cartório tem um custo a ser pago pela Prefeitura e é a principal pendência para a efetivação da doação e o prosseguimento da regularização”, pondera.

"GESTORESGestores – De acordo com o secretário de Planejamento e Finanças de Serra do Navio, João Gerson Cardoso, em consonância com o prefeito municipal, Elson Belo Lobato, até o próximo dia 10 de fevereiro será feito o pagamento dos valores para o registro das terras no cartório local, consolidando mais uma etapa do projeto que permitirá  a continuidade dos trabalhos de regularização,  envolvendo, ainda, o debate sobre o projeto de lei na Câmara Municipal de Vereadores, o licenciamento ambiental do projeto de regularização e a titulação das primeiras famílias beneficiadas.

Texto e fotos: Kid Reis

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