Como reduzir os efeitos negativos da ingestão de álcool? Uma dúvida, que assola quem costuma beber com amigos ou aproveitar os famosos “churrascos de família”, pode estar mais perto de uma resposta, graças a uma pesquisa da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Os pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas da UFPA (ICB) analisaram como treinamentos físicos podem minimizar os danos causados pelo consumo episódico de etanol, ou seja, como exercitar-se pode reduzir os problemas trazidos pelo consumo de álcool. O estudo já foi premiado em congressos de toxicologia.

“O padrão de consumo de bebidas alcoólicas que mais cresce hoje é o chamado ‘binge’, ou seja, o consumo intenso, mas esporádico de álcool. Analisamos, por meio da experimentação animal, como o treinamento físico aeróbico concomitante ao consumo de álcool se relacionam”, explica o professor Rafael Lima, coordenador do Laboratório de Biologia Estrutural e Funcional, onde ele e as professoras Dinair Pamplona e Katia Lamarão realizam os estudos.

Dinair Pamplona analisa os efeitos do álcool em relação à memória e à aprendizagem, enquanto Katia Lamarão se volta para as pesquisas em relação aos efeitos do álcool junto ao sistema motor. A pesquisa é realizada com ratos de laboratório que consomem álcool e, em seguida, são induzidos a exercitar-se.

“Encontramos resultados que indicam que o treinamento físico consegue reduzir os danos que o álcool condiciona na memória e coordenação motora. Assim como elucidamos alguns mecanismos de como o treinamento físico minimiza danos de estresse oxidativo, danos de comunicação sináptica (ou seja, entre as células cerebrais) e de morte destas células (neurônicas) promovidos pelo consumo do etanol”, resumem os pesquisadores da UFPA.

Texto: Glauce Monteiro – Assessoria de Comunicação da UFPA
Foto: Reprodução / Google