Na última semana, a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Manuela Mirella, acompanhada de outras(os) representantes estudantis, foi recebida pelo reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Emmanuel Zagury Tourinho. O grupo conheceu os espaços da instituição e propôs a realização do 2º Encontro dos Estudantes da Amazônia no Campus Guamá. A ideia é que as(os) estudantes possam começar a se engajar em debates acerca de temas que serão pautas da COP 30 (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), como a crise climática, sustentabilidade, biocombustíveis e o papel das universidades amazônicas no desenvolvimento da Ciência e Tecnologia produzidas na região.
Criado em 2021, o Encontro dos Estudantes da Amazônia tem o objetivo de proporcionar um espaço para que os estudantes possam debater temas de interesse para a região, dando voz, principalmente, àqueles que vivem e fazem Ciência na Amazônia. Em sua primeira edição, realizada no estado do Maranhão, o evento teve como foco o desenvolvimento sustentável e a proteção do bioma amazônico. Agora a proposta é pensar sobre a Ciência e a Tecnologia de que a região precisa e a Universidade de que o Brasil precisa.
“O Brasil vem tendo um protagonismo no debate mundial de pautas que são muito caras pra gente, como sustentabilidade, biocombustíveis, hidrogênio verde, transição energética etc.
Mas não adianta falar sobre isso se o estado não nos proporcionar uma qualidade na Educação, Ciência e Tecnologia. Se a gente tem um projeto que não está conectado a esses interesses, não é um projeto que nos serve”, comentou a presidenta da UNE, Manuela Mirella.
Por ser um espaço que promove o protagonismo dos estudantes amazônicos, o encontro também permite que a Cultura e a Arte desenvolvidas aqui possam ser propagadas para o restante do país, corrigindo a invisibilidade que, muitas vezes, restringe o acesso das produções desenvolvidas no Norte do país. “O Encontro de Estudantes da Amazônia vem para que, além de podermos fazer um debate ambiental, a gente também possa falar sobre os povos que vivem na região e suas culturas”, completou Gabriela Silveira, diretora da UNE.
Apoiador da ideia de a UFPA receber o encontro, o reitor Emmanuel Zagury Tourinho ressaltou o papel que a Instituição espera ter na construção de uma proposta coletiva liderada por pessoas da própria Amazônia. “O que nós, como universidade, podemos ter como legado da COP é o fortalecimento do diálogo científico em sua interação com as das lutas dos povos da Amazônia, em favor do desenvolvimento social da região”.
Para tanto, a programação do 2º Encontro dos Estudantes da Amazônia deve ter como foco alguns debates de grandes temas que facilitem uma aproximação entre a sociedade e o movimento estudantil, além da apresentação de trabalhos para que todos possam conhecer um pouco do que é produzido dentro dos muros da Universidade.
“A ideia é que a gente tenha um espaço maior para a apresentação de trabalhos, para que os estudantes possam dizer que tipo de Ciência, Tecnologia e universidade o Norte do Brasil tem produzido. Queremos chamar a atenção do Brasil para a Região Norte e para a produção científica que tem sido desenvolvida aqui”, completou a representante estudantil Ellana Silva. Após essa primeira conversa, o próximo passo da organização é definir as datas para o evento. A expectativa é que o encontro possa ser realizado no mês de novembro de 2024.
