A fim de apresentar ao público formas viáveis de utilizar matérias-primas da Região Amazônica na produção de cosméticos comuns do dia a dia, a programação da SBPC Jovem teve, nesta terça-feira,  o workshop “A Utilização de Matéria-Prima Amazônica no Âmbito da Cosmetologia Sustentável: oficina de shampoo”. A SBPC Jovem busca incentivar o contato entre professores e estudantes do ensino fundamental, médio e técnico, por meio do conhecimento com a ciência, tecnologia e inovação, o que, nesta oficina, resultou na produção de um shampoo ecológico.

“A ideia de fazer um shampoo sustentável usando a biodiversidade amazônica surgiu durante as nossas próprias pesquisas. A princípio, a gente estava usando extrato amazônico para fazer nas nossas oficinas e foi uma estratégia de valorizar o que a gente tem na Amazônia. Quando apareceu a SBPC, foi uma grande oportunidade de dar um retorno dos nossos estudos e, então, surgiu a possibilidade, a gente discutiu bastante o que iríamos apresentar e nós tivemos a ideia de trazer a oficina de shampoo para a SBPC, porque a gente acredita que é interessante mostrar para a sociedade como se produz cosméticos”, explica a professora da Faculdade de Farmácia (Facfar) da UFPA Maria Fani Dolabela.

Durante a realização da oficina, os participantes tiveram a oportunidade de aprender as fórmulas químicas utilizadas na elaboração do produto e manipular os materiais com o auxílio dos próprios estudantes que são integrantes do PET-Farmácia da Universidade.O cosmético sustentável é completamente produzido apenas com plantas, não resseca os cabelos e pode ser utilizado em texturas capilares que não são consideradas secas nem oleosas. 

PET-Farmácia UFPA – O Programa de Educação Tutorial em Farmácia é promovido pelo Ministério da Educação (MEC) e possui o total de uma tutora e 18 alunos vinculados da UFPA, sendo 12 bolsistas e 6 voluntários. Nos projetos de ensino, pesquisa e extensão, os estudantes também aprendem a prática dos primeiros socorros, a aplicação de injetáveis, o uso racional dos medicamentos, além de participarem da programação da “Quinta do Farmacêutico”, que tem o objetivo de apresentar o cotidiano e as funções da profissão para a sociedade.

Segundo a professora Maria Fani Dolabela, os alunos são livres para serem os protagonistas responsáveis por suas próprias pesquisas. “Cada aluno tem o seu projeto de pesquisa, em que a gente trabalha a valorização da biodiversidade amazônica. Então, eles desenvolvem os projetos de pesquisa envolvendo as plantas medicinais amazônicas. Eles fazem estudos químicos, eles avaliam a toxicidade das plantas, eles avaliam as atividades biológicas e podem até mesmo chegar a um produto, como o shampoo sustentável”, explica Fani Dolabela.