Em diálogo constante entre as ciências da arte e os demais saberes, a 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) apresenta ao público uma extensa e diversa programação artística, a SBPC Cultural. Além do Campus Guamá da Universidade Federal do Pará (UFPA), a programação também se estende aos espaços do histórico Theatro da Paz e da Galeria Theodoro Braga, da Fundação Cultural do Pará (FCP). 

Coordenador da SBPC Cultural e pró-reitor de Extensão da UFPA, o professor Nelson Sousa Junior aponta que a programação cultural da 76ª Reunião Anual foi pensada de modo a contemplar a produção artística desenvolvida pelas próprias unidades da Universidade que lidam diretamente com a arte e a cultura. 

Neste caso, estão envolvidos na programação o Instituto de Ciências da Arte da UFPA (ICA/UFPA) e suas subunidades:  a Faculdade de Artes Visuais (FAV), a Faculdade de Dança (Fadan), a Faculdade de Música (Famus), a Escola de Teatro e Dança (ETDUFPA) e o Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGARTES). “Nós conseguimos reunir as principais lideranças dessas unidades, com as suas subunidades, e geramos uma programação que apresenta aspectos importantes e relevantes do que a UFPA produz”, aponta o professor. “A intenção é estabelecermos na SBPC um diálogo mais aberto com os artistas e fazedores de cultura do Brasil, da Região Amazônica e, mais centralmente, do estado do Pará e das mesorregiões próximas daqui, do Campus de Belém”. 

Sem perder de foco o tema geral da 76ª Reunião Anual – “Ciência para um futuro sustentável e inclusivo: por um novo contrato social com a natureza”, a programação pensada para a SBPC Cultural busca apresentar a arte e a cultura como possibilitadoras de reflexão sobre o conhecimento científico, sobre o social e sobre a própria natureza. 

Diretora-geral do Instituto de Ciências da Artes da UFPA (ICA) e membro da coordenação da SBPC Cultural, a professora Isis de Melo Molinari Antunes destaca que a programação é ampla e voltada para um olhar sobre a arte como conhecimento, portanto um fazer científico. “Tem muita coisa interessante para a comunidade acadêmica e externa participar e para percebermos a arte num contexto mais ampliado, que não só numa espetacularização, mas também em um contexto de cognição sensível e de geração de conhecimento propriamente dito”, reforça. “Para o ICA e para a EMUFPA, arte é conhecimento científico. Nós estamos na SBPC Cultural para fazer arte/ciência e uma ciência que também pode ser visual, auditiva e em movimento”. 

Para concretizar essa ideia, a programação foi pensada com base em quatro nichos principais: a Tenda Cultural, o Theatro da Paz, a Galeria Theodoro Braga e os Roteiros Geoturísticos. 

Tenda Cultural – Na Tenda Cultural, até o dia 13 de julho, a programação será distribuída em quatro espaços bem delimitados e, ao mesmo tempo, relacionados. No período das 9h às 11h, o espaço ‘Gira’ é voltado para rodas de conversa com pesquisadores da UFPA e de outras instituições das áreas da arte, da cultura e de preservação do patrimônio material e imaterial, com os artistas e fazedores de cultura, em um encontro de saberes entre as ciências da arte e os múltiplos saberes. Os temas debatidos a cada dia são “Acolhimento, acessibilidade e inclusão nas correntezas da arte (arte, cultura e inclusão)”, “Na reponta das marés: arte, cultura e sustentabilidade”, “Confluências amazônicas: arte, cultura e pluriversalidades”, “Caminho de rio, rastro de cobra: arte, cultura e ciência” e “Os remansos nas dobras da arte e da cultura para a construção do futuro”.

No palco montado dentro da tenda, o espaço ‘Encruzilhadas de cenas vivas’ contempla, no horário das 11h30 às 13h, apresentações de teatro, dança e música promovidas pela EMUFPA e pelo ICA, com todas as suas subunidades. No período da tarde, das 14h às 17h30, o público pode participar de imersões culturais em diferentes formatos, desde oficinas, rodas de conversas até  intervenções artísticas.

Diariamente, das 14h às 17h30, também há mostras de cinema e audiovisual no espaço intitulado “Caixa Preta (sala de exibição)”, em uma atividade coordenada pela Faculdade de Artes Visuais, especificamente pelos cursos de Cinema e Audiovisual e Produção Multimídia,  além de mostras audiovisuais da Faculdade de Dança.

Ainda na Tenda Cultural, de frente para a orla do Campus Guamá, o público pode conferir um espaço especialmente voltado para exposições. Ao todo, são 7 mostras, que ocorrem simultaneamente e abordam temas variados. São elas, a Exposição de Figurinos, da Escola de Teatro e Dança da UFPA (ETDUFPA)”;  a Exposição do Museu do Auto do Círio; a Exposição coletiva de pintura “O Raio que o Trava”;  a Mostra “Ver o Ofício”;  o Projeto Mordente; a Mostra “Tecidas Ações em Güera” e a “Exposição fotográfica “Memorial Pe. Bruno Sechi: a caminho do Emaús”. 

Em meio a essa diversidade de expressões artísticas, as atividades da Tenda Cultural encerram sempre às 18h, no Campus Guamá, dando vez às atividades previstas para o Theatro da Paz, na Praça da República.

Theatro da Paz – Além de acolher a cerimônia de abertura da 76ª Reunião Anual da SBPC, no dia 7 de julho, o Theatro da Paz também recebe parte da programação cultural do evento durante toda a semana. Até dia 13 de julho, começando sempre às 20h, são realizados espetáculos no Theatro da Paz, em uma programação gratuita, organizada em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura (Secult). 

Hoje, 11 de julho, haverá a apresentação do Coro Carlos Gomes, espetáculo oferecido pela Secult. Amanhã, 12 de julho, a Big Band, da Escola de Música da UFPA, também se apresenta com um repertório variado, que inclui clássicos da música popular paraense e da música popular brasileira. 

Encerrando a programação do Theatro, no sábado, 13 de julho, haverá a apresentação do Grupo Experiência, que encenará o conhecido espetáculo Verde Ver-o-Peso, também em oferecimento da Secult.

Os ingressos são gratuitos e disponibilizados apenas na bilheteria do teatro, sempre a partir das 9h. 

Exposição – Concomitantemente a toda essa programação, desde o dia 5 de julho, o público também pode conferir, na Galeria Theodoro Braga, da Fundação Cultural do Pará (FCP), a Exposição “Aqui Tá Fazendo Calor – diálogos entre acervos”, que reúne dois grandes acervos: o acervo da própria Galeria Theodoro Braga e o da Coleção Amazoniana, vinculada à Galeria de Arte da UFPA (GAU). 

A mostra reúne obras de diferentes linguagens e períodos variados que apresentam o olhar dos artistas sobre questões que estão, de alguma maneira, alinhadas ao tema da 76ª Reunião Anual da SBPC: “Ciência para um Futuro Sustentável e Inclusivo”. As abordagens englobam desde questões de identidade e socioculturais até questões ambientais e políticas.

Roteiro Geoturístico – No mesmo dia da abertura da 76ª Reunião Anual, no domingo, 7 de julho, a SBPC Cultural contemplou uma edição especial dos Roteiros Geoturísticos, projeto de extensão do Grupo de Pesquisa de Geografia do Turismo, da Faculdade de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFPA (GGEOTUR). Na programação, o público pôde conhecer boa parte do núcleo inicial da fundação de Belém, o Complexo Feliz Lusitânia, seguindo até o Ver-o-Peso. A programação se repetiu ontem, 10.  

Inscrições – Algumas atividades da SBPC Cultural demandam inscrição. É o caso das rodas de conversas, as ‘Giras’, que recebem  inscrições no próprio local, no dia de cada programação. Para as demais programações, a diretora-geral do Instituto de Ciências da Artes da UFPA (ICA) e membro da coordenação da SBPC Cultural, professora Isis Molinari, lembra que não é necessário fazer inscrição. “O cinema não precisa de inscrição, as pessoas vão poder entrar livremente, de acordo com a capacidade da sala. Os espetáculos são livres, as mostras de obras de arte são livres, e a gente está esperando um público entusiasmado a vivenciar a arte como conhecimento”. 

Mais informações sobre a programação cultural: https://sbpc.ufpa.br/sbpc-cultural