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TAMANHO DA FONTE

Conferência da SBPC faz uma reflexão sobre a crise humanitária dos povos Yanomami

Os indígenas Yanomami são povos que habitam em uma região montanhosa no norte da Floresta Amazônica e enfrentam graves implicações sociais que impactam a vida nesses territórios, como a desnutrição, a violência e o garimpo ilegal. Para debater essa situação, foi promovida, na manhã desta sexta-feira, 12 de julho, a Conferência “Crise Humanitária dos Povos Yanomami”, no auditório do Programa de Pós-Graduação do Instituto de Tecnologia (PPGITEC), no Campus Profissional da Universidade Federal do Pará.

A pesquisadora Ana Lúcia Pontes, da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fiocruz, explica que a emergência dos povos Yanomami não é uma questão recente e se constituiu como um resultado da ausência de políticas públicas do governo voltadas a esses povos indígenas no Brasil. “Essa situação conhecida hoje como Crise Yanomami, na verdade, não é uma crise que surgiu em 2022, 2023. Ela tem uma série de precedentes que a gente sabia que algo muito grave estava acontecendo no território Yanomami e ações estavam sendo feitas para obrigar o Estado a tomar medidas dentro da DPF”, esclarece a pesquisadora que, durante a conferência, também apresentou um panorama acerca das assistências voltadas aos povos Yanomami, a fragilização das legislações e as ações do Ministério da Saúde que foram realizadas a curto, médio e longo prazos. 

Desnutrição dos Yanomami – Na palestra, também foram destacadas algumas ações essenciais promovidas pela Casa de Saúde Indígena (Casai), responsável por realizar atendimento à saúde aos pacientes indígenas, e foram divulgadas informações sobre o Relatório Missão Yanomami de 2023, disponível no site do governo federal. Mediante essas informações coletadas, a pesquisadora da Fiocruz aponta que um dos maiores desafios encontrados pelos povos Yanomami é a desnutrição crônica.

“O foco grande, como vocês veem na mídia, foi a questão da nutrição da alimentação, porque não havia um protocolo no Brasil para a recuperação nutricional de crianças como instrução grave fora do aumento hospitalar. Na própria Casai, quando a gente chegou, tinham cerca de seis crianças no Programa de Educação Nutricional e, quando nós fizemos um mutirão para pesá-las, saltou para 32 crianças”, lembrou Ana Lúcia Pontes.
Segundo a pesquisadora, essa situação fez com que a equipe passasse, então, a desenvolver um novo protocolo, adaptado para uma unidade ambulatorial. Ao mesmo tempo, foi necessário adaptar a questão da dieta e tentar pensar como isso funcionaria no território Yanomami, uma vez que, até para o preparo da comida, havia a dificuldade de se ter água potável.

TEXTO: Victoria Rodrigues - Comissão Local de Comunicação da 76ª da Reunião Anual da SBPC

FOTOS: Oswaldo Forte

Relação com os ODS da ONU:

ODS 2 - Fome Zero e Agricultura SustentávelODS 3 - Saúde e Bem-EstarODS 6 - Água Potável e SaneamentoODS 16 - Paz, Justiça e Instituições Eficazes

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