A crise climática, um dos maiores desafios do século XXI, está impulsionando debates globais, especialmente com a expectativa crescente para a realização da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que vai ocorrer este ano, em Belém. Nesse contexto, a Universidade Federal do Pará (UFPA) teve um papel de destaque como parceira fundamental no Congresso “As Grandes Florestas e a Luta contra o Aquecimento Global” realizado, na última semana, na Universidade Paris 1 – Panthéon-Sorbonne, na França.
O evento, que contou com o apoio da Prefeitura de Paris, abordou a importância das maiores florestas do planeta – a Amazônia, a da Bacia do Congo, na África, e a Boreal, na Europa – para a mitigação das mudanças climáticas. Especialistas, líderes políticos e representantes de instituições internacionais reforçaram a necessidade urgente de colaboração global para a preservação desses biomas cruciais para o equilíbrio climático da Terra. Representando a UFPA, as(os) professoras(es) Lise Tupiassu (ICJ), José Heder Benatti (ICJ), Rodolpho Bastos (Numa) e Luciano Montag (ICB) apresentaram pesquisas inovadoras desenvolvidas pela comunidade acadêmica da Universidade, que é referência nas discussões sobre a Amazônia.

A participação de pesquisadores da UFPA é uma forma de reafirmar o compromisso da Instituição de fomentar políticas públicas baseadas em evidências científicas e promover o diálogo entre cientistas, povos da floresta e tomadores de decisão.
“A UFPA está na vanguarda das discussões sobre a Amazônia e a nossa participação na COP 30 será crucial para garantir que as vozes da ciência e das comunidades tradicionais sejam ouvidas. Precisamos incluir a justiça climática nas discussões, considerando as particularidades amazônicas e viabilizando o financiamento climático para a região de forma efetiva”, comentou a professora Lise Tupiassu, que coordena a colaboração com a Université Paris 1 – Panthéon Sorbonne há mais de uma década.
Cooperação internacional – De acordo com a presidente da Université Paris 1 – Panthéon Sorbonne, Christine Neau-Leduc, há um interesse em ter o Brasil como parceiro estratégico para a cooperação científica internacional, especialmente em 2025, ano da França no Brasil e do Brasil na França. Para tanto, a universidade francesa já se comprometeu em participar da COP 30, em Belém, ao lado da UFPA.

“As Bacias Amazônica, do Congo e do Mekong, juntas, detêm mais de 80% das florestas tropicais do mundo. Os países que compartilham desafios e objetivos devem unir forças para criar políticas eficazes de proteção”, lembrou a ministra de Meio Ambiente da República Democrática do Congo, Eva Bazaiba, sobre a importância da cooperação Sul-Sul para enfrentar os problemas ambientais globais.
Neste sentido, a colaboração entre a UFPA e a Université Paris 1 – Panthéon Sorbonne vai além de um intercâmbio acadêmico, marcando a inserção internacional do Movimento Ciência e Vozes da Amazônia na COP 30. Recentemente lançado, o movimento pretende se consolidar como uma plataforma essencial para integrar ciência e saberes das comunidades locais na busca por soluções para a crise climática. Ao valorizar as perspectivas das populações tradicionais e cientistas, o movimento se torna também um ponto de convergência para soluções que respeitam as especificidades da Amazônia e das florestas tropicais.
A presença crescente do movimento lançado pela UFPA em fóruns internacionais, como o congresso em Paris, destaca a influência da Universidade nas pautas globais, valorizando as pesquisas e os conhecimentos amazônicos. O objetivo é contribuir para garantir que a Amazônia seja reconhecida não só por sua biodiversidade, mas também por ser um elemento-chave para a mitigação da crise climática, sendo um exemplo de cooperação científica que fortalece a mobilização por políticas de proteção ambiental mais justas e eficazes.