Para destacar o papel das instituições públicas na promoção da sustentabilidade e da educação ambiental em tempos de emergência climática, a Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima (Semma) e com a Embrapa Amazônia Oriental, realizou, no dia 12 de junho, uma atividade coletiva para o plantio de mudas das espécies samaúma (Ceiba pentandra) e pau-brasil (Paubrasilia echinata) em diferentes áreas do Campus Guamá da Universidade. A ação integra a Campanha Junho Verde, organizada, em âmbito nacional, por diversas entidades públicas e privadas.
Instituída pela Política Nacional de Educação Ambiental, a atividade foi articulada pela secretária municipal de Meio Ambiente, Juliana Nobre, junto à professora Maria Ludetana Araújo, líder do Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental da Amazônia (Geamaz/UFPA), e à pesquisadora da Embrapa Noemi Leão. Além de celebrar a Semana Nacional do Meio Ambiente, o plantio marca as mobilizações em torno da COP 30, que será sediada em Belém, em novembro.
A escolha das espécies teve forte apelo simbólico e ambiental, uma vez que a samaúma, conhecida como a rainha da floresta, é uma árvore de grande porte e importância ecológica, por oferecer abrigo a aves e sinalização natural para navegantes dos rios amazônicos; e o pau-brasil, hoje raro na região, é símbolo da história ambiental do país e do desafio da conservação. De acordo com Raquel Borges, assessora de Planejamento e Sustentabilidade da Prefeitura Multicampi da UFPA, a ação de plantio valoriza a biodiversidade, mas também carrega um significado cultural muito forte. “São árvores que contam histórias e nos conectam com o nosso passado e futuro”, destaca Raquel.
A ação contou com a participação do reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva; do prefeito multicampi, Eliomar Azevedo do Carmo; de professores do Instituto de Ciências da Educação (Iced) e do Núcleo de Meio Ambiente (Numa/UFPA), além de representantes da Confederação Brasileira de Remo. O plantio foi realizado com apoio técnico da engenheira florestal Tatiana Castro, que atuou na escolha dos locais adequados e na orientação quanto aos cuidados com as mudas.
“É importante que as árvores sejam plantadas nos espaços corretos, considerando seu porte e as condições do solo. A samaúma, por exemplo, precisa de muito espaço para crescer plenamente”, explica Raquel. Foram plantadas uma muda de samaúma e duas de pau-brasil: uma próxima ao Numa e outra nas imediações do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA).
Educação ambiental como prática constante – A UFPA já desenvolve, há décadas, ações voltadas à preservação de seus espaços verdes, como o histórico Trote Ecológico idealizado pelo professor Camillo Vianna, ainda nos anos 1980. O Junho Verde reforça essa tradição ao colocar a Universidade como um dos espaços estratégicos para a educação ambiental na Amazônia. Segundo Raquel, o projeto deve se estender ao longo do ano, com metas de plantio de árvores em diversos pontos da cidade.
Ao abrir seus espaços para iniciativas colaborativas como esta, a UFPA reforça seu papel como agente ativo na construção de uma cidade mais consciente e preparada para os desafios socioambientais da Amazônia e do mundo.
