A Universidade Federal do Pará (UFPA) acaba de alcançar um marco histórico: foi oficialmente admitida como entidade observadora na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em Belém, de 10 a 21 de novembro de 2025.
A decisão foi comunicada nesta semana pelo secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), após aprovação do Bureau da COP. Com isso, a UFPA passa a integrar o seleto grupo de instituições que tem acesso direto à Zona Azul – o espaço mais estratégico da Conferência –, podendo acompanhar negociações, participar de reuniões e dialogar com líderes mundiais sobre os rumos da política climática global.
Trata-se de uma conquista inédita para a Amazônia: a UFPA é a primeira universidade amazônica a obter esse status. No Brasil, até hoje, apenas uma única universidade federal (UFRJ, por meio da Coppe) detinha, anteriormente, essa condição. A admissão da UFPA reforça o protagonismo da ciência amazônica e a centralidade da região nas respostas à crise climática.
“Esta conquista é fruto de um esforço coletivo e de um compromisso institucional com a ciência, com a ética e com o diálogo intercultural. A UFPA chega à COP 30 com a responsabilidade de representar não apenas a academia, mas também os povos da floresta, as juventudes amazônidas e todos aqueles que resistem diariamente às múltiplas ameaças que pairam sobre nossa região. Estaremos lá com humildade, mas também com firmeza, para contribuir com propostas que unam conhecimento científico e sabedoria ancestral em prol de um futuro comum”, ressalta o reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva.
Mais do que um reconhecimento institucional, o status de observadora assegura à UFPA participação ativa e permanente nas COPs – incluindo esta e as futuras edições – e fortalece o compromisso da universidade com a transparência das negociações climáticas. Embora não tenha direito a voto, a presença da UFPA permitirá acompanhar de perto as deliberações oficiais e contribuir com posicionamentos que articulem ciência, justiça climática e saberes das populações da Amazônia.
A decisão é fruto de um processo criterioso de candidatura iniciado ainda em 2024, com a apresentação de documentação e justificativas em consonância com os critérios da UNFCCC. Agora, com o reconhecimento internacional, a UFPA reafirma seu papel como porta-voz legítima da Amazônia e da ciência brasileira no principal palco da diplomacia climática mundial.