Fundada em 2 de julho de 1957, a Universidade Federal do Pará (UFPA) completa, nesta terça-feira, 68 anos de existência, reafirmando “seu compromisso com a excelência acadêmica, os processos de inclusão em amplas dimensões e o desenvolvimento com qualidade social da Amazônia, com base nas necessidades e nos interesses de seus povos e comunidade tradicionais”, como assinala Gilmar Pereira da Silva, o 14º reitor da história da Instituição. Nestas quase sete décadas, a UFPA consolidou sua liderança como importante universidade da Região Norte e uma das principais instituições públicas de ensino, pesquisa, extensão e inovação do Brasil.
Os números da Instituição, apresentados no mais recente Relatório de Gestão, apontam para um avanço em todas as áreas acadêmicas. Em 2024, a UFPA registrou a matrícula de 39.591 discentes em 157 cursos. A Taxa de Sucesso da Graduação alcançou 79,12%, representando um crescimento de 13,47% em relação a 2023. Na Pós-Graduação, os 167 cursos Stricto Sensu, dos quais 106 de mestrados e 61 de doutorados, e os 59 Lato Sensu registraram um total de 10.251 discentes matriculados, números que consolidam o reconhecimento obtido na Avaliação Quadrienal da Capes de 2023, quando a UFPA alcançou o seu melhor resultado histórico. Na Extensão, a UFPA trabalha para ampliar o impacto das ações universitárias na sociedade, executando 419 programas e projetos, beneficiando 431.436 pessoas em todo o estado do Pará.






“Ao longo desses 68 anos, reafirmamos nosso compromisso histórico com a educação pública de qualidade, com a produção científica voltada às realidades amazônicas e com a construção de uma sociedade mais justa e sustentável. Somos uma instituição enraizada na diversidade de saberes da Amazônia e, ao mesmo tempo, conectada aos grandes desafios globais, como a superação das desigualdades e a defesa da democracia”, avalia o reitor da UFPA.
Protagonismo na agenda climática
No ano em que a Amazônia sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – COP 30, a UFPA mantém a sua relevância entre as instituições que mais contribuem com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, com destaque nos marcadores Fome Zero e Agricultura Sustentável, Energia Limpa e Acessível e Igualdade de Gênero. “Esses resultados reforçam o compromisso da UFPA com a excelência acadêmica e seu papel significativo no desenvolvimento com qualidade social e na educação também de qualidade na região amazônica brasileira”, destaca o documento.
Como parte das comemorações pelos seus 68 anos, a Universidade Federal do Pará celebra também uma conquista histórica: sua admissão como entidade observadora oficial na COP 30, que será realizada em Belém, em novembro de 2025. Primeira universidade da Amazônia a obter esse status junto à Organização das Nações Unidas (ONU), a UFPA passa a ter acesso direto à Zona Azul — o espaço central das negociações globais sobre o clima —, reafirmando seu papel de liderança científica e institucional na agenda ambiental, um reconhecimento internacional que fortalece o compromisso da Universidade com a justiça climática, a valorização dos saberes tradicionais e a construção de soluções sustentáveis para o futuro da Amazônia e do planeta.

“Vivemos um momento ímpar em que a Amazônia ganha o centro do debate internacional, com a realização da COP30. Para a UFPA, trata-se de um período fundamental e de fortalecimento da sua missão de formar profissionais comprometidos com a transformação social e produzir conhecimento crítico e inovador, em diálogo permanente com as populações tradicionais, os movimentos sociais e as demais instituições de ciência e tecnologia da região”, destaca o reitor
Gestão transparente e expansão multicampi reforçam presença estratégica na Amazônia



Em relação às boas práticas institucionais, a UFPA aprimorou, ainda, seu sistema administrativo, assegurando o cumprimento de todos os critérios de transparência ativa da Lei de Acesso à Informação (LAI), garantindo maior eficiência na prestação de contas e no atendimento à sociedade. No campo das políticas de acesso e permanência na Instituição, as ações colocadas em prática nos últimos anos estão garantindo condições para que os jovens e os adultos possam participar dos processos formativos nos diversos territórios em que a UFPA está presente por meio de seus institutos, núcleos, espaços de arte e cultura, e unidades regionais, englobadas na sua estrutura multicampi, estrutura, aliás, pela qual o reitor Gilmar Pereira da Silva vem dedicando esforços desde quando era vice-reitor, e é uma das principais características que tornam a Universidade uma grande referência para o desenvolvimento regional. Hoje a UFPA, com sua estrutura multicampi, está presente em sete das 12 regiões de integração do Pará: Guamá, Lago Tucuruí, Marajó, Guajará, rio Caeté, rio Xingu e rio Tocantins.
“Somos uma universidade Multicampi, com presença em diferentes territórios paraenses, e que avança com ações concretas de inclusão, permanência e excelência acadêmica. Os resultados obtidos nos últimos anos — seja na graduação, na pós-graduação, na extensão ou na gestão institucional — evidenciam a seriedade de nosso trabalho e a potência da UFPA como agente estratégico para o desenvolvimento regional com qualidade social”, aponta Gilmar Pereira da Silva.



Das sete faculdades pioneiras (Faculdade Livre de Direito, Escola de Farmácia, Escola Livre de Odontologia do Pará, Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará, Escola de Engenharia do Pará, Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e Atuariais e Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras) que deram origem à Universidade Federal do Pará, em 1952, aos 157 cursos de graduação e 167 de pós-graduação atuais, a maior instituição universitária da Amazônia tem se destacado não somente no âmbito regional, tendo sido decisiva para a criação de três universidades federais, por meio do desdobramento de seus campi: Santarém (Universidade Federal do Oeste do Pará), Marabá (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará) e Macapá (Universidade Federal do Amapá), mas também no plano internacional, em que reforça o seu compromisso em “ser reconhecida nacional e internacionalmente pela qualidade no ensino, na produção de conhecimento e em práticas sustentáveis, criativas e inovadoras integradas à sociedade”.
Esse reconhecimento global em áreas diversas do conhecimento e a excelência da UFPA são confirmados por sua presença em rankings internacionais, como o Times Higher Education World University Rankings e o QS Worl University Rankings (QS), que a posicionam entre as melhores universidades do mundo, como disposto no último Relatório de Gestão da Universidade. “Sem dúvida, celebrar esses 68 anos é reconhecer a trajetória coletiva construída por docentes, técnicos, estudantes, terceirizados e parceiros institucionais que, dia após dia, mantêm viva a vocação pública da UFPA. E é também renovar o compromisso com um futuro onde a educação, a ciência e a cultura estejam sempre a serviço da vida, da justiça e da Amazônia.”



