UFPA discute adaptação climática e periferias urbanas durante programação do Fórum Landi

Durante os dias 9 a 23 de novembro, o Fórum Landi — espaço de extensão, ensino e pesquisa da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Pará (UFPA) — disponibiliza um leque de atividades que conecta patrimônio, cultura e desafios urbanos e climáticos da Amazônia. Na última terça-feira, 11, para abordar a temática Adaptação climática e periferias urbanas, o auditório do espaço recebeu Monique Bentes e Juliano Ximenes (FAU/UFPA), Inêz Medeiros (Vila da Barca), Natasha Reis (ONG Mandi) e Roberta Menezes Rodrigues (FAU/UFPA).

A mesa colocou como centro do debate questões cruciais acerca dos impactos das mudanças climáticas sobre a população periférica, trazendo dados alarmantes que expõem a desigualdade estrutural histórica, como saneamento básico, saúde, crise de moradia e retirada de moradores dos seus territórios, além de destacar as lutas e reivindicações de coletivos e ONGs. 

O professor Juliano Ximenes, palestrante da mesa, comenta  a importância da temática em meio às discussões climáticas: “É muito importante a gente falar da periferia urbana, porque isso é importante não só pra Belém, que é uma das cidades e das metrópoles mais favelizadas do país, porque uma boa parte do aspecto da crise climática é incidente sobre essa população da periferia urbana. Então ela é uma população que sente, de maneira dramática, esses efeitos”.

O planejamento urbano importado da Europa no século XIX para a capital paraense perpetua a segregação social sobre a população localizada nas áreas de favelas e comunidades urbanas até os dias de hoje. As organizações e os coletivos fazem um trabalho crucial na luta e na reafirmação dos direitos desses territórios.

A professora Monique Bentes comenta a importância das ONGs e da temática: “Eu acho que é muito importante a gente levantar a questão das periferias urbanas, principalmente aqui, em Belém, onde a gente tem dados muito alarmantes. Nós temos uma região metropolitana que tem mais da metade dos domicílios considerados em áreas de favela e comunidades urbanas. Eu acredito que é importante a gente demonstrar a luta dos movimentos sociais e o que eles estão reivindicando aqui, em Belém”.

Aymê Pereira, participante do primeiro dia de mesa, contou sobre a abordagem do tema para as periferias: “Acredito que a grande importância é trazer agora, no momento da COP, as grandes necessidades por que Belém passa, incluindo as periferias urbanas. A gente sabe que é um processo desigual, e algo que me chamou a atenção foi o fato de eles terem abordado a questão da segregação, que é algo que a gente está vendo, que a COP já veio e só estão sendo feitas obras de mais valor no centro. E o que está ficando para essas periferias? Então eu acho que é de extrema importância ser pautado esse assunto em meio à COP”.

O evento é aberto ao público de 9 a 23 de novembro e conta com uma atividade especial paralela à COP 30, que acontece em Belém. A programação conta com exposições, painéis, debates, workshops e sessões de cinema. 

TEXTO: Eva Sarmento - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

FOTOS: Alexandre de Moraes - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

Relação com os ODS da ONU:

ODS 4 - Educação de QualidadeODS 13 - Ação Contra a Mudança Global do Clima

Leia também

Compartilhe

Facebook
Twitter
LinkedIn
Telegram
WhatsApp
Email
Print
Pular para o conteúdo