Galeria de Arte da Universidade Federal do Pará (GAU) está aberta a todos. Localizada no Mercedários UFPA, a GAU inicia a sua história focada na produção de conhecimento, na valorização da arte e da cultura, na preservação do patrimônio artístico e na democratização da arte. Para tanto, a abertura do espaço traz a Exposição Terra Incógnita, notas amazonianas para levar aos visitantes as perspectivas da arte sob os olhares de dentro do território amazônico.
Com curadoria de Orlando Maneschy e Keyla Sobral e assistência curatorial de Paola Maués, a Exposição Terra Incógnita é parte da Coleção Amazoniana de Arte da UFPA, que começou a ser pesquisada em 2010, em busca de destacar uma arte que pudesse ser acessada por todos e que olhasse para a região, mesmo sendo universal. Assim, chegou-se a um acervo de obras que falam de território, de vivências, de chão, de pertencimento e de artistas que compartilham os seus olhares diretamente de dentro do território amazônico.

“A Coleção Amazoniana é esse lugar de pesquisa, de pensamento, de reflexão, de estudo e de compartilhar saberes, formas de pensar, formas de viver e formas de entender o mundo dentro de uma diversidade. Cada um desses artistas lança um olhar para esse território de onde fala com propriedade e conhecimento. São pessoas que vivem uma experiência intensa de estar aqui e de falar daqui”, detalhou o coordenador da Galeria de Arte da UFPA, Orlando Maneschy.
As obras que integram a exposição são oriundas de editais públicos e de parcerias com artistas, curadores e colecionadores que propiciaram a doação das obras, mas há ainda o envolvimento de estudantes, servidores(as), professoras(es) e pessoas que pesquisam e curam arte na Amazônia e em outras regiões. J
Já na abertura da Galeria da UFPA ao público, entre os visitantes presentes, estava a artista visual paraense Glenda Beatriz, autora de duas das obras em exposição, que aproveitou o momento para compartilhar com seus familiares o orgulho de estar presente nesse espaço que nasce com uma grande responsabilidade e importância para os artistas paraenses.
“O ser amazônico é subjetivo e múltiplo e, ao mesmo tempo que tem essa multiplicidade, tem também uma unicidade que só a gente consegue ser e traduzir, e as minhas obras sintetizam um pouco disso. Então é muito gratificante estar expondo aqui, com duas colagens, falando sobre o nosso território e a nossa cultura popular: em uma obra, eu abordo a cultura das aparelhagens, que é uma cultura da periferia; e na outra, eu falo sobre a cultura amazônica de modo geral”, comentou Glenda Beatriz.

Para a vice-reitora da UFPA, Loiane Prado Verbicaro, a abertura da Galeria de Arte da UFPA, além de ser um momento especial para todos os artistas que esperavam por mais espaços para compartilharem suas artes, é também a concretização de um sonho de toda a comunidade acadêmica que ansiava por esse espaço.
“É muito bonito ver este momento especial que a Universidade está vivendo. As artes nos trazem a possibilidade de sonhar e pensar em algo novo para a humanidade, com liberdade, criatividade, inventividade e compromisso com a democracia e a pluralidade de perspectivas e de visões de mundo. Então, inaugurar esta galeria que foi imaginada, pensada e sonhada por tantas pessoas, durante a COP 30 em Belém, com tantas projeções de futuro, é ainda mais especial. É a arte nos abrindo os horizontes emancipatórios”, comentou Loiane Prado Verbicaro.
A Galeria de Arte da UFPA está aberta para visitações às segundas, quintas e sextas-feiras, das 10h às 20h, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h. Excepcionalmente nesta sexta-feira, 14, a GAU irá integrar a programação do Projeto “Uma Noite no Museu” e ficará em funcionamento até às 22h.

Inauguração – Durante a cerimônia de inauguração do espaço, localizado no prédio Mercedários UFPA, o reitor da UFPA agradeceu a todos os envolvidos no projeto de reabertura do espaço, que agora poderá ofertar atividades abertas ao público, para além das atividades de pesquisa, ensino e extensão que já vinham sendo desenvolvidas no complexo. “A arte é o centro das transformações. Queremos muito que todo mundo circule neste espaço que é para toda a sociedade. Nós desejamos que a sociedade se envolva em nossas atividades e que todas as formas de arte, que aqui apresentamos, possam ser aproveitadas, sem distinção, por todo o povo desta cidade”, ressaltou Gilmar Pereira da Silva.
Conhecido por muitos como o “prédio da antiga Alfândega”, em sua história, o Mercedários também já foi um convento, o primeiro da Ordem dos Mercedários do Brasil, e um território de conflitos no período da Cabanagem, funcionando como abrigo e palco de batalhas, entre outras funcionalidades. Histórias que, segundo a diretora do Mercedários UFPA, Thais Sanjad, são desconhecidas para parte da população da cidade que agora terá a oportunidade de conhecer o espaço pessoalmente e aprender um pouco mais sobre esse rico patrimônio arquitetônico e cultural de Belém.
“A abertura do Mercedários para o público, com a Galeria de Arte da UFPA e com a Casa BNDES, é muito gratificante. É muito importante que a nossa população possa ver uma parte do nosso patrimônio já recuperado e possa vivenciar e sentir a beleza e a importância dele para a cidade”, destacou Thais Sanjad.
Atualmente, além da Exposição Terra Incógnita, disponível no espaço da Galeria de Arte da UFPA, o Mercedários UFPA também conta com uma série de atividades ofertadas pela Casa BNDES, com entrada gratuita, a partir das 15h, dependendo da programação do dia. Confira aqui.
