Aldeia COP na UFPA consolida legado indígena durante a COP 30

Após dias de intensa programação cultural, política e educativa, a Aldeia COP, instalada na Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará (UFPA), encerrou suas atividades como um dos espaços mais simbólicos da COP 30. O território temporário acolheu milhares de indígenas de diversas etnias e se tornou referência de organização, diálogo e protagonismo dos povos originários dentro da Conferência do Clima.

Montada em uma estrutura de cerca de 72 mil metros quadrados, a Aldeia COP destacou-se por articular acolhimento, espiritualidade e incidência política. Os ambientes construídos e adaptados para o evento permanecerão como parte do legado deixado à UFPA e à comunidade local.

Durante os dias de COP, a Aldeia recebeu delegações indígenas de todo o Brasil, além de representantes de povos originários de outros países amazônicos. O espaço serviu como ponto de encontro para debates sobre clima, demarcação de terras, políticas de proteção territorial, medicina tradicional e economia indígena, aliados a atividades culturais, rituais e apresentações artísticas.

Em um dos momentos marcantes do evento, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, lembrou a importância da participação indígena na governança climática ao afirmar que a Aldeia representou “um ponto de encontro em que o passado, o presente e o futuro se conectam”. Para ela, o espaço simbolizou uma mudança de perspectiva na COP. “Não haverá solução climática sem ouvir quem cuida da floresta”, disse. Guajajara destacou a presença histórica de mais de 5.000 indígenas em Belém, com cerca de 3.500 alojados na Aldeia COP, como um marco para trazer a pauta indígena para o centro das discussões globais.

O líder Kayapó Raoni Metuktire, presença que emocionou participantes e visitantes, discursou na abertura oficial do espaço e falou do compromisso contínuo dos povos originários com a defesa territorial. “Não podem mais continuar destruindo as florestas e nossos territórios”, declarou, pedindo união entre lideranças, academia e autoridades públicas.

A Aldeia COP foi planejada para atender às necessidades imediatas da conferência e para deixar um legado. Entre as estruturas especialmente produzidas, estiveram o Domo de debates: espaço central das plenárias e encontros políticos; a Casa Ancestral: ambiente dedicado a rituais, espiritualidade e práticas culturais e a Feira de Artesanato.

A vice-reitora da UFPA, Loiane Prado Verbicaro, destacou que a presença da Aldeia dentro da Escola de Aplicação foi também uma oportunidade pedagógica: “A Universidade aprende com os povos indígenas e nossa função foi garantir que esse encontro fosse respeitoso, seguro e transformador”.

Para o reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, a realização da Aldeia COP dentro da Universidade fortaleceu o papel histórico da instituição na defesa da Amazônia. Segundo ele, a COP 30 “é uma oportunidade para que a região assuma seu protagonismo nas discussões ambientais, e a parceria com o Ministério dos Povos Indígenas demonstra o compromisso da UFPA com a justiça socioambiental”. 

Para o diretor da Escola de Aplicação da UFPA, professor Neri, a Aldeia COP deixa marcas profundas no cotidiano da instituição. “Receber a Aldeia dentro da nossa escola foi uma experiência histórica. Este território indígena temporário transformou nosso espaço e nossa percepção sobre educação, diversidade e cuidado com a Amazônia. O legado que fica é humano, cultural e político”.

TEXTO: Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

FOTOS: Alexandre de Moraes - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

Relação com os ODS da ONU:

ODS 13 - Ação Contra a Mudança Global do Clima

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