Os pesquisadores do Projeto “Índice de Credibilidade Jornalística (ICJor)” receberam, na última quinta-feira (6), o Prêmio Adelmo Genro Filho 2025, realizado pela Associação Brasileira de Pesquisa em Jornalismo (SBPJor), na categoria Pesquisa Aplicada. Entre o time de cientistas que desenvolveram o índice, está a professora Ana Prado, coordenadora do Laboratório de Comunicação e Difusão da Ciência – LabCDC, associado ao
Centro de Computação de Alto Desempenho e Inteligência Artificial (CCAD-IA).
A iniciativa consiste em um sistema de indicadores para mensurar a credibilidade jornalística dos veículos de mídia por meio de diferentes aspectos. O ICJor foi construído de maneira colaborativa, com uma equipe formada por pesquisadores de cinco instituições: Universidade de Brasília (UnB); Universidade Federal de Sergipe (UFS); Universidade Federal do Pará (UFPA); Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
“Foram três anos de muita pesquisa para desenvolver esse sistema de avaliação da qualidade jornalística a partir de dois eixos: a gestão da empresa jornalística, nós trabalhamos com empresas tradicionais e a mídia independente; e o conteúdo, a qualidade desse conteúdo publicado. Então foi um período envolvido em muitas avaliações metodológicas, discussão de instrumentos e sistemas”, explica Ana Prado.
Para o coordenador do projeto, professor Rogério Christofoletti, da UFSC, o prêmio é uma forma de reconhecimento para a pesquisa desenvolvida de forma coletiva pelas universidades públicas brasileiras. “Por três anos, trabalhamos nisso e oferecemos resultados que podem ajudar a sociedade e a própria indústria jornalística. Queremos ir adiante, aperfeiçoar o sistema e torná-lo cada vez mais útil para quem consome jornalismo no Brasil”, aponta Rogério Christofoletti.
Levantamento de dados – Os primeiros resultados do ICJor foram apresentados em Belém, em 2023, no primeiro Qualijor Amazônia, seminário que debateu a qualidade do jornalismo no Brasil e na Amazônia. Mas Ana Prado conta que o grupo de pesquisadores envolvido no ICJor já pesquisava sobre qualidade da informação, mesmo antes da aprovação do projeto em 2021. Os resultados finais da pesquisa foram publicados em um livro no ano passado, na 22ª edição da SBPJor, em Belém.
“Não é de hoje que a gente discute a qualidade da informação, isso envolvendo todos os aspectos, como o accountability, a desinformação, os instrumentos propriamente ditos, os sistemas, entre outros elementos que perpassam pela qualidade jornalística”, pontua Ana Prado.
Para ela, a motivação maior é o local do jornalismo em meio à profusão constante de informações, seja pelas mídias sociais, seja pelos aplicativos etc. Por estar nessa posição, o jornalismo precisa evoluir e ter instrumentos próprios para a avaliação da qualidade daquilo que é mais sensível e importante ao campo: a informação.
