Ingressar em uma universidade é um sonho que demanda muito esforço e dedicação para ser realizado e torna-se especialmente ainda mais difícil para aqueles que, por questões físicas e/ou sociais, acabam precisando ir além de seu próprio esforço para poder realizar esse sonho.
Por este motivo, a Universidade Federal do Pará (UFPA), ao longo dos anos, tem trabalhado e ampliado diversas ações afirmativas. Hoje a Instituição oferta vaga extra para Pessoas com Deficiência (PcD) em todos os cursos de graduação, por meio do principal processo seletivo da Universidade, e realiza um Processo Seletivo Especial especificamente para estudantes indígenas e quilombolas, o qual também oferece vagas em todos os cursos de graduação.
Foi pela vaga reservada à PcD que Karlos Smith, estudante cego, foi aprovado em Jornalismo no PS 2020. Primeiro da sua família a ingressar em uma universidade federal, o novo aluno da UFPA exalta a importância de poder cursar o que deseja mesmo possuindo uma deficiência. “É muito gratificante saber que a Instituição reconhece o esforço da pessoa com deficiência e não tem barreiras para nos incluir”.
Atualmente, a Universidade conta com 500 alunos com alguma deficiência, e 113 novos estudantes, como o Karlos, ingressaram no PS 2020, seja por meio de vagas reservadas dentro do sistema de cotas, seja por vagas específicas, criadas especialmente para atender à demanda de cada curso.
Para auxiliar da melhor forma possível e facilitar a integração de todos, a UFPA conta atualmente com 70% da estrutura física adaptada com rampas, pisos táteis, corrimão e elevadores, e os novos prédios já são construídos de acordo com as Normas de Acessibilidade em Construção, que incluem placas de sinalização em braile. A ideia é que todos os alunos possam trilhar suas respectivas experiências no ensino superior da melhor forma possível.
O que já faz Karlos Smith sonhar além da sala de aula. O objetivo do estudante é melhorar o país por meio da sua futura profissão. “Para o futuro, eu espero, quem sabe, trabalhar para uma grande emissora de rádio ou televisão e ser reconhecido pela minha profissão e pelos meus esforços”.
PSE Indígenas e Quilombolas – “A Universidade, com esse processo seletivo especial, nos faz voltar a sonhar com um futuro melhor e nos ajuda a não perder a esperança nele”, pontua Alice Vale, aluna quilombola que entrou no curso de Pedagogia da UFPA por meio do Processo Seletivo Especial (PSE). Natural da comunidade de Sucurijuquara, em Mosqueiro, a estudante vê na Pedagogia uma paixão que lhe irá possibilitar dar um retorno à sua comunidade.
“Eu pretendo me formar e trabalhar como professora na escola da minha comunidade. Sinto como se fosse um dever meu”, ressalta Alice, que segue a trajetória da mãe e das tias, também formadas em Pedagogia.
Já o indígena Edevaldison Forte, natural da Aldeia Espírito Santo, na região do Oiapoque, em Macapá, viu no Jornalismo uma forma de levar ao conhecimento de todos aquilo que acontece na sua comunidade. “Meu sonho é falar na frente das câmeras, divulgar e publicar coisas boas e importantes nossas. Quando eu me formar, desejo retornar para a minha comunidade”.
Matérias anteriores:
>> Calouros da UFPA contam suas histórias de dedicação e superação para entrar na Universidade
Texto: Rafael Miyake – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Arquivo Ascom e arquivo pessoal