Lavar as mãos com água e sabão é uma das recomendações mais eficazes para combater o novo coronavírus. Entretanto o acesso à água tratada não faz parte da realidade de várias regiões da Amazônia. Pensando nisso, o Time Enactus UFPA começou a instalação de cinco pontos de higienização — provenientes da campanha Multiplique Esperança, que visa a minimizar os impactos da Covid-19 em áreas periféricas de Belém. A Ilha do Combu foi a primeira parada da ação, no último sábado (13).
Esses pontos consistem em um pequeno sistema de tratamento da água da chuva, de baixo custo e sustentável, instalado em parceria com o Amana Katu, um negócio social independente que nasceu na Enactus UFPA. Desde 2017, ele trabalha para universalizar o acesso à água potável na Amazônia, uma problemática persistente.
"Apesar de morarmos em cima da água e de ela passar, toda hora, nas nossas portas, não temos água de qualidade para consumir", relata Aldelina Oliveira, moradora da Ilha do Combu há 45 anos. Ela expressa o sentimento de viver em uma região que, embora seja rica em água doce, está longe de oferecer um fornecimento de água digno para suprir as necessidades humanas.
O caso da ribeirinha materializa-se em um estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil, o qual revela que apenas 70,30% da população de Belém é atendida com o abastecimento de água, enquanto a média nacional é de 83%. A pesquisa ainda mostra que a capital paraense está na 93ª colocação no ranking das cidades com os melhores e piores índices de abastecimento de água do país.
Ações que fazem a diferença – Normalmente, para ter acesso à água, os ribeirinhos precisam recorrer a um barco-pipa, que comercializa água de poço, de qualidade duvidosa. A comunidade paga, em média, 300 reais mensais por dez galões de 20 litros. Mas esse cenário mudou significativamente com a chegada das ações promovidas pela Enactus UFPA na região das ilhas de Belém. Agora, com o ponto de higienização instalado, mais de 40 pessoas terão acesso à água tratada para se prevenir contra o vírus.
"Agora, tudo mudou, porque eu não preciso mais comprar água. Quando chove, o sistema abastece toda a comunidade", conta dona Aldelina.
Em uma localidade que padece com a falta de abastecimento de água tratada, ações como essa fazem toda a diferença na vida de muitas famílias, principalmente em meio ao aumento de casos de Covid-19. Por isso ainda serão instalados outros dois pontos de higienização na Ilha do Murutucu, um no Furo do Maracujá e outro no Preventório Santa Terezinha.
Mas essa não é a única ação da Enactus UFPA na região, como conta Orlando Haber, presidente do Time: “A partir da arrecadação com a nossa Campanha Multiplique Esperança, doamos, além dos pontos de higienização, as máscaras de tecido, do Costuraê, e as "face shields", do Anamã, outros projetos de impacto social e ambiental que conduzimos. Juntos a outras organizações, conseguimos doar 650 EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), quase 1,5 tonelada de alimentos e 150 litros de água sanitária para os moradores da Ilha do Combu, da Ilha das Onças e do Furo do Maracujá. Até a próxima semana, nossas ações nas ilhas terão beneficiado cerca de mil pessoas".
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Texto: Elielson Almeida e Juliana Bessa — Assessoria de Comunicação do Time Enactus UFPA.
Foto: Divulgação Time Enactus UFPA