Auto do Círio 2025 leva arte às ruas do centro de Belém para falar sobre as lutas dos povos da Amazônia

A chuva que caiu sobre a Cidade Velha, na noite da última sexta-feira (10), não apagou o brilho do 32º Auto do Círio. Realizado pela Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (ETDUFPA/UFPA), o cortejo deste ano trouxe o tema “Nossa Senhora de Nazaré, iluminai as lutas dos Povos da Amazônia”, unindo fé, arte e consciência ambiental em um espetáculo que mobilizou milhares de pessoas nas ruas do centro histórico de Belém.

Fotografia registra um grupo de pessoas em um palco, entre as pessoas estão o reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, a vice-reitora da UFPA, Loiane Prado Verbicaro, e o pró-reitor de Extensão da UFPA, Nelson Souza Junior.

O evento, reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional (Iphan), é mais que uma encenação artística, é um espaço de extensão universitária viva, no qual, ensino, pesquisa e arte se encontram para traduzir, em linguagem popular, temas urgentes da contemporaneidade. 

“O Auto do Círio é uma das expressões mais genuínas do papel social da UFPA. Ele simboliza a presença da Universidade nas ruas, junto ao povo, traduzindo o conhecimento acadêmico em linguagem acessível e transformadora. É a prova de como a arte educa e transforma”, destacou o reitor da UFPA, professor Gilmar Pereira da Silva, que acompanhou o cortejo ao lado da comunidade acadêmica.

“A Universidade tem o dever de abrir caminhos para que a arte alcance todos os públicos. Democratizar o acesso à cultura é também democratizar o conhecimento”, enfatizou a vice-reitora da UFPA, professora Loiane Prado Verbicaro, ao destacar a relevância social do projeto.

Arte, denúncia e celebração – Com uma narrativa dividida em quatro mistérios – Gozoso, Doloroso, Glorioso e Luminoso -, o espetáculo misturou teatro, dança, música e performance para contar as histórias de resistência dos povos da Amazônia. Entre os momentos mais marcantes, o “Funeral dos Combustíveis Fósseis” se destacou como uma potente denúncia poética sobre os impactos da exploração ambiental e a urgência das mudanças climáticas, conectando o Auto do Círio à pauta da COP 30. 

A diretora do espetáculo, professora Inês Ribeiro, ressaltou a potência simbólica do tema. “A Amazônia é feita por homens e mulheres que lutam, todos os dias, para que ela continue viva. O Auto é a forma que encontramos de ecoar essas vozes”, afirmou.

A embaixadora do Auto do Círio 2025, cantora Gaby Amarantos, encerrou o evento com um show vibrante em frente ao Palácio Lauro Sodré. “Fazer parte disso é uma honra e uma responsabilidade com o nosso povo e nossa cultura”, revelou a artista ao público. 

Extensão que transforma – Idealizado pelas professoras Margaret Refkalefsky e Zélia Amador de Deus, o Auto do Círio nasceu, há mais de três décadas, como um projeto de extensão universitária voltado à integração entre a academia e a sociedade. A cada edição, estudantes, professores e artistas da comunidade formam um grande coletivo criativo que une saberes populares e acadêmicos.

“O Auto do Círio é um espaço pedagógico e transformador. Trata-se de um programa que mobiliza todas as frentes da Escola durante todo o ano”, justificou o diretor da Etdufpa, professor Tarik Coelho Alves. 

Para o pró-reitor de Extensão, professor Nelson Souza Junior, o Auto sintetiza o espírito da universidade pública. “ É sempre muito difícil definir o Auto do Círio, mas tenho dito sempre que ele é uma utopia concretizada, é a UFPA dentro da cultura do povo, valorizando a arte e as múltiplas formas de devoção ao mesmo tempo. É um momento bonito em que a UFPA integra conhecimento, tradição popular e inovação artística”, definiu.

TEXTO: Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

FOTOS: Alexandre de Moraes - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

Relação com os ODS da ONU:

ODS 4 - Educação de Qualidade

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