A exposição do Ciência na Ilha 2020 já está disponível para visitação. Neste ano, o evento, que promove o intercâmbio de conhecimento entre pesquisadores e comunidades ribeirinhas ocorre totalmente on-line, com a reprodução de vídeos divididos nas seguintes categorias: investigação sobre fenômenos naturais e sociais; inovação tecnológicaexperiências pedagógicas e informação relevante para a comunidade. Os vídeos ficarão expostos de maneira permanente aqui.
Neste ano, foram submetidos ao evento 20 vídeos de trabalhos desenvolvidos por projetos em diversas regiões ribeirinhas do estado. Segundo o professor Jesus Brabo, embora as produções tenham sido feitas de forma artesanal, o interesse em participar dessa edição especial demonstra o quanto os grupos de estudantes e de professores de projetos de extensão universitária continuaram interagindo, mesmo diante do cenário de pandemia, ou seja, atividades de iniciação e divulgação científica continuam sendo realizadas e precisam ser estimuladas e compartilhadas.
"Ações de divulgação científica são cada vez mais importantes para estimular o interesse dos jovens pela ciência e também, particularmente, combater os movimentos negacionistas da ciência, que estão tão disseminados nas redes sociais. Mostrar produções de divulgação científica, além de esclarecer a população sobre os assuntos específicos de que tratam, pode estimular outros jovens e professores da educação básica a se engajar em projetos análogos. Não podemos deixar de estimular tais intercâmbios, mesmo que tenhamos que adaptar para as atuais circunstâncias", ressalta o professor.
De acordo com ele, a interrupção das atividades presenciais implicaram um grande impacto nas produções e nos intercâmbios entre os grupos extensionistas e as comunidades. Ainda assim, a exposição do Ciência na Ilha 2020 demonstra o esforço dos grupos de estudos e dos projetos que têm feito uso de sistemas de comunicação remota para dar continuidade às suas produções.
Exposição virtual – Um dos projetos selecionados para compor a exposição virtual do evento este ano foi a "Película cicatrizatória intercalada com óleo vegetal amazônico direcionada a mulheres ribeirinhas escalpeladas". O projeto está exposto na categoria 'Inovação Tecnológica' e foi idealizado pelo grupo GDTEC Bioamazon, do Laboratório de Óleos da Amazônia, da UFPA. Segundo Tainara de Paula de Lima Lima, uma das participantes do projeto, o grupo busca demonstrar que é possível desenvolver projetos que apresentam cunho tecnológico, com potencial de aplicação na sociedade como um todo.
"Sabe-se que o escalpelamento é uma problemática recorrente na Região Norte do Brasil e que gera até mesmo o óbito de vítimas ribeirinhas devido à infecção no local lesionado. Pensando nisso, nosso grupo, que já atua no ramo da elaboração de biomateriais (curativos, próteses, lentes de contato etc.), visou desenvolver uma película que, além de servir como uma proteção contra possíveis patógenos, otimiza a cicatrização, em virtude da presença de um óleo vegetal amazônico, com propriedades bioativas", explicou Tainara de Paula.
Ainda segundo a participante, é muito gratificante poder divulgar o conhecimento científico para a população, já que existe um déficit comunicativo entre a comunidade científica e a sociedade ribeirinha. Então, ter a oportunidade de compartilhar um pouco do que é feito no claustro do laboratório gera mais dedicação para projetar soluções eficientes para as pessoas.
Serviço:
Exposição virtual do Ciência na Ilha 2020
Período: permanentemente no site do evento.
Texto: Maiza Santos – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Divulgação