CNJ, Ministério da Justiça e UFPA se unem em busca da mediação de conflitos fundiários na Amazônia Legal

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) assinou, nesta terça-feira, 18 de fevereiro, um Acordo de Cooperação Técnica (ACT), em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e a Universidade Federal do Pará (UFPA), para apoiar a atuação dos Tribunais de Justiça na resolução de conflitos fundiários. Formalizado durante a 1ª Sessão Extraordinária de 2025, o acordo busca implementar a Resolução CNJ nº 510/2023 nos estados da Amazônia Legal.  

Para o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, a parceria aperfeiçoará a mediação desses conflitos, uma vez que permitirá que sejam traçadas diretrizes e ações na busca da solução pacífica dos conflitos, com respeito aos direitos fundamentais.  

O ministro afirmou que os conflitos fundiários que envolvem comunidades rurais, indígenas, quilombolas, trabalhadores e proprietários de terras ainda são recorrentes no Brasil. “Esses conflitos frequentemente deságuam em violência e desrespeito aos direitos garantidos constitucionalmente. O tratamento dos conflitos fundiários necessita de políticas públicas com ações estruturantes para a construção de soluções compatíveis com os direitos de todas as partes, sem desobediência ou violência”, pontuou. 

Fotografia registra o reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, sentados em uma mesa com telas e microfones. Ao fundo, na parede, a identificação: CNJ - Conselho Nacional de Justiça.

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou que a iniciativa se alinha aos objetivos da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a ser realizada em Belém (PA), em novembro, e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 10, que prevê a redução das desigualdades.  

Lewandowski enfatizou que o Judiciário e o Executivo compartilham da mesma preocupação em desenvolver políticas públicas que tornem o país uma nação mais justa e feliz. “Este ACT formaliza mais uma parceria para potencializar as boas práticas de acesso à Justiça na Amazônia Legal, aliado à produção de conhecimento e fortalecimento da integração regional com foco nas populações em situação de vulnerabilidade”, alertou. 

O reitor da Universidade Federal do Pará, Gilmar Pereira da Silva, destacou que a instituição, a maior da Amazônia, tem colocado suas descobertas a serviço da sociedade, em um estado com muitos desafios, que incluem as questões fundiárias e um cinturão de pobreza que circunda as instalações da UFPA. “O projeto aproxima o MJSP e o CNJ da Universidade e auxilia na prevenção de tratamento de conflitos para a promoção de cidadania na Amazônia Legal”, disse. 

Compromissos – Por meio do acordo, as três instituições se comprometem a compartilhar dados, realizar estudos, diagnósticos, oficinas e capacitações. Além disso, a parceria possibilita o fortalecimento da política de acesso à justiça nos estados da Amazônia Legal, conforme especificações que serão estabelecidas no plano de trabalho. A meta é apoiar tecnicamente a atuação dos Tribunais de Justiça e do Tribunal Regional Federal da 1ª Região na resolução de conflitos fundiários.  

As instituições envolvidas se comprometem a elaborar o plano de trabalho relativo aos objetivos do acordo, analisar resultados parciais, reformulando metas quando necessário. Cada órgão arcará com os custos de sua participação no programa. A vigência do acordo é de 36 meses, com possibilidade de prorrogação. 

TEXTO: Ana Moura - Agência CNJ de Notícias

FOTOS: Ana Araújo - Agência CNJ

Relação com os ODS da ONU:

ODS 16 - Paz, Justiça e Instituições EficazesODS 17 - Parcerias e Meios de Implementação

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