Colóquio Internacional Amazônicas propõe o debate de pesquisas sobre a diversidade linguística indígena

O Brasil fala muitos idiomas, além do português. E os povos indígenas brasileiros são o exemplo mais emblemático de diversidade linguística nacional, com aproximadamente 274 línguas diferentes faladas por 305 etnias, a maior parte delas concentradas na Amazônia, segundo dados do último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para contemplar essa pluralidade, este ano, o Colóquio Internacional Amazônicas, em sua décima edição, será realizado em território brasileiro, dos dias 11 a 16 de agosto, no Campus Básico da UFPA, em Belém do Pará.

Também conhecido como “Amazônicas”, o evento é um colóquio internacional itinerante, organizado bianualmente, que propõe debater, avaliar e divulgar os resultados das pesquisas sobre línguas indígenas amazônicas produzidas por linguistas do Brasil e de outros países do mundo. Em 2025, o X Colóquio Internacional Amazônicas ocorre durante a Década Internacional das Línguas Indígenas, proposta pela Unesco, no ano e na sede da COP 30. 

“O Amazônicas é o maior, mais importante e mais respeitado evento internacional sobre línguas indígenas da Amazônia, com grande participação indígena, assim como de renomados especialistas internacionais em línguas indígenas amazônicas. É uma oportunidade para levantar temas relacionados à teoria linguística e tipológica, bem como sociopolíticos, envolvendo os povos indígenas da Amazônia, suas tradições orais e outros elementos culturais e sociais, destacando a importância deles para a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade”, explica a professora do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL), da Universidade Federal do Pará, Marília Ferreira. 

Segundo a organização, o colóquio reafirma a importância da diversidade linguística na Amazônia e a sua relação com a preservação da região. Ao promover o diálogo entre linguistas e ativistas indígenas e não indígenas, o evento pode, ainda, contribuir para a elaboração de propostas a serem apresentadas nas discussões da COP 30.

“Acredito que a maior expectativa nesta décima edição do Amazônicas é ver a evolução da pesquisa e do conhecimento progressivo das línguas que serão apresentadas no Colóquio. Além disso, a partilha desses saberes contribui para uma maior compreensão sobre línguas que são geneticamente semelhantes, uma vez que alguns fenômenos linguísticos podem ocorrer em línguas diferentes do mesmo modo ou ter evoluções distintas. Esperamos que o evento mostre à comunidade científica como as línguas indígenas amazônicas, assim como o meio ambiente precisam ser cuidados, preservados e mantidos vivos, com ações emergenciais para isso”, detalha Marília Ferreira.

A realização do evento em Belém tem o apoio do Grupo de Estudo sobre Línguas e Culturas Indígenas da Amazônia (Gelcia/PPGL). 

Como se inscrever – Estudantes de graduação, de pós-graduação, professores, pesquisadores indígenas e não indígenas são o público-alvo do X Colóquio Internacional Amazônicas. Não há pré-requisitos para se inscrever, basta acessar o site do evento, preencher a ficha de inscrição e realizar o pagamento, conforme as categorias disponíveis. O pagamento pode ser realizado via PIX ou Transferência Bancária. Consulte a seção “Pagamento” no site para instruções mais detalhadas. 

Os participantes indígenas estão isentos de pagamento de inscrição. Para usufruir da gratuidade, os interessados devem anexar, na ficha de inscrição, uma declaração que ateste a sua identidade como pessoa indígena, na qual conste o nome do seu povo, da sua comunidade e de sua língua identitária.

Escola de Verão – O Colóquio Internacional Amazônicas divide-se em dois grandes momentos: o Colóquio, organizado em simpósios temáticos, roda de conversa e conferências, e os Cursos de Verão. A Escola de Verão ofertará cursos que fazem referência às temáticas da teoria linguística ou de aplicações a projetos comunitários com povos indígenas, incluindo pessoas das comunidades como protagonistas e pesquisadores. O prazo para se inscrever nos minicursos termina dia 8 de agosto (ou até o preenchimento das vagas).

Este ano, serão ofertados quatro cursos: “Como construir um projeto colaborativo de documentação de línguas indígenas”, ministrado por Juventino Pesirima Kaxuyana, Neide Imaya Wara Kaxuyana, Lucas Kumarohto Kaxuyana, Carla Lisya Kawiri e Spike Gildea, da Universidade de Oregon; “Tecnologia e Metodologia para a Documentação Digital de Línguas e Culturas Indígenas”, ministrado por Denny Moore, do Museu Paraense Emílio Goeldi; “Grammaticalization Across Languages”, realizado por Katarzyna Wojtyka, da Universidade de Varsóvia; e “Amazônicas 2025 airflow methods”, realizado por Lev Michael, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara (UC Santa Barbara), Myriam Lapierre, da University of Washington, e Matthew Faytak, da Universidade Estadual de Nova York em Buffalo (Suny Buffalo).

Serviço: 

X Colóquio Internacional Amazônicas

Data de realização do Colóquio: de 11 a 16 de agosto

Data de realização dos Cursos de Verão: 18 a 22 de agosto

Local: Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL), Universidade Federal do Pará, Campus Guamá, Belém (PA).

Acesse o site ou o perfil do evento para mais informações.

TEXTO: Gabriela Cardoso - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

FOTOS: Divulgação

Relação com os ODS da ONU:

ODS 4 - Educação de Qualidade

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