menu de acessibilidade
TAMANHO DA FONTE

Conferência discute sustentabilidade na produção de óleos essenciais

Durante a 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada na UFPA, a Conferência “Conhecimento químico e aplicações biológicas de plantas aromáticas e frutos da Amazônia: uma alternativa sustentável para a bioeconomia” trouxe um pouco dos aromas amazônicos e as várias possibilidades de suas aplicações com a produção dos óleos essenciais. 

Os óleos essenciais são representantes de uma das classes de substâncias naturais que têm desempenhado um papel significativo na história e na ciência contemporânea. Extraídos de plantas aromáticas, esses óleos são valorizados por suas propriedades terapêuticas, aromáticas e medicinais, como explicou a professora Joyce Kelly da Silva, da Faculdade de Biotecnologia, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB/UFPA). Ao longo da conferência, Joyce relatou alguns avanços significativos no campo da pesquisa e do desenvolvimento de produtos naturais na Região Amazônica.

Biodiversidade – A Amazônia, sendo o maior bioma do Brasil em extensão e biodiversidade, possui vasto potencial biológico. Toda essa biodiversidade, especialmente a flora da região, é um fator de estímulo para quem busca por novas moléculas bioativas. “Nós estamos em um verdadeiro paraíso para a síntese deste material”, afirma a conferencista.

As plantas aromáticas são importantes fontes de moléculas bioativas e essenciais, não apenas para a biodiversidade da região, mas também para aplicações na indústria farmacêutica, cosmética e alimentícia. Além disso, Joyce Kelly da Silva faz questão de destacar a importância desses conhecimentos para a medicina tradicional.

Os produtos naturais da região não são apenas reconhecidos por suas propriedades biológicas, afirma a pesquisadora, mas também por seu valor cultural e econômico. Na culinária local, por exemplo, esses ingredientes são utilizados tanto por suas qualidades sensoriais quanto por suas propriedades medicinais. 

Economia – A conferência ainda discutiu o impacto econômico desses recursos, mencionando produtos como óleos essenciais de alecrim, hortelã e andiroba, que possuem alto valor agregado. Esses produtos são demandados nacionalmente, mas também encontram espaço no mercado internacional, em que são valorizados por sua qualidade e origem sustentável. 

Joyce Kelly da Silva alerta para a importância de se trabalhar com espécies abundantes, visando à distribuição e ao retorno econômico: “não é viável trabalhar com espécies raras pelo risco de extinção da espécie”.

Fotografia da parte interna de um auditório. A imagem registra várias pessoas sentadas, prestando atenção à fala de uma mulher, que está de pé falando no microfone, atrás de uma mesa com um banner verde da 76ª Reunião Anual da SBPC, ele cobre toda a frente da mesa. Em cima da mesa estão dispostos alguns copos com água, um notebook e um arranjo de flores. Ao fundo, atrás da mesa, há uma projeção de slide em uma parede branca.

Diante de um universo repleto com variados tipos de plantas, quais seriam os métodos para catalogar o conjunto de informações que incentivem o investimento em determinadas espécies? “Nós temos que catalogar cada informação observada sobre a espécie em análise: local de coleta com coordenadas geográficas, habitat e rendimento do óleo essencial produzido”, explica.

Desafio – O grande problema apontado pela professora é a necessidade de um manejo sustentável desses recursos. Atualmente, a exploração descontrolada pode comprometer a biodiversidade local e causar a extinção de muitas espécies. Portanto um estudo sistemático da flora da região é essencial para garantir sua preservação e uso racional.

Por fim, a professora destacou a importância de investimentos contínuos em pesquisa e no desenvolvimento da Amazônia. A conferência buscou dar ênfase ao potencial das plantas aromáticas, destacando o papel da ciência e da inovação na promoção de uma bioeconomia sustentável para o Brasil.

TEXTO: Marcelo Dias - Comissão Local de Comunicação da 76ª da Reunião Anual da SBPC

FOTOS: Jambu Freitas e Eduardo Kalif

Relação com os ODS da ONU:

ODS 3 - Saúde e Bem-EstarODS 4 - Educação de QualidadeODS 9 - Indústria, Inovação e InfraestruturaODS 11 - Cidades e Comunidades SustentáveisODS 12 - Consumo e Produção Responsáveis

Leia também

Compartilhe

Facebook
Twitter
LinkedIn
Telegram
WhatsApp
Email
Print
Pular para o conteúdo