Eles são verdadeiras universidades. Os onze campi da Universidade Federal do Pará (UFPA), localizados fora de Belém, têm crescido e se tornado estruturas cada vez mais importantes e complexas. Eles ofertam vários cursos de graduação – incluindo alguns que só existem neles, de pós-graduação e realizam projetos de pesquisa e extensão. Além disso, o “interior do Pará” agora possui Núcleos e Institutos de Ensino e Pesquisa e até Museus e Hospitais. Mas esse crescimento torna importante ajustar a “legislação” da Universidade.
É o que aponta os coordenadores de campi que se reuniram no XXXII Fórum de Coordenadores, realizado no Campus de Salinópolis, de 17 a 19 de outubro. Entre várias mesas e debates, os dirigentes refletiram sobre como “organizar” essa estrutura em crescimento e articular as suas subunidades de maneira que possam funcionar e atender à sociedade da melhor forma possível.
“Esse fórum se fortalece como espaço institucional de gestão e de geração de conhecimento. Me sinto muito orgulhosa por ver os campi audaciosamente propondo alterações importantes e necessárias para alinhar o que fazemos com a legislação. Esse é, portanto, um marco histórico”, comemora Maria Ivonete Coutinho da Silva, que é coordenadora do Campus de Altamira e também do Fórum de Coordenadores.
Mudança para municípios e pessoas – O vice-reitor, Gilmar Pereira da Silva, ressaltou a importância e o crescimento da UFPA fora de Belém, uma história que mudou municípios e a vida de milhares de pessoas no Pará. “Esse projeto de interiorização que começou brava e ousadamente há mais de 30 anos, agora caminha para a criação de novas universidades. Mas, de fato e de direito, esses campi já são universidades”, aponta
Ele também reafirma que nenhum lugar aonde a UFPA chega continuou o mesmo após a implantação dessas unidades. “Os campi são universidades que têm um papel único para o desenvolvimento de cada lugar onde estão, mas, principalmente, que permitiram a milhares de jovens o acesso à educação superior e a realização de sonhos. Sonhos de cursar o ensino superior, de ser o que se deseja e de ter uma vida melhor.”
Entre a lei e a realidade – Com o apoio de relatos técnicos sobre gestão de pessoas, orçamento, administração e planejamento, quem administra os campi de Abaetetuba, Ananindeua, Altamira, Bragança, Breves, Cametá, Capanema, Castanhal, Salinópolis, Soure e Tucuruí aponta que é preciso que a estrutura dos campi seja prevista nos documentos que regem o funcionamento da UFPA, como o Regimento Geral e o Estatuto da Instituição.
“A proposta é criar, agora, uma comissão que vai pontuar essas discrepâncias e estudar essa nossa ‘legislação’ para, então, apontar o que precisa ser ajustado e também levantar as informações necessárias para essas mudanças”, aponta Maria Ivonete Coutinho da Silva, coordenadora do fórum.
Para quem pensa que a mudança não terá impacto direto na vida das pessoas, os gestores indicam que a forma como estão organizados internamente têm relação direta com o orçamento que recebem, com a organização das atividades de pesquisa e extensão, com a estrutura e oferta dos cursos de graduação e pós-graduação e até mesmo com o número de “cadeiras” que os campi podem ocupar nos conselhos superiores da UFPA, que são as instâncias que decidem os rumos da universidade.
O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFPA para os próximos anos aponta os projetos de criação das universidades: do Xingu (UFX), a partir de Altamira; do nordeste paraense (UFNEPA), a partir de Bragança; e da Amazônia Tocantina (UFAT), a partir dos campi de Abaetetuba e Cametá, mas outros projetos continuam em debate na Instituição.
Texto: Glauce Monteiro – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Alexandre de Moraes