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TAMANHO DA FONTE

Cultura alimentar do Círio foi tema de palestra no Espaço Paneiro

Reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Círio de Nazaré é realizado há mais de 200 anos, em Belém, e foi um dos temas abordados na programação do Paneiro – Espaço de Cultura Alimentar, com a palestra intitulada “Mesa do Círio de Nazaré”. Doutora em História Social da Amazônia, a historiadora e professora da Universidade Federal do Pará (UFPA) Sidiana Macêdo falou sobre a construção da cultura alimentar do Círio e a importância da manutenção da tradicional mesa durante a festividade. 

Com uma breve apresentação da história do Círio e imagens de receitas tradicionais, Sidiana explicou que a cultura alimentar vai além da “quadra nazarena”. “Tais comidas ganham importância, pois estão associadas aos hábitos alimentares. Precisamos entender a importância da relação entre a mesa do Círio e o povo paraense, e o que significa ‘compartilhar’ esse almoço”, afirmou ela.

Segundo a pesquisadora, por meio da cultura alimentar, podemos entender aspectos socioeconômicos, simbólicos e religiosos de uma sociedade. No caso da culinária paraense, “a alimentação tem ancestralidade indígena e, ao longo do tempo, mesmo com inúmeras influências de outros países e povos, ela se mantém importante e chega ao século XX, com comida típica”, contextualizou.

A exaltação de produtos industrializados foi outro aspecto abordado na palestra, pois, de acordo com Sidiana, eles são responsáveis pela modificação de algumas receitas e, consequentemente, pelo desaparecimento de certos costumes. “Algumas receitas se perderam ao longo do tempo, porque a sociedade passou a ter predileção por produtos de fora. O que falta para reavivar a cultura dos alimentos regionais na nossa época?”, indagou a historiadora.

A palestra contou com a presença do público que estava presente na praça de alimentação do Paneiro. O gastrônomo e estudante de História Paulo Freitas disse que este é um assunto relevante para se tratar em um espaço de produção de conhecimento como as universidades. “É uma forma de trazer a população de Belém para dentro desse espaço e tentar reviver a nossa história alimentar. Com o passar do tempo, a gente vai perdendo esses fios da história. Ao ouvir profissionais como essa, entendemos como é construída a nossa cultura alimentar e como ela está inserida na sociedade paraense”, afirmou.

TEXTO: Viviane Tamyres - Comissão Local de Comunicação da 76ª da Reunião Anual da SBPC

FOTOS: Oswaldo Forte

Relação com os ODS da ONU:

ODS 4 - Educação de QualidadeODS 11 - Cidades e Comunidades SustentáveisODS 12 - Consumo e Produção Responsáveis

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