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TAMANHO DA FONTE

Cultura alimentar terá espaço garantido na 76ª Reunião Anual da SBPC

A cultura alimentar terá espaço garantido durante a 76ª Reunião Anual (RA) da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorrerá de 7 a 13 de julho, em Belém, na Universidade Federal do Pará (UFPA). Na tenda montada próximo ao Rio Guamá, o “Paneiro: Espaço da Cultura Alimentar” dará destaque para a culinária típica paraense e permitirá que as(os) participantes degustem os sabores da culinária regional e conheçam um pouco da história e das tradições que estão por trás de alguns preparos. 

O professor associado do Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares (Ineaf) da UFPA e membro da coordenação da Comissão de Alimentação da 76ª Reunião Anual da SBPC, Flávio Barros, explica que a escolha do nome dado ao espaço não foi à toa. Utensílio bastante utilizado pelas comunidades tradicionais e povos indígenas para carregar uma infinidade de produtos da floresta – desde castanhas até o próprio açaí –, o paneiro simboliza a reunião da diversidade que tanto representa a cultura alimentar paraense.

“O Paneiro [Espaço da Cultura Alimentar] tem uma diversidade enorme de espaços e atividades, a começar pela tenda que abrigará 40 estandes comercializando comida para consumo imediato”, explica o professor Flávio Barros. “Nós vamos trazer diversos grupos de chefes de cozinha, de cozinheiros, de comunidades tradicionais. Estarão conosco, por exemplo, algumas boieiras do Ver-o-Peso e agricultores batendo açaí na hora. Traremos um grupo de mulheres da Região do Salgado Paraense, de Curuçá, que vão comercializar caranguejo, mexilhão, peixe frito, bolinho de pirarucu”, detalha.

Entre as delícias que serão encontradas dentro do espaço do Paneiro, o professor destaca os sorvetes regionais, sucos naturais, pastéis de jambu e tucupi, além das conhecidas comidas típicas como pato no tucupi, maniçoba, peixe frito com açaí. “Esse espaço do Paneiro é para trazer essa ideia da nossa comida regional típica, uma comida étnica. A ideia é que os visitantes conheçam essa cultura alimentar amazônica, que é muito nossa. Então, toda essa diversidade de modos de comer, com os nossos frutos, nossos temperos, nossos cheiros e a nossa sociobiodiversidade amazônica, vai estar presente ali”.

Food trucksConsiderando que a Reunião Anual, tradicionalmente, recebe uma média de 30 a 40 mil pessoas como público, a organização do evento se preocupou em oferecer opções que agradem a todos os paladares, por isso o Paneiro garantirá um espaço reservado à instalação de 20 food trucks. Instalado às proximidades do Mirante do Rio, neste espaço os participantes poderão encontrar opções como coxinha, cachorro-quente, crepe, hambúrguer, pizza, refrigerantes, entre outros lanches. 

Restaurantes Universitários – Atendendo a um público também muito representativo, os dois restaurantes universitários do Campus do Guamá, o do Setor Básico e o do Setor Profissional, estarão funcionando durante a 76ª Reunião Anual. Em decorrência do grande volume de participantes, durante a Reunião os restaurantes funcionarão em horário estendido, das 11h às 15h, para o almoço; e das 17h45 às 20h15, para o jantar. 

Programação multidiversa

Para completar o Paneiro da 76ª Reunião Anual, o espaço também contará com uma programação multidiversa que se estenderá ao longo dos dias, iniciando pela manhã e encerrando apenas à noite. “Nós vamos ter rodas de conversa, cirandas de saberes, oficinas. Convidamos alguns chefes e alguns cozinheiros que estarão ministrando aulas show, inclusive com degustação. Temos a presença confirmada da Joanna Martins, do Tiago Castanho e da Mãe Josi de Oyá, que vai fazer uma aula show sobre acarajé com axé”, antecipa Barros. “Na parte das cirandas de saberes e rodas de conversa, teremos atividades que falam sobre temas como agroecologia, comida saudável, segurança alimentar, cultura alimentar, clima e alimento”.

No período da noite, o Paneiro também receberá apresentações de grupos culturais, com demonstrações do tradicional Samba de cacete, Cordão de Bichos, marujada, carimbó, afoxé, dança e cantoria indígena com as Suraras do Tapajós. “O Paneiro é tudo isso. É uma diversidade de atividades que girarão todas em torno do tema da Cultura Alimentar. É um espaço para a gente se encontrar e viver experiências sensoriais, de cheiros, de gostos, de sons, de sotaques”, resume o professor.

Participantes do Paneiro passam por formação

Para que toda essa diversidade gastronômica e cultural possa ser aproveitada durante a programação da 76ª Reunião Anual, todos os microempreendedores que participarão dos ambientes do “Paneiro: Espaço da Cultura Alimentar” passaram por formações ao longo do período de preparação para o evento. 

Dentro do ciclo de treinamentos, houve uma formação específica oferecida pela Vigilância Sanitária da Prefeitura Municipal de Belém. Um diálogo com os microempreendedores que já vem sendo realizado há bastante tempo como parte do planejamento estratégico para que tudo esteja alinhado no período do evento.

Responsável por ministrar o treinamento, a nutricionista efetiva da Vigilância Sanitária da Sesma e professora universitária, Yamila Alves, explicou que as boas práticas de manipulação garantem maior segurança a quem irá consumir os alimentos comercializados durante o evento. “Todos os manipuladores precisam estar aptos a como manipular o alimento de forma adaptada e completa, seguindo as normas que são exigidas. Então, hoje, o papel da Vigilância Sanitária, a convite da organização da Reunião da SBPC, é justamente dar esse treinamento para que cada manipulador saiba da responsabilidade dele em relação à manipulação dos alimentos e, assim, possa fazer uma atuação dentro das boas práticas e também ter a possibilidade de oferecer alimentos sem risco nenhum para quem estiver dentro da SBPC”. 

Durante a formação, os participantes ainda foram orientados quanto ao gerenciamento adequado dos resíduos que serão gerados durante a produção das refeições. A CEO do Composta Belém, startup de impacto socioambiental positivo sediada no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT-Guamá), Samantha Chaar, explicou que não apenas os manipuladores de alimentos, mas também todo o público da reunião anual serão envolvidos nesse gerenciamento dos resíduos.

“Um evento como esse, com esse patamar, sendo realizado na Universidade Federal do Pará, na cidade sede da COP30, nada melhor do que a gente introduzir essa preocupação, essa responsabilidade ambiental”, avalia. “Fomos acionados para ver como a gente poderia incluir essa responsabilidade durante o evento, mas envolvendo todo mundo, desde a comissão até os restaurantes, os permissionários, os próprios palestrantes e os convidados. Então, todo o evento vai ter sinalização ambiental para a gente poder dividir as três frações de resíduos: os rejeitos, que a gente não coleta, os orgânicos e os recicláveis”. 

Patrocínio – O Paneiro: Espaço da Cultura Alimentar funcionará desde as , quando ocorrem as apresentações dos grupos musicais.  O espaço conta com patrocínio da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, e do Ministério das Mulheres.

Paneiro: Espaço da Cultura Alimentar
Destaque para culinária e programação multidiversa com rodas de conversa, cirandas de saberes, oficinas e apresentação de grupos culturais.
Local: Universidade Federal do Pará (UFPA), Campus do Guamá
Horário: Das 9h às 20h
Programação gratuita

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