O mês de fevereiro contará com uma comemoração especial para o Curso de Letras-Libras da Universidade Federal do Pará. No dia 28, o curso completará 15 anos formando profissionais educadores para a missão de lecionar aulas de Libras, principalmente para pessoas surdas, como primeira ou segunda língua, e aulas de português em sua forma escrita. A celebração contará com uma programação especial, aberta para o público.

O curso de Letras-Libras foi criado no ano de 2010, abrindo 40 vagas para o ano letivo de 2011, em regime intensivo. O curso começou no Campus Soure da UFPA, no arquipélago do Marajó. Inicialmente, as aulas contavam com quatro docentes efetivos: Alexandre Maurício, Maria Lizete Sobral, Waldemar Cardoso e Ellen Susan. No entanto percebeu-se que os estágios supervisionados eram escassos nas escolas de Soure, diferentemente das  de Belém, onde as escolas públicas já vinham implantando políticas de inclusão de pessoas surdas. Então, o curso de Letras-Libras se mudou para a capital e, desde 2012, integra o catálogo de cursos ofertados pelo Instituto de Letras e Comunicação da UFPA, o ILC.

Hoje, o curso conta com nove docentes, sendo três deles surdos. Desses nove professores, seis são doutores, dois doutorandos e um mestre. Já o quantitativo de alunos gira em torno de 165, que estão matriculados no Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA), ainda sem contabilizar as(os) calouras(os) aprovadas(os) no Processo Seletivo 2025, que, até o momento, estão em torno de 27 estudantes.

Para o coordenador do curso, professor Huber Kline, o crescimento do interesse pelo curso é resultado da importância estratégica do curso de Letras-Libras para a ampliação do número de professores na Amazônia paraense. “Por ser um curso do regime intensivo (antigo intervalar), nós recebemos discentes de diversas localidades do Pará, que vêm estudar aqui nos meses de janeiro/fevereiro e julho/agosto. Nós já temos egressos atuando como professores de Libras, por exemplo, no Marajó (Portel, Curralinho, Salvaterra e Soure), na região do Tapajós (Monte Alegre), na região de Carajás (Goianésia do Pará), além de vários professores que atuam em Belém e nas cidades vizinhas, como Ananindeua, Marituba, Castanhal, Abaetetuba, Bragança, entre outras”, aponta Kline.

Atualmente, além de atuar na formação discente, a coordenação do curso também atua, em parceria com a Diretoria de Acessibilidade (Dacess) da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (Proaes), no acompanhamento do percurso acadêmico para assegurar a permanência dos discentes até a conclusão da graduação. Outra ação adotada é uma parceria com escolas públicas para o desenvolvimento de estágios, em diálogo com associações de surdos e de intérpretes/tradutores de Libras da região, visando à melhoria da educação e a inclusão de estudantes surdos na Amazônia paraense.

“O curso assume uma posição estratégica não somente na formação dos egressos dele que serão multiplicadores dessa política, como também na formação de uma parcela grande de alunos que se desloca do interior do Pará e que se tornará referência importante no processo de interiorização de conhecimentos sobre a Libras e humanização em regiões afastadas dos grandes centros”, pontua o coordenador do Curso de Letras-Libras do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), Alexandre Azevedo.

Comemoração – A programação da comemoração dos 15 anos do curso, que ocorrerá no dia 28 de fevereiro, contará com palestras sobre educação de surdos e Libras, exposição de banners e fotografias, exibição de documentários e sorteio de brindes aos convidados. O evento ocorrerá no Auditório Setorial Básico 2, na UFPA Campus Guamá. 

“Penso que celebrar os 15 anos é algo magnífico, pois mostra que a UFPA vem acompanhando os debates que, há mais de duas décadas, acontecem no Brasil em torno da Libras e da Educação de Surdos. Desde que a Lei de Libras – 10.436/2002 – foi sancionada, as comunidades surdas do Brasil vêm, a cada dia, reivindicando melhorias em diversas esferas sociais, sobretudo na educacional. São décadas de lutas em prol de uma melhor qualidade da educação básica e superior”, ressalta Huber Kline.

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