Como forma de promoção da igualdade de gênero e do incentivo à participação feminina nos negócios, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu a data 19 de novembro como o “Dia do Empreendedorismo Feminino” a fim de homenagear as mulheres que exercem um papel de liderança importante para o desenvolvimento econômico global. Na UFPA, as mulheres vêm ganhando cada vez mais espaço na produção de pesquisas e projetos da universidade.
“Sempre me identifiquei muito com questões de liderança, trabalho com impacto, com comunidades, eu sempre tive isso muito forte dentro de mim. E poder juntar, por exemplo, o meu grande amor pela comunicação, que, hoje em dia, é o que me move, com a minha outra paixão, que é a Enactus, que mostrou muito do meu propósito profissional e pessoal, é muito significativo, é muito potente. E espero que isso ecoe por muitos outros ciclos e organizações dentro da Universidade. Que muitas outras meninas negras possam acreditar que é possível ocupar tantos espaços com excelência”, aspira Laysse Sousa, líder do Departamento de Marketing do Enactus na UFPA.
Organização sem fins lucrativos voltada para a formação de líderes universitários que desejam propagar o avanço nos setores econômico e sustentável por meio do empreendedorismo social, desde a sua criação, em 2014, a Enactus tornou-se responsável por desempenhar diversas atividades que buscam impactar positivamente as comunidades da Amazônia, o que fortaleceu o seu legado não apenas no Pará, mas também em outros estados, contribuindo expressivamente para os resultados da organização em âmbito nacional.
Um exemplo de atividade desenvolvida, neste contexto amazônico, dentro da UFPA, é o Projeto Biolume, coordenado pela estudante Adriely Raiol. O projeto tem o intuito de implementar processos para a conversão de óleo residual em biocombustível renovável e fornecer energia limpa e sustentável para a população, por meio de postes fotovoltaicos híbridos.
“Para mim, liderar o Biolume como uma mulher amazônida é tanto uma responsabilidade quanto uma realização pessoal. Cresci vendo de perto o valor e a importância da nossa região e estar à frente de um projeto que busca soluções sustentáveis para as nossas comunidades me permite retribuir um pouco do que a Amazônia representa para o mundo. Também acredito que ocupar esse espaço ajuda a inspirar outras mulheres da região a se verem como agentes de mudança, mostrando que somos capazes de liderar projetos inovadores que fazem a diferença para o meio ambiente e para as nossas próprias comunidades. É gratificante pensar que estamos construindo um futuro mais sustentável e inclusivo juntas”, realça Adriely.
Somado a essas inovações sustentáveis, outro projeto do Time Enactus desenvolvido na Universidade é o Aruanas, liderado pela estudante Amanda Monteiro, o qual tem o objetivo de valorizar os insumos da biodiversidade amazônica pela criação de produtos alimentícios que integram ingredientes locais de agricultores familiares, localizados em Vigia de Nazaré, no nordeste do Pará. Entre os últimos resultados destacados pela líder do projeto, estão: a construção de três composteiras com a comunidade e o aumento de 10% no faturamento mensal das famílias parceiras.
“Ser uma líder feminina amazônida à frente de um projeto que é ‘da Amazônia, para a Amazônia e na Amazônia’ é um privilégio imenso. É gratificante poder aplicar, na prática, os conhecimentos adquiridos durante a graduação e, ao mesmo tempo, aprimorá-los em um contexto tão relevante. Esse papel também carrega a responsabilidade de representar e fortalecer a voz feminina em um espaço que valoriza nossa identidade, nossa cultura e nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável da região”, pontua Amanda.
Hoje, além dos Projetos Biolume e Aruanas, todo o Time Enactus da UFPA mantém suas atividades lideradas por mulheres, resultando em um impacto significativo para a produção feminina na Instituição. “Eu, genuinamente, acredito que a construção desse comitê de liderança é um ato revolucionário. Porque, quando falamos sobre a ocupação de cargos de liderança feminina, é uma discussão que ainda é muito restrita, poucas vezes temos essa representatividade e, quando a gente fala sobre mulheres amazônidas, é um cenário ainda pior. Ter esse comitê de liderança 100% feminino simboliza o protagonismo e a luta contínua por equidade de gênero e a força da mulher nortista. Eu sou muito grata por fazer parte disso, de aprender com outras mulheres, de me inspirar nelas e poder inspirar outras também. É único, é revolucionário, é representativo!”, finaliza Laysse.