De 2 a 4 de junho, ocorre a 35a edição do Fórum de Coordenadores e Coordenadoras dos Campi da Universidade Federal do Pará (UFPA), no auditório da Casa de Cultura Fonte do Caranã, em Salinópolis. Dirigentes e servidores dos campi e da Administração Superior da UFPA reúnem-se para discutir as ações e políticas multicampi da Instituição.
Na mesa de abertura do encontro, estiveram presentes o reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, o vice-reitor Gilmar Pereira da Silva, a coordenadora do Fórum de Coordenadores e Coordenadoras dos Campi da UFPA, Rosa Helena Oliveira, e o coordenador do Campus Universitário de Salinópolis, Lindomar Miranda Ribeiro.
O professor Lindomar Ribeiro e a professora Rosa Helena celebraram a realização do fórum de forma presencial, após dois anos de pandemia, e deram as boas-vindas aos dirigentes e aos servidores participantes. O vice-reitor Gilmar Silva exaltou o caráter de coletividade que o fórum constrói há décadas: “Este fórum é símbolo de uma gestão coletiva. Sempre saímos mais fortalecidos e nos sentimos como uma universidade só. Me orgulho muito de fazer parte quase desde o início do fórum”.
O reitor Emmanuel Tourinho agradeceu e parabenizou a contribuição e o apoio de todos os campi na gestão da Universidade durante a pandemia. “Hoje podemos dizer que tomamos as decisões certas, nos momentos certos, e fizemos tudo o que era possível para manter e fortalecer a Universidade nos últimos anos. Em todo esse período, sempre tivemos a parceria dos dirigentes e servidores dos campi. Coletivamente, conseguimos atravessar esse que foi um dos períodos mais difíceis e desafiadores da nossa história”.
A professora Rosa Helena ainda fez uma homenagem ao professor Doriedson Rodrigues, ex-coordenador do Campus Universitário do Tocantins – Cametá e ex-coordenador do fórum. O professor, emocionado, agradeceu e destacou: “Este espaço do fórum evidencia como somos uma unidade na diversidade. Esse espaço é produto da vivência e dos territórios dos campi”.
Desafios da Universidade – Na sequência da abertura, o reitor Emmanuel Tourinho conversou com os participantes sobre alguns desafios da Universidade atualmente. Iniciou falando sobre os cortes sucessivos nos orçamentos das universidades federais, assim como o recente bloqueio de 28 milhões no orçamento discricionário da UFPA, além do bloqueio de 2,9 bilhões no orçamento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.
“O novo bloqueio inviabiliza o funcionamento da Universidade. Mas não aceitamos parar. A Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) está se mobilizando, já reuniu com o MEC, mas ainda não temos uma resposta concreta. Temos a expectativa de negociar também com o Congresso Nacional para encontrar uma solução legislativa para recuperar esses valores. O bloqueio, neste ano, tem relação com o teto de gastos, não com dificuldades de arrecadação, diferente dos anos anteriores, e a solução para recuperar o orçamento tende a ser mais complexa”, explicou o reitor.
Apesar das dificuldades orçamentárias, o reitor garantiu que continuará priorizando a assistência estudantil e os Programas de Ensino, Pesquisa e Extensão e pediu que os dirigentes dos campi informem os estudantes sobre os esforços para manter os atuais investimentos em assistência estudantil.
Emmanuel Tourinho também pediu especial atenção da comunidade dos campi à possibilidade de evasão, que cresceu em todo o sistema de ensino superior e também na UFPA, no período pandêmico. Explicou, ainda, os desafios para a oferta e ocupação de novas vagas nos processos seletivos da Instituição, pedindo o engajamento de todos para que a Universidade acolha, da melhor forma possível, os estudantes e dê o suporte necessário para que possam permanecer, cursar com qualidade e concluir os cursos.
No diálogo com o reitor, os dirigentes agradeceram os esforços e apoios da Administração Superior e discutiram desafios em várias áreas, como a complexidade dos processos seletivos, a melhoria do processo de habilitação dos estudantes, os indicadores de qualidade do ensino, entre outros temas.
Discussão – No primeiro dia do fórum ainda foram discutidas as políticas de ensino de graduação e pós-graduação e de assistência estudantil. A pró-reitora de Ensino de Graduação, Marília Ferreira, e a diretora de Apoio a Docentes e Discentes (DADD/Proeg), Joelma Morbach, abordaram os desafios da transição do ensino remoto ao presencial e apresentaram as ações do plano anual de acompanhamento da graduação em curso e os indicadores de qualidade do ensino que estão sendo monitorados para basear as ações nessa área.
Apesar da queda nas taxas de alguns indicadores, as professoras destacaram que o decréscimo ainda foi inferior ao de outras instituições de igual porte e agradeceram os esforços de todas as unidades que contribuíram para que esses resultados não fossem mais afetados pelo contexto da pandemia. Taxa de sucesso, evasão, retenção, oferta anual de componentes e turmas, matrículas, aproveitamento discente e tempo de conclusão foram alguns dos indicadores discutidos.
O professor Luís Maués, vice-coordenador do Campus Universitário de Altamira, apresentou algumas demandas e sugestões dos campi para melhoria da gestão acadêmica descentralizada pelos campi. E a diretora do Centro de Registros e Indicadores Acadêmicos (CIAC), Julieta Jatahy, explicou as possibilidades e os entraves para a adoção de algumas estratégias, assim como as mudanças solicitadas que já estão em andamento.
O superintendente de Assistência Estudantil da UFPA (Saest), Ronaldo Araujo, apresentou as ações e os programas de assistência estudantil, a partir do trabalho da Saest e das Diretorias de Assistência Estudantil (Daest) que integram hoje a estrutura organizacional dos campi. Falou do novo Cadastro Geral de Assistência Estudantil (Cadgest) que visa facilitar o acesso dos alunos aos programas de assistência. Discutiu também o desafio da alimentação estudantil nas universidades diante das restrições orçamentárias e do aumento da vulnerabilidade social dos discentes.
Por fim, sensibilizou os participantes a engajarem-se no cuidado à saúde mental na Universidade. Para além da oferta dos serviços de apoio e atendimento psicológico, refletiu: “A UFPA é conhecida por ser um território de liberdade, mas é necessário também ser um território acolhedor, promover a integração/pertencimento dos estudantes, promover uma cultura de acolhimento, uma alegria cultural, pois a vulnerabilidade dos nossos estudantes não é apenas econômica”.
Ainda no primeiro dia, a professora Iracilda Sampaio, pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPA, falou sobre a interiorização da pós-graduação e os programas de apoio à pesquisa na UFPA. Também fez um panorama de políticas específicas voltadas à criação de novos cursos e à formação de mestres e doutores nos campi, como o Programa de Apoio à Qualificação de Servidores Docentes e Técnico-Administrativos (PADT).
A pró-reitora também apresentou a proposta de um novo programa, inicialmente chamado Programa para Expansão da Pós-Graduação (PEX-PG), que visa estimular a oferta de turmas para atender à demanda social dos municípios, estreitando a parceria dos PPGs de Belém com os campi da UFPA, fortalecendo a cultura da pós-graduação.
Nos próximos dias, serão discutidas políticas de internacionalização, planejamento, orçamento, infraestrutura, extensão, integração regional e movimentação de pessoal.
Texto: Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Fotos: Alexandre de Moraes – Ascom/UFPA