O Polo Mercedários UFPA recebeu a visita de uma comitiva do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liderada pela diretora Socioambiental do órgão, Tereza Campello. A instituição financeira aprovou, este ano, a destinação de R$ 36,3 milhões para o restauro e a revitalização do Polo Mercedários UFPA, em espaço cedido à UFPA, pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU), em 2018, e da Igreja das Mercês, que integram o complexo arquitetônico localizado na região central de Belém.
A equipe do BNDES foi recepcionada pelo reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, e pelas professoras Thais Sanjad, idealizadora do Laboratório de Conservação, Restauro e Reabilitação (Lacore) e diretora do Polo Mercedários UFPA; Roseane Norat, diretora da Faculdade de Conservação e Restauro (Facore); e Flávia Palácios, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Patrimônio Cultural (PPGPatri).
O projeto de restauro do Polo Mercedários UFPA foi submetido a um edital público aberto pelo BNDES em 2021 e aguardava aprovação final para liberação do financiamento, o que ocorreu em junho deste ano. Os recursos do banco são não reembolsáveis e provêm da iniciativa “Resgatando a História”, que visa ao apoio à recuperação do patrimônio histórico material, imaterial e de acervos memoriais de todo o país. O projeto encontra-se nos trâmites burocráticos finais. A expectativa é que as obras iniciem até dezembro.
Para Tereza Campello, “a restauração do conjunto Mercedários, que já estava prevista, agora merece um novo olhar, com Belém como sede da COP-30 em 2025. O espaço é uma joia da cidade e será restaurado para benefício da população local. O plano é que também possa ser integrado às atividades da Conferência do Clima das Nações Unidas”, projetou.
A professora Roseane Norat destacou a importância do novo Complexo como espaço para transmissão do conhecimento científico e formação especializada e comemorou a oportunidade de qualificação – a partir do patrimônio – do turismo, da cultura, da economia criativa e de outros serviços. “Essa é uma construção aberta. Estamos em obra e temos atividades de ensino e pesquisa em execução normalmente. A expectativa é esta, que as pessoas possam visitar e acompanhar de perto o processo de recuperação desse bem histórico”, afirmou a professora.
A UFPA já investiu no local recursos próprios e de emendas parlamentares para o início das atividades acadêmicas. O investimento custeou despesas com infraestrutura e pessoal. A Universidade ainda designou servidores docentes e técnico-administrativos, além de equipes terceirizadas de portaria, segurança e limpeza para viabilizar as atividades no local.
Para o reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, “não resta dúvida de que o Polo Mercedários UFPA será um equipamento acadêmico e cultural de enorme valor para a população de Belém e visitantes. Agradecemos a confiança do BNDES em investir na universidade pública, como instituição qualificada para desenvolver um projeto desse porte, com significativo impacto para a preservação, a conservação e o restauro do patrimônio cultural amazônico”.
Visita – Na sequência da programação, a comitiva do BNDES visitou os espaços em funcionamento no Polo Mercedários UFPA. As(Os) convidadas(os) puderam conhecer alguns Laboratórios de Ensino e Pesquisa, auditórios, salas de aulas, secretaria integrada e espaços de estudo e convivência para as(os) alunas(os).
Também foi possível visitar a exposição “Olhares e conexões: o acervo do Lacore”, com peças do acervo do Lacore e de resultados de atividades acadêmicas das(os) estudantes, como azulejos, tijolos, troféus, vitrais, objetos metálicos, entre outros.
A visita terminou na Igreja Nossa Senhora das Mercês. “Esta é uma obra que destaca a memória e também viabiliza a vivência da fé dentro do contexto de valorização do patrimônio cultural”, pontuou o monsenhor Agostinho Cruz, vigário-geral da Arquidiocese de Belém.
Projeto de restauro – O projeto financiado pelo BNDES abrange, além do Polo Mercedários, a Igreja de Nossa Senhora das Mercês e foi elaborado pela equipe do Lacore. A coordenação é das professoras Roseane Norat, Flávia Palácios e Thais Sanjad.
O restauro do conjunto arquitetônico inclui novas instalações elétricas, hidrossanitárias, de drenagem pluvial e esgoto, além de acessibilidade, segurança e combate a incêndios. Também está prevista a aquisição de equipamentos para o Lacore da UFPA.
Após finalizado, o Complexo dos Mercedários abrigará, além das atividades acadêmicas, a nova Galeria de Arte da UFPA (GAU), uma livraria da Editora da UFPA (ed.ufpa), um projeto de ensino da Escola de Música da UFPA (EMUFPA), dois auditórios, com capacidade total para 240 pessoas e um espaço expositivo. No local, deve funcionar, ainda, o primeiro Museu de Ciências do Patrimônio Cultural da Amazônia, que contará a história da edificação e da cidade, em conexão com as pesquisas e com o acervo do Lacore, e a Escola Oficina de Conservação e Restauro da Amazônia, com a função de formar recursos humanos especializados.
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Texto: Edmê Gomes – Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Fotos: Alexandre de Moraes – Ascom UFPA