Os curtas-metragens de dois estudantes do Curso de Cinema e Audiovisual da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal do Pará (FAV-UFPA) foram contemplados com o Prêmio “Orlando Senna ao Curta-Metragem Brasileiro”. O prêmio, realizado por meio de uma parceria entre a Universidade Federal de Pelotas, a Fundação Delfim Mendes Silveira, o Fórum Brasileiro de Ensino de Cinema e Audiovisual (Forcine) e o Ministério da Cultura (MINC), contempla dois curtas de cada região do Brasil.
O Prêmio “Orlando Senna ao Curta-Metragem Brasileiro” tem o objetivo de reconhecer a contribuição da produção universitária ao cinema brasileiro e estimular o desenvolvimento de novos talentos, incentivando suas carreiras profissionais e a composição de catálogo de obras audiovisuais universitárias para uso pedagógico. Os curtas-metragens premiados foram escolhidos com base nos critérios dispostos no edital, com uma escala de nota que vai de 0 a 15 pontos.
Na Região Norte, quem levou a premiação foram os estudantes Filipe Rodrigues e Brenda Lopes, ambos da Faculdade de Cinema e Audiovisual da UFPA. Os trabalhos resultaram dos seus respectivos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC). Brenda venceu com o curta APOPTOSIS, o qual conta a história de Deni, que enfrenta, sozinha, a perda de sua noiva, em um mundo em que um vírus dizimou quase todas as vidas humanas da Terra. Já Fillipe, que venceu com O filho do homem, conta a história de dois homens que vivem juntos em uma casa antiga, em que ambos são partes opostas que se sucedem enquanto o fogo renova continuamente a natureza.
APOPTOSIS – Para a diretora Brenda Lopes, a realização do curta foi um desafio exaustivo, visto que foi realizado de maneira individual, com aproximadamente nove meses para a concepção criativa de roteiro e pré-produção e seis meses para a produção e animação do filme de 15 minutos. Então, hoje, poder ter esse reconhecimento de uma premiação importante “é um sentimento de outro mundo”, define.
“Eu só tinha como foco terminar a obra e me graduar. Mas ter esse reconhecimento muitos meses depois me enche imensamente de gás e muito ânimo para fazer ainda mais filmes. Outro sentimento predominante é esta ardente gratidão por todos que tornaram possível esta premiação, a qual, neste momento, é meu ápice de carreira. Eu, realmente, só fiz o filme, mas todos ao meu redor, no meio acadêmico, são responsáveis pelas exibições, mostras, festivais, convites e divulgação do meu curta animado. É uma gratidão que movimenta muito”, diz a estudante.
E conclui dizendo: “O mais legal, para mim, é pensar que nada disso estaria acontecendo agora se eu não tivesse insistido que seria possível desde o começo. É persistência do início ao fim, essa é a marca do cineasta paraense”. O curta APOPTPOSIS ficará disponível no canal “Tecnobrenda”, no YouTube, somente no ano de 2025, porém já é possível conferir o trailer aqui.
O filho do homem – Já Fillipe Rodrigues ressalta o sentimento de felicidade pelo reconhecimento de um trabalho realizado com muitas dificuldades, já há quase cinco anos, mas contou com o apoio de muita gente para a locação de equipamento, de um edital de financiamento e dos professores do curso. “Foi um esforço grande, com muita ajuda, que rendeu bons frutos, e ainda rende até hoje, com esta premiação depois de alguns anos”.
Para acessar o curta O filho do homem, de Fillipe, basta clicar aqui. O curta está disponível em exibição gratuita, no canal Mostra Sesc Aldir Blanc – Secult Pará, no YouTube.
Orlando Senna – A premiação é uma homenagem ao cineasta, roteirista e jornalista baiano Orlando Senna, reconhecido por sua contribuição ao audiovisual do Brasil. Em parceria com Jorge Bodanzky, assinou e roteirizou grandes obras do audiovisual brasileiro, além de ter sido um dos fundadores da Escola Internacional de Cinema e Televisão de San Antonio de Los Baños. Também criou e dirigiu o Curso de Dramaturgia Audiovisual e Roteiro do Centro de Capacitação Cinematográfica do México e foi secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, de 2003 a 2007. Em 2007, assumiu a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e, entre 2008 e 2015, presidiu a Televisión América Latina (TAL).