O Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará (NAEA/UFPA) completa, em 2023, 50 anos de história. Neste meio século de existência, o Núcleo se propõe a produzir pesquisas e projetos que pensem o desenvolvimento da região amazônica com a solução dos problemas enfrentados pelas comunidades locais. Este foi um dos primeiros núcleos da Região Norte a criar um programa de pós-graduação, o qual, em 2022, alcançou nota 7 na avaliação da Capes.
Para comemorar este marco, o Núcleo realiza o 3º Simpósio Internacional de Interdisciplinaridade, Sustentabilidade e Desenvolvimento, no Campus Guamá da UFPA. O evento busca relembrar a história do NAEA e promover o debate das pesquisas desenvolvidas sobre a região amazônica. A mesa de abertura foi desenvolvida no dia 20 de novembro de 2023 e contou com a participação do vice-reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva; do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Ricardo Galvão; do superintendente da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), Paulo Rocha; do diretor da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisa, Marceu Botelho; do diretor do NAEA, Armin Mathis; e da diretora-adjunta do NAEA, Mirleide Chaar Bahia.
Durante a mesa, o vice-reitor da UFPA, Gilmar Pereira, destacou a importância do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos: “É muito importante perceber que núcleos como o NAEA, da UFPA, repensam o Brasil e a ciência brasileira para produzir diálogos sobre a Amazônia, com base nela própria. O NAEA já apresenta um programa de pós-graduação avaliado com nota 7 da Capes e já é reconhecido como referência de excelência nacional e internacional para pesquisa, ensino e tecnologia, que se preocupa com o nosso solo, nossos rios, nossas florestas, animais, mas também pensa nas pessoas e comunidades que habitam a nossa região”.
O diretor do NAEA, Armin Mathis, sintetizou o objetivo do núcleo: “Creio que existe um consenso sobre a imagem do NAEA, nós temos um compromisso com a região amazônica e pensamos as nossas atividades de ensino e pesquisa para contribuir com o desenvolvimento regional, com responsabilidade global. O NAEA se transformou de um instituto de apoio para uma política estatal de desenvolvimento para um instituto que acompanha atentamente as consequências das ações, ou falta de ações, do poder público dentro da Amazônia”.
“A pós-graduação na Região Norte foi criada para suprir as demandas de profissionais qualificados durante os projetos desenvolvimentistas do Governo Militar, que tinha como lema ‘ocupar para não entregar’. Na época, só se pensava na terra e nos recursos da região amazônica, e não se pensava no povo da região e nos impactos ambientais que poderiam ser causados pelos grandes projetos. Hoje, a sociedade mudou e a produção acadêmica acompanha essa mudança, e é indispensável pensar em projetos de desenvolvimento que sejam sustentáveis, como faz o NAEA”, destacou Paulo Rocha, da Sudam.
50 anos do NAEA – O Núcleo de Altos Estudos Amazônicos foi criado em 1973. E nesses primeiros 50 anos de atuação, foi se desenvolvendo na promoção de cursos de mestrado, doutorado e especializações, que se comprometem com a terra, com a fauna e com as populações tradicionais, indígenas, quilombolas e ribeirinhas que habitam a região da pan-amazônia.
Em 2022, o seu curso de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável em Trópico Úmido alcançou nota 7 na avaliação quadrienal da Capes, evidenciando a qualidade do trabalho desenvolvido dentro do núcleo, em favor da região. Hoje, ele conta com egressos comprometidos com o desenvolvimento de suas respectivas regiões que atuam, inclusive, nas funções de docentes, coordenadores e diretores de outras instituições de ensino e pesquisa como a Ufra, a Embrapa, a UFMA, a UEMA, entre outros.
Em mesa-redonda realizada durante o primeiro dia de evento, a presidente da Capes, Mercedes Bustamante, destacou o crescimento dos cursos de pós-graduação de mestrado e doutorado em todo o Brasil, mas a Região Norte ainda apresenta um número menor do que a média nacional. Em busca de mudar esse cenário, o NAEA já formou mais de mil especialistas, 320 doutores e 500 mestres, e tem trabalhado na expansão de seus programas de pós-graduação para além do Campus Guamá, como já faz no Campus Bragança.
Outro avanço que também tem sido trabalhado no núcleo é a interiorização de sua pós-graduação, tendo já duas turmas em atividades de pesquisa no Campus Bragança, a ampliação dos projetos de extensão, a inserção de discentes da Universidade nas redes de pesquisa internacional para o desenvolvimento de parcerias com outras instituições e a realização de doutorado sanduíche, por exemplo.
Texto: Jambu Freitas – Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Foto: Alexandre de Moraes – aSCOM/ufpa