Com o objetivo de compartilhar conhecimentos e discutir aprendizados sobre o desenvolvimento da cadeia de valor do mel de abelhas sem ferrão, o Museu Paraense Emílio Goeldi recebe o Simpósio: Abelhas sem ferrão e a Sociobiodiversidade, no próximo dia 2 de agosto, no Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, do Parque Zoobotânico, em Belém, Pará.
Além da apresentação dos resultados do Programa Néctar da Amazônia nos seus 12 anos de trabalho, haverá também debates com os representantes de instituições parceiras do Programa – Embrapa, Universidade Federal do Pará, Instituto Tecnológico Vale –, produtores, especialistas, pesquisadores e participantes da cadeia de valor. Entre as temáticas debatidas, destacam-se: as melhores práticas desta tecnologia social; a formalização da atividade e do produto; os desafios para a ciência; e a comercialização. O foco principal é orientar as políticas públicas de conservação e produção para a disseminação da atividade.
O evento conta com alguns dos maiores especialistas na meliponicultura no Brasil, como a doutora Vera Imperatriz Fonseca, do Instituto Tecnológico Vale, Jerônimo Villas Boas e Fernando Oliveira.
Néctar da Amazônia – O Programa, desenvolvido pelo Instituto Peabiru e parceiros, visa o fortalecimento da cadeia de valor do mel de abelhas sem ferrão da Amazônia. Apesar de conhecida há milhares de anos, a atividade não faz parte da rotina da imensa maioria dos agricultores e raramente é realizada em escala comercial. A sua importância reside na capacidade de gerar trabalho e renda a populações tradicionais, a partir de um produto da sociobiodiversidade, ao mesmo tempo em que combate a destruição de habitats naturais, o desmatamento e as queimadas, e contribui para a conservação da biodiversidade.
Ele se caracteriza como uma atividade com forte componente de gênero, pois pode ser realizada por mulheres junto à casa, no quintal, e garantir melhor posição da mulher nas decisões da família, controle da renda e segurança alimentar. Pode, ainda, propiciar novas formas de gerar renda local a jovens, evitando a migração.
Produtos – Além do mel e de venda de colmeias como produtos imediatos, o programa oferece um conjunto de serviços ambientais, com destaque para a polinização, com impacto direto na produção agrícola e florestal, inclusive de espécies de interesse comercial (açaí, cacau, cupuaçú e frutas etc.), bem como para a conservação e restauração de áreas degradadas. Novos produtos, como o própolis, e diferentes formas de apresentar o mel prometem movimentar o mercado em breve.
A descoberta do mel de abelhas sem ferrão pelo mercado gourmet e o crescente hobby de criação destas abelhas apresentam-se como oportunidade de negócio complementar, que se soma às atividades tradicionais da agricultura familiar. Apenas no universo amazônico a meliponicultura poderia contribuir para mais de 1 milhão de famílias de indígenas, quilombolas e povos e comunidades tradicionais, em sua maioria excluídos, isolados e abaixo da linha da pobreza.
Histórico – O Néctar da Amazônia foi pioneiro no Brasil no processo de licenciamento da atividade junto ao SISFauna (no Pará operado pela Semas e no Amapá pela Sema), uma vez que se trata de criar espécies da fauna brasileira e espera difundir a importância do licenciamento. O Néctar da Amazônia também visa a plena legalidade da comercialização do mel e derivados, seja como produto artesanal estadual ou com selo de inspeção federal, para que se alcance o mercado de maneira segura e identificado.
A parceria com a Embrapa Amazônia Oriental permite uma série de aprendizados no desenvolvimento científico e tecnológico, a partir de um panorama com diferentes contextos socioambientais, em prol de oferecer tecnologias simples, de fácil implementação e manejo e de baixo custo, para que a meliponicultura esteja efetivamente presente no bioma Amazônia. Já com a Universidade Federal do Pará foi iniciado um processo de identificação genética das abelhas, por meio do barcode das espécies paraenses e estamos em busca de novas parcerias científicas.
Serviço:
Simpósio Abelhas sem ferrão e a Sociobiodiversidade – Tecnologias sociais para a meliponicultura na Amazônia Oriental
Dia: 2 de agosto (quinta-feira)
Local: no Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi em Belém, Pará (acesso pela Travessa 9 de Janeiro).
Horário: Das 08h (Café da manhã) às 16h
Inscrições gratuitas: (91) 98150-1382 ou pelo e-mail: daissa@peabiru.org.br
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Texto e foto: Divulgação