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TAMANHO DA FONTE

Experiência “Planetários” une contos indígenas à astronomia na SPBC Jovem

Ser criança é imaginar mundos e possibilidades diversas. Talvez seja por esse motivo que os pequenos fiquem tão encantados quando o assunto são planetas, estrelas e constelações. Durante a 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a experiência imersiva ‘Planetários’, localizada na Tenda SPBC Jovem, oferece a jovens, crianças e adultos a oportunidade de conhecer e se encantar ainda mais pelo mundo da astronomia.

O espaço conta com dois domos infláveis que simulam a vista de constelações e planetas a olho nu. José Roberto Silva, professor e diretor do Centro de Ciências e Planetário do Pará, conta que as sessões são fruto das pesquisas realizadas na Universidade do Estado do Pará (UEPA), à qual o Planetário é vinculado. “Esta é uma oportunidade de o público conhecer mais um pouco das pesquisas que realizamos nas universidades e nos planetários. Também é uma boa chance para o público conhecer a astronomia de uma forma lúdica”, conta o diretor.

Fotografia da parte interna de uma tenda. No primeiro plano, há uma fila com diversas pessoas. No fundo, um circulo azul inflável que imita a esfera de um planeta.

As sessões duram de 20 a 25 minutos, em média, e têm capacidade para 40 pessoas. A equipe que faz parte da atividade é diversa e multidisciplinar, contando com profissionais, pesquisadores e técnicos da física, biologia, matemática, química, acessibilidade e assessoria pedagógica.

As filas para participar da experiência mostram que a procura do público tem sido grande. A artesã Isadora, de 29 anos, conta que ficou sabendo da experiência no colégio da filha e resolveu trazer a pequena Charlotte para conhecer o Planetário itinerante. “Eu quero que ela tenha uma vivência de ciência bem maior da que eu tive na idade dela, por isso resolvi trazê-la. Aproveitamos e trouxemos amigos e primos, pois, com amigos, tudo fica diferente,  tudo fica melhor”, afirma a mãe.

Adaptação para lendas indígenas – Além do Planetário do Centro de Ciências e Planetário do Pará, integra também a experiência imersiva o Planetário itinerante do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), do Ministério da Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (MCTI/RJ). Apesar de rodar inúmeros estados e cidades com a experiência, os coordenadores contam que a participação, durante a programação da SPBC, tem sido única. Segundo Jackson de Farias, planetarista, físico e bolsista pesquisador há sete anos do MAST, a experiência trazida é inédita e foi adaptada especialmente para o público aqui, da Região Norte, unindo astronomia tradicional com a cosmovisão de comunidades indígenas.

“Desde que eu comecei a trabalhar no museu, nós temos uma cultura de SBPC, em que escrevemos sessões indígenas temáticas do povo originário do lugar que a gente vai. Já fizemos Guarani Caioá, Seteremaue, Guarani Biá e resolvemos trazer aqui, para a SBPC, um conto dos Guarani-Tembé Teneara. Nós passamos meses estudando e lendo livros, artigos, teses e dissertações para construir uma sessão reduzida do conto de como nasceu e foi criada a Lua. As  constelações que nós vemos são as mesmas que eles veem, mas com nomes diferentes”, explica o planetarista responsável pela apresentação do conto para o público durante as sessões.

O feedback do público, especialmente entre os jovens, tem sido bastante positivo. Ana Rita, estudante de Engenharia Florestal, de 19 anos, conta que a forma de a história ser contada durante as sessões é envolvente. “Eu achei interessante. Pensava que seria algo relacionado somente aos planetas, não imaginava que eles fossem trazer algo da Amazônia, me surpreendeu! Foi uma ótima experiência”, conta a estudante. A experiência ‘Planetários’ segue aberta ao público de todas as faixas etárias neste sábado, dia 13, das 9h às 17h.

TEXTO: Paula Magalhães - Comissão Local de Comunicação da 76ª da Reunião Anual da SBPC

FOTOS: Eduardo Kalif e Oswaldo Forte

Relação com os ODS da ONU:

ODS 4 - Educação de Qualidade

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