Feira da Agricultura Familiar da UFPA completa 10 anos em 2025

A Constituição Federal de 1988 estabeleceu a reforma agrária como um instrumento necessário para a promoção da justiça social e do desenvolvimento econômico no campo. Nesse contexto, a Universidade Federal do Pará (UFPA) tem contribuído, há quase 10 anos, com o oferecimento de espaços para que os produtores familiares de diversas regiões do estado possam ofertar seus produtos sem a necessidade de atravessadores – agentes responsáveis pelo intermédio entre o agricultor e o consumidor. No Campus Guamá, a Feira da Agricultura Familiar é realizada todas as quintas-feiras, no Complexo do Vadião, das 7h às 13h, e disponibiliza uma variedade de produtos saudáveis e baseados no cultivo da terra.

A iniciativa é promovida pela Pró-Reitoria de Extensão (Proex), por meio do Projeto Segurança Alimentar e Inclusão Produtiva, que, além de conceder o espaço físico para a realização da feira, também fornece capacitação técnica para os produtores participantes, com cursos que envolvem técnicas de manejo de frutíferas e hortaliças, manipulação de alimentos, reaproveitamento de resíduos, precificação de produtos e estratégias de comercialização. Uma nova etapa de cursos está prevista para agosto, antecedendo a comemoração dos 10 anos da feira.

Segundo Silvana Nascimento, assessora da Proex e coordenadora do projeto, a expectativa é impulsionar, ainda mais, o desenvolvimento sustentável da região e trazer visibilidade ao trabalho realizado pelas famílias agricultoras, as quais têm, nos alimentos e produtos comercializados, sua principal fonte de renda.

Uma década de impacto Iniciadas em outubro de 2015, as ações do projeto ocorriam, primeiramente, na área em que,  atualmente, fica localizado o Espaço de Ensino Mirante do Rio. Os produtores se instalavam uma vez por mês e disponibilizavam seus produtos para a comunidade da Universidade. Ao longo dos anos, a feira foi aprimorada com melhor estrutura, mais consumidores e até mesmo alcance em outras cidades e campi da UFPA.

Hoje, a iniciativa é realizada em municípios como Tucuruí, Cametá, Breu Branco e Tailândia, fortalecendo a busca por alimentos e hábitos mais saudáveis. A feira é uma importante ferramenta de escoamento da produção agrícola de comunidades que, muitas vezes, encontram dificuldades para acessar mercados convencionais, marcados pela competitividade e desigualdade.

Para Sandra Correa, agricultora que atua desde a criação da feira, a iniciativa foi uma porta que se abriu não somente para ela, mas também para diversos produtores da região. “Eu não tinha onde expor os meus produtos, então acabava vendendo por um preço bem inferior à qualidade deles. Quando conseguimos o espaço, melhorou demais. Agregou valor e reconhecimento ao meu trabalho”, destaca a agricultora.

Sandra também evidencia os benefícios dos cursos oferecidos pela Proex. Segundo ela, se não fosse pelo projeto, muitos agricultores da feira não teriam a oportunidade de trabalhar e se capacitar. “Todas as quintas-feiras, depois da feira, fazemos o curso. A gente faz só um trabalho, porque é muito difícil o agricultor largar suas atribuições para ir fazer um curso”, conclui.

Fotografia registra um amplo espaço com várias mesas dispostas. Uma expõe garrafas de mel, outra queijos e pimenta, outra garrafas com tucupi e uma quarta dispõe de plantas em vasos.

Variedade e qualidade – No local, é possível encontrar frutas, hortaliças, plantas medicinais, polpas, geleias, adubos, entre outros produtos cultivados com base em práticas livres de agrotóxicos, o que torna a feira atrativa para todos os públicos. “A gente consegue divulgar o nosso trabalho e trazer alimentos saudáveis. Aqui temos clientes que valorizam as nossas produções”, destaca o agricultor Deusimar Ramos, lembrando que o impacto da ação vai além da renda gerada.

Esse acesso facilitado à variedade de produtos ofertados pelos agricultores familiares também é importante para os consumidores, que passaram a incluir a visita semanal à feira em suas rotinas. “Eu acho muito interessante termos acesso à agricultura familiar, porque podemos contribuir e divulgar o negócio de pessoas que trabalham de forma manual, com cuidado e apreço pela natureza da nossa região”, aponta Emily Ediany, frequentadora assídua da Feira da Agricultura Familiar da UFPA, que, em 2025, completa uma década de compromisso com a promoção da agricultura sustentável, com a justiça social no campo e com o fortalecimento do vínculo entre a Universidade e os saberes populares.

  

TEXTO: Luan Cardoso – Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

FOTOS: Alexandre de Moraes - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

Relação com os ODS da ONU:

ODS 2 - Fome Zero e Agricultura SustentávelODS 8 - Trabalho Decente e Crescimento EconômicoODS 11 - Cidades e Comunidades SustentáveisODS 12 - Consumo e Produção Responsáveis

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