Dona Maria Raimunda e seu Agnaldo Barroso nasceram em Cametá, são casados e proprietários do Sítio Nova Esperança, uma pequena propriedade de 250 por 1.000 metros, no limite com Oeiras do Pará. Dos seis filhos, apenas o mais jovem mora com os pais. Todos os dias, os três acordam antes do sol nascer, por volta das 5 da manhã e dão início a mais uma longa jornada que só se encerra próxima à meia noite. É uma rotina de semear a terra, plantar sementes, irrigar o chão e fazer a colheita dos frutos que vão virar compostas, geleias, doces e paçocas, assim como de colher e ensacar o arroz, o feijão, a crueira, o gergelim, o açafrão, a andiroba e o café.
Nos sábados, a rotina é interrompida. É o dia de levar os produtos cultivados sem uso de agrotóxico ou conservante para vender na Feira da Agricultura Familiar, em Cametá, com ajuda do estudante Mayko Bastos, do curso de agronomia da UFPA. Mas, desde o dia 8 de julho, no entanto, a família tomou o rumo de Belém e montou sua venda na Feira da Economia Solidária e da Diversidade, instalada ao lado do setor de Recreação do Campus da UFPA. Seus produtos vieram em transporte cedido pela Universidade.
![Fotografia de um fardo de alimentos dispostos sobre um tecido florido. Entre os alimentos registrados estão, garrafas de molho de pimenta, limão galego, coco seco, arroz, farinha de tapioca, castanha do Pará e coloral.](https://ufpa.br/wp-content/uploads/2024/07/11.07.2024-Feira-da-Economia-Solidaria-e-da-Diversidade-Foto-Alexandre-de-Moraes-48-1024x580.jpg)
![Fotografia de um amontoado de grãos de feijão e milho, juntamente com um pacote de arroz, três espigas de milho, um colar de sementes e uma cabaça. Os objetos estão disposto sobre uma bandeira com a seguinte identificação: Movimento Camponês Popular - MCP - Brasil](https://ufpa.br/wp-content/uploads/2024/07/11.07.2024-Feira-da-Economia-Solidaria-e-da-Diversidade-Foto-Alexandre-de-Moraes-45-1024x580.jpg)
![Fotografia de um cuba de ovos, alguns cocos verdes e secos e dois sacos de tangerina. Os alimentos estão disposto sobre um tecido florido nas cores vermelho, lilás e amarelo.](https://ufpa.br/wp-content/uploads/2024/07/11.07.2024-Feira-da-Economia-Solidaria-e-da-Diversidade-Foto-Alexandre-de-Moraes-49-1024x580.jpg)
Dona Maria e seu Agnaldo são protagonistas de uma forma de economia sustentável e saudável, à base de produtos orgânicos e artesanais, que concentra as atividades de produção e distribuição em torno do núcleo familiar. A experiência em Belém está sendo considerada como muito boa, não somente pela venda, mas por possibilitar a interação com outros participantes dessa economia solidária. “Essa troca de informação é muito boa. Estou bem animada e desde já me preparando para voltar no ano que vem, quando acontecerá a COP 30”, planeja Dona Maria.
O casal é um dos 44 expositores da Feira da Economia Solidária e da Diversidade, vindos de diversas localidades do Pará e de outros Estados. De Cametá veio também o artista plástico Turaj Txai, que é músico e trabalha com grafismo indígena. Na feira, ele está comercializando cuias pintadas por meio da técnica da incisão que consiste em riscar diretamente o cumatê, a tinta preta que dá cor à cuia. O grafismo de Turaj remete aos desenhos da cultura indígena, mas o artista também produz seus próprios desenhos.
![Fotografia fechada em cuias artesanais. As cuias são pretas com desenhos na cor branco e vermelho.](https://ufpa.br/wp-content/uploads/2024/07/11.07.2024-Feira-da-Economia-Solidaria-e-da-Diversidade-Foto-Alexandre-de-Moraes-62-1024x580.jpg)
![Fotografia das mãos de um artesão enquanto ele desenvolve um desenho em uma cuia preta.](https://ufpa.br/wp-content/uploads/2024/07/11.07.2024-Feira-da-Economia-Solidaria-e-da-Diversidade-Foto-Alexandre-de-Moraes-56-1024x580.jpg)
De Santarém, a Associação Trançado do Arapiuns, que reúne 150 mulheres produtoras de artesanato, trouxe a arte do trançado de palha de tucumã pintada com tingimento natural. São suplas de mesa, mandalas, fruteiras, bolsas, porta-jóias e suportes para petisco. No mesmo stand, a indígena tupinambá Mariane Chaves, da Associação de moradores agroextrativistas e indígenas do Tapajós, também expõe produtos artesanais derivados da mandioca, farinha de carimã, biju cica, shoyu da Amazônia feito a partir da redução do tucupi e geleias, tudo produzido por 30 família que formam a Associação.
E tem quem veio ainda de mais longe, de Santa Brígida, Bahia, o artista plástico Zé da Rita trouxe um artesanato que guarda semelhança com a arte em miriti paraense, só que produzida com umburana seca. O artesanato bantu, produzido na Bahia, fez muito sucesso na Feira. Todas as cem peças expostas foram vendidas rapidamente, o que surpreendeu Raoni Jibaguê, da nação angola, etnia ambundo. “Não esperava vender tanto”, disse.
![Fotografia destaca um homem dentro de um estande com diversos artesanatos pendurados. Ele veste uma camisa branca com o seguinte texto: SBPC - FEIRA DA ECONOMIA SOLIDÁRIA E DA DIVERSIDADE.](https://ufpa.br/wp-content/uploads/2024/07/11.07.2024-Feira-da-Economia-Solidaria-e-da-Diversidade-Foto-Alexandre-de-Moraes-27-1024x580.jpg)
![Fotografia close do rosto de uma mulher branca que observada artesanatos colorido, em formato de aves, que estão pendurados.](https://ufpa.br/wp-content/uploads/2024/07/11.07.2024-Feira-da-Economia-Solidaria-e-da-Diversidade-Foto-Alexandre-de-Moraes-29-1024x580.jpg)
![Fotografia de uma mulher negra, com cabelos trançados. Ela exibe um colar que está em seu pescoço. No fundo da imagem há diversos colares pendurados.](https://ufpa.br/wp-content/uploads/2024/07/11.07.2024-Feira-da-Economia-Solidaria-e-da-Diversidade-Foto-Alexandre-de-Moraes-43-1024x580.jpg)
![Fotografia de uma artesã tecendo uma peça. Ela está sentada no chão e ao seu redor estão dispostos algumas peças prontas, entre elas é possível observar: uma bolsa, um vaso, e dois pratos.](https://ufpa.br/wp-content/uploads/2024/07/11.07.2024-Feira-da-Economia-Solidaria-e-da-Diversidade-Foto-Alexandre-de-Moraes-13-1024x580.jpg)
![Fotografia destaca uma mulher negra de cabelos curtos. Ela veste um vestido amarelo e aponta, com a mão direta, para roupas penduradas no estande. No fundo da imagem, várias blusas coloridas, típicas da cultura africana, estão penduradas.](https://ufpa.br/wp-content/uploads/2024/07/11.07.2024-Feira-da-Economia-Solidaria-e-da-Diversidade-Foto-Alexandre-de-Moraes-36-1024x580.jpg)