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TAMANHO DA FONTE

Feira da Economia Solidária e da Diversidade reúne a produção de 44 expositores do Pará e outros estados

Dona Maria Raimunda e seu Agnaldo Barroso nasceram em Cametá, são casados e proprietários do Sítio Nova Esperança, uma pequena propriedade de 250 por 1.000 metros, no limite com Oeiras do Pará. Dos seis filhos, apenas o mais jovem mora com os pais. Todos os dias, os três acordam antes do sol nascer, por volta das 5 da manhã e dão início a mais uma longa jornada que só se encerra próxima à meia noite. É uma rotina de semear a terra, plantar sementes, irrigar o chão e fazer a colheita dos frutos que vão virar compostas, geleias, doces e paçocas, assim como de colher e ensacar o arroz, o feijão, a crueira, o gergelim, o açafrão, a andiroba e o café. 

Nos sábados, a rotina é interrompida. É o dia de levar os produtos cultivados sem uso de agrotóxico ou conservante para vender na Feira da Agricultura Familiar, em Cametá, com ajuda do estudante Mayko Bastos, do curso de agronomia da UFPA. Mas, desde o dia 8 de julho, no entanto, a família tomou o rumo de Belém e montou sua venda na Feira da Economia Solidária e da Diversidade, instalada ao lado do setor de Recreação do Campus da UFPA. Seus produtos vieram em transporte cedido pela Universidade.

Dona Maria e seu Agnaldo são protagonistas de uma forma de economia sustentável e saudável, à base de produtos orgânicos e artesanais, que concentra as atividades de produção e distribuição em torno do núcleo familiar.  A experiência em Belém está sendo considerada como muito boa, não somente pela venda, mas por possibilitar a interação com outros participantes dessa economia solidária. “Essa troca de informação é muito boa. Estou bem animada e desde já me preparando para voltar no ano que vem, quando acontecerá a COP 30”, planeja Dona Maria. 

O casal é um dos 44 expositores da Feira da Economia Solidária e da Diversidade, vindos de diversas localidades do Pará e de outros Estados. De Cametá veio também o artista plástico Turaj Txai, que é músico e trabalha com grafismo indígena. Na feira, ele está comercializando cuias pintadas por meio da técnica da incisão que consiste em riscar diretamente o cumatê, a tinta preta que dá cor à cuia. O grafismo de Turaj remete aos desenhos da cultura indígena, mas o artista também produz seus próprios desenhos.

De Santarém, a Associação Trançado do Arapiuns, que reúne 150 mulheres produtoras de artesanato, trouxe a arte do trançado de palha de tucumã pintada com tingimento natural. São suplas de mesa, mandalas, fruteiras, bolsas, porta-jóias e suportes para petisco. No mesmo stand, a indígena tupinambá Mariane Chaves, da Associação de moradores agroextrativistas e indígenas do Tapajós, também expõe produtos artesanais derivados da mandioca, farinha de carimã, biju cica, shoyu da Amazônia feito a partir da redução do tucupi e geleias, tudo produzido por 30 família que formam a Associação. 

E tem quem veio ainda de mais longe, de Santa Brígida, Bahia, o artista plástico Zé da Rita trouxe um artesanato que guarda semelhança com a arte em miriti paraense, só que produzida com umburana seca. O artesanato bantu, produzido na Bahia, fez muito sucesso na Feira. Todas as cem peças expostas foram vendidas rapidamente, o que surpreendeu Raoni Jibaguê, da nação angola, etnia ambundo. “Não esperava vender tanto”, disse.

TEXTO: Walter Pinto - Comissão Local de Comunicação da 76ª da Reunião Anual da SBPC

FOTOS: Alexandre de Moraes

Relação com os ODS da ONU:

ODS 8 - Trabalho Decente e Crescimento EconômicoODS 11 - Cidades e Comunidades SustentáveisODS 12 - Consumo e Produção Responsáveis

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