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TAMANHO DA FONTE

Feira de Ciências da SBPC Jovem convida visitantes a pensarem sobre a qualidade do ar e a saúde coletiva

As queimadas na Amazônia podem causar problemas à saúde dos seres humanos e uma das consequências é a redução da expectativa de vida em dois anos, de acordo com a professora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará (UFPA) Sílvia Fernanda Mardegan. O assunto foi pauta na Feira de Ciências “Desmatamento, qualidade do ar e saúde coletiva: uso de sensores de baixo custo no monitoramento da qualidade do ar no estado do Pará”, durante a 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada na UFPA, em Belém.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), durante os quatro primeiros meses de 2024, a Amazônia registrou 8.977 focos de incêndio, o maior índice desde 2016. Entre os inúmeros problemas decorrentes das queimadas, destaca-se a poluição do ar ao redor da área desmatada, uma vez que a queima de biomassa libera materiais particulados (PM.2.5) – muito menores que um grão de areia. Caso inalados, esses materiais afetam a saúde do ser humano e, assim, podem causar tosse, cansaço e até morte. “O problema é que o material particulado entra (no corpo humano) e não sai. Então, ele acaba agravando asma e doenças cardiorrespiratórias”, explica Silvia Mardegan.

Representante da UFPA na coalizão “Respira Amazônia”, Silvia Mardegan busca trazer sensores de baixo custo para monitoramento da qualidade do ar para o Pará, com o objetivo de trabalhar com o poder público e criar uma política de fiscalização para a melhoria da qualidade do ar. “Os sensores custam 300 dólares e normalmente esses equipamentos são muito caros. Esse é barato, é fácil de instalar e fácil de registrar. E o mais legal de tudo é que você pode acessar a informação na palma da sua mão”, informa a professora.

As informações sobre qualidade do ar estão disponíveis de forma gratuita na internet, no site “Selva – Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental”, que mapeia os sensores e indica como está a qualidade do ar em tempo real, além de apontar onde estão ocorrendo queimadas, descargas elétricas, chuvas e tempestades. Inclusive, existe uma versão de aplicativo para aparelhos com sistema operacional Android do “Selva”.

Feira de Ciência – No estande da feira, o público tem acesso a informações sobre degradação ambiental na Amazônia, consegue ver o sensor de baixo custo e pode conferir o site “Selva”. De visita no evento, o estudante Vinicius Maciel acredita na importância do assunto para o futuro. “Eu não tinha essa noção de que a pessoa é afetada, mesmo não tendo predisposição ou não tendo doença pulmonar. Acho que, hoje em dia, ninguém tem preocupação com isso e é uma coisa que tem que ser levada a sério”, afirma o estudante.
A seção das Feiras de Ciências e Trabalhos Escolares está sendo realizada na Tenda SBPC Jovem da 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, com programação marcada para quarta e sexta-feira, das 8h às 13h, e terça, quinta e sábado, das 13h às 18h.

TEXTO: Bruno Roberto - Comissão Local de Comunicação da 76ª da Reunião Anual da SBPC

FOTOS: Nina Dacier

Relação com os ODS da ONU:

ODS 3 - Saúde e Bem-EstarODS 4 - Educação de QualidadeODS 7 - Energia Limpa e AcessívelODS 12 - Consumo e Produção ResponsáveisODS 13 - Ação Contra a Mudança Global do Clima

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