O filme Terruá Pará , dirigido pela cineasta Jorane Castro, professora do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Pará, foi premiado na 15ª edição do In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical. A premiação ocorreu durante o festival, em junho de 2023, em São Paulo.
Segundo Jorane Castro, o filme foi inspirado no projeto também chamado “Terruá Pará”, produzido pela TV Cultura do Pará para promover a música paraense. Com uma hora e quarenta minutos de duração, o filme fala da música do estado do Pará como sinônimo de leveza e alegria. Recria este espírito desenhando uma estrutura em encenações. Cada uma delas desvendará o universo em que surgiu a música paraense. Terruá Pará registra o momento atual de efervescência cultural, propondo um olhar integrado aos movimentos artísticos no Pará. Os músicos se tornam personagens: Dona Onete, Manoel Cordeiro, Keila, Pio Lobato, Toni Soares, Os Amantes, Luê, Trio Manari, entre outros, que interpretam um espetáculo ambientado em seu lugar de origem, a Amazônia. Um teaser do filme está disponível na plataforma YouTube.
A criação do documentário ocorreu paralelamente à pesquisa de doutorado da cineasta, em desenvolvimento na Universidade de Coimbra, de Portugal, em cotutela com a Université Paris 1 Pantheon-Sorbonne. “O processo criativo do filme é relatado na tese de doutorado. O filme tem várias camadas de interpretação, é um pouco mais denso, justamente porque foi feito durante o doutorado. Eu lia os autores e fazia o filme. Foi um processo paralelo. A qualidade do filme tem a ver com tudo o que eu aprendi e pesquisei. A tese me permitiu fazer essa conversa entre uma leitura teórica sobre o que é fazer cinema na Amazônia confrontada com uma prática de realização. O filme e a tese são fruto do mesmo processo e um fortalece o outro”, conta Jorane Castro.
Filmado no início de 2022, em um período de retomada mais acentuada de atividades pós-pandemia, a produção mostra cenas em Belém, Mosqueiro, Braganca e na Vila dos Pescadores, em Ajuruteua. “O momento da filmagem foi um momento muito feliz, muito harmonioso, nós tivemos uma equipe muito unida, foi um processo muito bom”, considera a cineasta e professora da UFPA.
Além de Jorane Castro como diretora e roteirista, outros professores, alunos e egressos da UFPA participaram da equipe do filme. Tamires Cecim, formada em Cinema e Audiovisual pela UFPA, foi 1ª assistente de Direção; Suelen Nino, professora do curso de Cinema e Audiovisual da UFPA, foi 2ª assistente de Direção; Mariana Moraes, também egressa do curso, atuou como 1ª assistente de câmera; e Paulo Afonso Martins P.A., estudante do curso, participou como platô. Leonardo Venturieri, que defendeu recentemente o doutorado no Programa de Pós-Graduação em Artes da UFPA (PPGArtes), compôs duas músicas do filme.
Entre os músicos personagens do filme também estão artistas ligados à UFPA: Kleber Benigno, do Trio Manari, que é professor da Escola de Música da UFPA; Pelé do Manifesto, estudante do curso de Letras da UFPA; e Pio Lobato, graduado em Música pela UFPA.
Em uma produção coletiva, a premiação é um grande reconhecimento do trabalho de todos, de acordo com Jorane Castro: “Quando a gente recebe um prêmio, a equipe fica muito feliz, porque todo mundo trabalhou bem. É um prêmio para o trabalho de todos, é um prêmio que festeja o cinema e a música paraenses. É um prêmio dividido com muita gente”.
Com o reconhecimento, o documentário participará da edição internacional do In-Edit, em Barcelona, em outubro deste ano. A previsão é que o filme seja lançado em Belém próximo do período do Círio de Nazaré e seja exibido em breve, em salas de cinema do circuito não comercial. Os planos também são que o documentário integre plataformas de conteúdo audiovisual, além de continuar participando de festivais, como o 27th Inffinito Brazilian Film Festival, que será realizado em setembro de 2023, em Nova Iorque; o 5th FIFAC, Saint-Laurent du Maroni, na Guiana Francesa, em outubro de 2023; e o WOMEX 2023, em La Coruña, Galícia, Espanha, em outubro de 2023. O filme também já teve participação na 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes, Minas Gerais, em janeiro de 2023.
Sobre a cineasta – Jorane Castro, roteirista e diretora, nasceu em Belém, formou-se em Cinema pela Universidade de Paris 8 (França) e estudou Roteiro na EICTV (Cuba). Em 2001, criou a Cabocla Filmes e, desde então, realiza seus filmes na Amazônia. Atua também como professora do Bacharelado em Cinema e Audiovisual, na Universidade Federal do Pará, desde 2009.
Dirigiu mais de 20 filmes, entre documentários e ficções, que têm se destacado no cenário internacional e nacional em festivais como a Quinzena dos Realizadores (Cannes, França, 2001), Director’s Forthnight MoMA (New York, EUA, 2007), Marrakech International Film Festival (Marrocos 2001), Festival de Cinema Brasileiro de Paris (França 2008), Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, Festival de Gramado, entre outros.
Lançou seu primeiro longa-metragem de ficção “ Para ter onde ir_ , em 2018. O documentário Mestre Cupijó e seu Ritmo foi lançado em 2019, e a mais nova produção é Terruá Pará , premiado como melhor filme na 15ª edição do In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical.
Texto: Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Fotos: Divulgação