Pela primeira vez, dirigentes dos institutos, núcleos e campi da UFPA realizaram um fórum integrado para discutir pautas institucionais consideradas fundamentais para a gestão universitária. O encontro aconteceu de 24 a 26 de maio, no auditório da Diretoria de Capacitação e Desenvolvimento da UFPA (Capacit), no Campus Guamá, em Belém.
Inspirado no formato do Fórum dos Coordenadores e Coordenadoras dos Campi da UFPA, a reunião foi estruturada em painéis temáticos, com a participação de representantes de órgãos de gestão da UFPA, visando à apresentação de demandas pelos dirigentes e à proposição de encaminhamentos para a melhoria de áreas estratégicas da Universidade, como o ensino, a pesquisa e a extensão.
Na mesa de abertura do fórum, estiveram presentes o reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho; o vice-reitor Gilmar Pereira da Silva; o presidente do Fórum de Dirigentes das Unidades Acadêmicas da UFPA em Belém, Marcos Monteiro Diniz; e a presidenta do Fórum dos Coordenadores e Coordenadoras dos Campi da UFPA, Rosa Helena Oliveira. O professor Marcos Diniz e a professora Rosa Helena deram as boas-vindas aos participantes e destacaram o ineditismo e a importância do encontro para tratar questões estruturantes da UFPA.
O vice-reitor Gilmar Pereira da Silva registrou a experiência valiosa dos fóruns dos campi como espaço de gestão universitária para o levantamento de demandas, discussão de caminhos possíveis e encaminhamento de ações conjuntas. O reitor Emmanuel Tourinho, por sua vez, parabenizou a realização do fórum de maneira integrada entre as unidades de Belém e dos campi da UFPA e manifestou a expectativa positiva de um novo tempo de gestão das universidades federais, com mais investimentos e diálogo com o governo federal.
Na continuidade da programação, o reitor conversou com os dirigentes sobre o modelo de universidade que a UFPA quer e pode ser em seu projeto de futuro. Refletiu sobre as mudanças no processo de formação de profissionais e cidadãos pelas Instituições de Ensino Superior e indicou questões a serem levadas em conta no planejamento atual: “As universidades não têm mais o monopólio do conhecimento e há novas competências a serem promovidas nos projetos de ensino, de modo a preparar profissionais para lidar com os desafios atuais e futuros das sociedades. Precisamos construir um outro ambiente de formação, interdisciplinar e conectado com a nossa realidade social, e com as agendas globais. Nossos discentes precisam conhecer várias visões de mundo e desenvolver uma capacidade diferenciada para compreender e agir neste novo mundo”.
Emmanuel Tourinho também convocou os dirigentes a mobilizarem as lideranças e associações científicas de suas áreas, assim como parlamentares de todos os partidos, para demandar o financiamento da pesquisa na Amazônia. Informou que tem participado de frentes de diálogo no Ministério da Educação para expandir a oferta de ensino superior na região, com a criação de novas universidades. Reforçou que a UFPA será a sede da Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência em julho de 2024, uma grande oportunidade para sensibilizar a comunidade científica nacional e internacional para a importância das universidades na Amazônia, além de estabelecer interlocuções e parcerias.
Ainda no primeiro dia, a diretora da Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA (Ascom), Suzana Lopes, apresentou o painel “Importância da Comunicação Institucional Integrada: Objetivos e Resultados”, no qual compartilhou informações sobre a estrutura e o funcionamento da rotina da Ascom, assim como os principais resultados dos canais oficiais de comunicação da Instituição. Os presentes discutiram como melhorar as trocas de informações internas e visibilizar, de forma multicampi, as atividades da Universidade.
O segundo dia do fórum teve, como principal pauta, o ensino de graduação, com o painel “Qualidade do ensino e da aprendizagem; Flexibilização Curricular; Políticas de formação continuada docente; Avaliação do ensino; Feira do Vestibular; Feira do estágio”. Participaram das exposições e dos debates a pró-reitora de Ensino de Graduação, Loiane Verbicaro, e a equipe de diretores da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proeg): a diretora de Apoio a Docentes e Discentes, Joelma Morbach; a diretora de Desenvolvimento do Ensino, Selma Leite; o diretor de Inovação e Qualidade do Ensino, Maurício Borges; e o diretor de Mobilidade e Gestão de Programas, Luiz Alberto Rocha.
Com mais de 150 cursos de graduação, um dos desafios que permeiam a gestão do ensino, hoje, na universidade é atualização dos projetos pedagógicos dos cursos, de modo a alinhar a formação acadêmica e profissional ao perfil dos desafios do mercado de trabalho e das demandas sociais. Nessa perspectiva, desde 2018, a UFPA aprovou uma resolução que faculta aos cursos direcionar 10% a 30% de sua carga horária total a disciplinas e atividades curriculares escolhidas pelos próprios alunos ofertadas em qualquer área ou campus. Mais recentemente, em 2022, também foi aprovada uma resolução que determina que pelo menos 10% da carga horária dos cursos deve ser direcionada a atividades de extensão, em conformidade com as legislações nacionais de extensão universitária. Apesar das normativas internas e nacionais, ainda são desafiadoras as discussões sobre os currículos nos cursos e há muitas resistências às mudanças.
Ainda no âmbito do ensino de graduação, foram discutidos programas de incentivo a projetos de ensino, melhoria da infraestrutura de laboratórios de ensino na universidade, oportunidades de estágios e mobilidades acadêmicas.
De forma complementar, também ocorreu o Painel “Inserção curricular da extensão”, com as participações do professor Carlos Maciel, diretor de Programas e Projetos de Extensão da Pró-Reitoria de Extensão (Proex); e da coordenadora de Acompanhamento Curricular da Proeg, Roseane Fernandes. Na ocasião, foi apresentada uma proposta de configuração de componentes curriculares por meio dos quais os cursos poderão atualizar a previsão da extensão em seus projetos pedagógicos.
O diretor do Centro de Processos Seletivos (CEPS), Doriedson Rodrigues, apresentou ainda a estrutura de trabalho para a realização dos concursos e vestibulares da UFPA. Apontou também que o CEPS possui bases com dados de perfil de candidatos, demanda e oferta de vagas que podem ser utilizados para gestão das unidades acadêmicas e tomadas de decisão quanto a estratégias a serem desenvolvidas com o público de jovens que ainda não ingressou na universidade.
A manhã do terceiro e último dia do evento iniciou com o Painel “Avaliação dos PPGs, Novas APCNs”, com a exposição da pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPA, Iracilda Sampaio. A professora apresentou um balanço dos resultados da UFPA na última Avaliação Quadrienal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), na qual a Pós-Graduação da UFPA teve o melhor desempenho de sua história, com o aumento da nota de 57 cursos de 37 programas.
A pró-reitora ainda apresentou o Programa de Expansão da Pós-Graduação (PEX-PG) que incentivará a oferta de turmas fora de sede pelos programas da UFPA, a partir de diálogo prévio de demandas entre o campus que sediará a turma e o PPG que ficará responsável pela oferta. Algumas experiências já têm sido feitas nessa direção e a ideia com o programa é oferecer mais condições financeiras e estrutura para que os programas expandam as turmas para outros campi.
No que se refere à internacionalização, a diretora de Acordos Internacionais e Assuntos Estratégicos da Pró-Reitoria de Relações Internacionais (Prointer), Maria Amélia Enríquez, mostrou um mapa dos convênios internacionais vigentes na UFPA, além de dados e informações sobre mobilidades in e out de estudantes e pesquisadores.
No painel seguinte, “Inserção de indígenas e quilombolas, dificuldades de acesso às políticas de assistência estudantil”, as equipes da Assessoria de Diversidade e Inclusão Social (Adis) e da Superintendência de Assistência Estudantil (Saest) conversaram com os dirigentes sobre a importância do acolhimento e da integração estudantil, assim como o enfrentamento ao assédio e à discriminação dentro e fora dos ambientes institucionais. A professora Isabel Cabral, da Adis, também abordou os desafios do processo de heteroidentificação no momento da habilitação ao vínculo institucional dos estudantes ingressantes na Universidade. A professora Daniele Dorotéia, coordenadora de Integração Estudantil da Saest, reforçou ainda a necessidade de atenção à saúde mental da comunidade universitária, em especial dos estudantes.
No último turno do evento, ainda foram realizados dois painéis envolvendo os dirigentes do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC), do Centro de Registro e Indicadores Acadêmicos (CIAC), da Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoal (Progep) e da Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (Proplan).
No encerramento do fórum, os dirigentes fizeram um balanço positivo das discussões e previram a realização de novo encontro integrado no início de 2024. Em novembro de 2023, também está prevista a realização do Fórum dos Coordenadores e das Coordenadoras dos Campi da UFPA, a ser sediado pelo Campus de Cametá.
Texto: Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Fotos: Alexandre de Moraes