Seis grupos interdisciplinares de pesquisa na Universidade Federal do Pará (UFPA) tiveram a oportunidade de compartilhar suas experiências vivenciadas com diferentes áreas do conhecimento. O encontro ocorreu nesta quarta, 30, e segue até esta quinta, 31, no auditório da Secretaria Geral dos Conselhos Superiores, no prédio da Reitoria, Campus Belém. Os resultados dos trabalhos foram apresentados durante a programação do Seminário de Pesquisa Interdisciplinar, aberto à comunidade acadêmica.
Entre os representantes da mesa de abertura, estavam o reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho; o pró‐reitor de Pesquisa e Pós‐Graduação (Propesp), Rômulo Simões Angélica; a diretora de Pesquisa da Propesp, Germana Sales; e os professores convidados, Arlindo Philippi Junior, da Universidade de São Paulo (USP), Maria do Carmo Martins Sobral, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e Roberto Carlos dos Santos Pacheco, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), especialistas na área de interdisciplinaridade.
O reitor Emmanuel Tourinho destacou a importância da formação desses grupos que, de maneira integrada, poderão dar respostas a problemas complexos da sociedade. “Além de produzir conhecimento sobre os problemas complexos das sociedades, precisamos formar nossos alunos para a interação com ambientes que apresentam desafios dessa ordem. A execução de projetos interdisciplinares com a participação de discentes da graduação nas equipes também atende a esse objetivo.”
Força – A interdisciplinaridade é uma área que vem ganhando força nas instituições de ensino superior no país. Na UFPA, a proposta do Programa Especial de Apoio a Projetos de Pesquisa – Ação Interdisciplinar (PE-Interdisciplinar) surgiu em junho de 2013, quando a Universidade sediou o Encontro Acadêmico Interdisciplinaridade no Ensino, na Pesquisa e na Extensão – Região Norte. O Encontro integrou uma sequência de eventos que culminou, em 2014, com a realização na Capes, em Brasília, do III Encontro Acadêmico Internacional Interdisciplinaridade nas Universidades Brasileiras. Os eventos discutiram experiências acadêmicas e políticas voltadas à internalização e institucionalização da interdisciplinaridade nas universidades e nos órgãos de fomento do país.
Para 2018, a Propesp já prepara um novo edital do Programa, o qual tem como objetivo estimular a formação e a consolidação de grupos de pesquisa que integrem pesquisadores e bolsistas de diferentes áreas do conhecimento. “Esse programa possibilita uma ação de diálogo entre as áreas, numa projeção que leva a muitos outros caminhos, tanto para os professores como para os alunos, de interlocução de teorias e práticas, no sentindo de envolver, também, a sociedade e pensar projetos que tenham essa finalidade”, frisou a diretora de Pesquisa, Germana Sales.
Com o PE-Interdisciplinar, os seis projetos de pesquisa receberam apoio do primeiro edital lançado em 2014, entre eles, o projeto “Museu e Patrimônio: Musealização no Centro Histórico de Belém do Pará”, coordenado pela professora Carmem Lúcia da Silva. A apresentação dos resultados do projeto foi feita pela pesquisadora Sue Costa. Ela fez uma explanação sobre como a população que passa ou trabalha no entorno do Centro Histórico de Belém se relaciona com essa área.
“Observamos que, de certa forma, a população tem uma relação diferente com o centro histórico. A maioria que trabalha há 30 anos no entorno, como por exemplo, vendedores ambulantes, não se sente convidada a entrar. Esse é um ponto de reflexão de que os museus são redutos de gente que pode ter acesso a esse conhecimento e a população do entorno se entende como não pertecente a esse universo. A partir dessa observação, sugerimos aos museus que criassem uma pauta comunitária, que escutassem as pessoas do entorno; o que elas querem ver no museu, que tipo de exposição interessa, enfim, pensar em exposições que falem mais diretamente com as pessoas do entorno, porque elas também têm curiosidades. É preciso escutar seus diferentes públicos”, disse a pesquisadora.
A aluna do curso de Museologia, Tainá Monteiro de Castro, foi uma das bolsistas integrantes do projeto e falou da sua experiência com a pesquisa acadêmica. “Percebi o quanto é importante a pesquisa para a minha formação. Foram dois anos de trabalho, que serviu para o meu Trabalho de Conclusão de Curso, e agora pretendo seguir na mesma linha de pesquisa, que é a área de conservação, para o meu mestrado.”
Texto: Ericka Pinto – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Alexandre de Moraes