Ineaf completa 30 anos de atuação na formação e pesquisa em diálogo com as pessoas do campo

No próximo dia 2 de outubro, o Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares da Universidade Federal do Pará (Ineaf-UFPA) irá comemorar seus 30 anos de existência, marcados pela efetiva parceria com as organizações e os sujeitos do campo, em distintos territórios amazônicos e parcerias com as entidades representantes desta categoria e instituições brasileiras e estrangeiras que se dedicam ao tema. A programação especial será realizada no Auditório Setorial Básico 1, do Campus Guamá, das 8h15 às 18h. O evento é aberto para todas(os).

Criado com uma proposta interdisciplinar de Pesquisa-Formação-Desenvolvimento, o Ineaf tem a missão de contribuir para a formação de recursos humanos, ação pública e produção de conhecimento, em estreito diálogo com os atores sociais, focando na diversidade e complexidade da Agricultura Familiar na Amazônia.  Para o diretor do Ineaf, professor Luis Mauro Silva,  o maior destaque da atuação do instituto está no fato de ele ser essa unidade acadêmica interdisciplinar que trabalha em uma parceria direta com as organizações sociais do campo.  “Para se ter uma ideia, na maioria dos perfis de ingressos no instituto, tanto da graduação quanto da pós, predominam os sujeitos do campo ou aqueles com alguma relação com o campo, incluindo lideranças e jovens ligados a esse debate sobre a importância da agricultura familiar na Amazônica e no Brasil”, pontua o professor. 

Com o seu curso de Graduação em Desenvolvimento Rural e o Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas (PPGAA) já consolidados, hoje, o instituto tem como principal objetivo a formação dessas pessoas, em nível de graduação e pós-graduação, para o exercício de ensino, pesquisa, extensão, assistência técnica e extensão rural no âmbito da agricultura familiar, principalmente no contexto amazônico. Espera-se, ainda, produzir conhecimento sobre a diversidade do mundo rural amazônico, sobretudo no que diz respeito aos diferentes modos de produção familiar em diálogo com os movimentos sociais camponeses e os povos e as comunidades tradicionais.

“Na graduação, por exemplo, existem componentes curriculares em que os discentes vão para as comunidades durante três períodos letivos no decorrer do curso, vivendo a realidade das famílias onde as vivências de campo ocorrem. Desde o início do curso, em 2018, as turmas já tiveram vivências em diferentes territórios, como quilombolas, ribeirinhos, projetos de assentamento rural e área de colonização antiga. Da mesma forma, no campo da pesquisa e extensão, os docentes desenvolvem diversos trabalhos com grupos sociais variados e em territórios diversos, levantando suas problemáticas”, detalha a professora Soraya Carvalho, vice-diretora do instituto.

Por esta atuação descentralizada, o instituto também teve uma importante atuação na interiorização da UFPA, tendo ações onde hoje funciona a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), em Marabá, e no Campus Altamira da UFPA.

“O ponto de partida do Ineaf foi o diálogo com representantes de sindicatos, associações e movimentos sociais ligados ao campo e povos tradicionais (posseiros, ribeirinhos, caboclos, quilombolas, entre outros) para a construção de referenciais com base na realidade e diversidade dos camponeses no estado do Pará, respeitando os saberes produzidos por eles ao longo de séculos. A importância maior, que reconhecemos, é que não prescindimos da participação de agricultores familiares e seus membros, no exercício de construção  desse diálogo entre os saberes dos cientistas e os dos agricultores. Assim, muitos dos filhos dos agricultores, ao tomarem conhecimento dessa abordagem, têm feito opção pelos nossos cursos de graduação, especialização, mestrado e doutorado, aproximando teoria e prática como faces da mesma moeda”, comenta o professor do PPGAA Gutemberg Guerra.

Programação dos 30 anos A cerimônia de comemoração dos 30 anos de criação do Ineaf contará com uma mesa institucional, rodas de conversa e lançamento de um livro. A primeira fase da programação, chamada de “A semente”, fará um resgate histórico da construção do Ineaf, sendo seguida pela fase “O cultivo”, que abordará a articulação na construção das parcerias. No turno da tarde, haverá a apresentação da fase “A colheita”, com o tema “Percorrendo as trajetórias diversas”, e, por fim, “A simbiose” trará homenagens às pessoas marcantes na construção do instituto.

TEXTO: Vinicius Gonçalves - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

ARTES: Divulgação

Relação com os ODS da ONU:

ODS 2 - Fome Zero e Agricultura SustentávelODS 4 - Educação de QualidadeODS 11 - Cidades e Comunidades SustentáveisODS 12 - Consumo e Produção Responsáveis

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