Intervenção artística promove “Funeral dos Combustíveis Fósseis” durante a COP 30

A Escola de Teatro e Dança da UFPA (Etdufpa) marcou presença na COP 30 com a intervenção “Funeral dos Combustíveis Fósseis”, que se apresentou em ações da conferência, incluindo a Marcha pelo Clima e a Cúpula dos Povos. O cortejo reuniu cerca de 100 artistas e reforçou o apelo global pelo fim da exploração de petróleo na Amazônia e pela retirada progressiva do petróleo, carvão mineral e gás fóssil da matriz energética mundial.

A intervenção buscou estimular o debate público e chamar a atenção de chefes de Estado, unindo arte e ativismo em defesa de uma transição energética justa. “Ele já se consolida como um marco na história das COPs, uma declaração cultural e política poderosa de que o mundo está pronto para deixar para trás uma indústria obsoleta e destrutiva e abraçar um futuro baseado na vida, na justiça e nas energias renováveis”, pontua Inês Ribeiro, diretora artística do cortejo.

A encenação contou com um sol simbólico, caixões gigantes representando petróleo, gás e carvão, além de árvores humanas e artistas vestidos de preto, em alusão ao luto. Os elementos cênicos foram usados para mobilizar o público e reforçar que a crise climática atinge ecossistemas e populações periféricas. “Os combustíveis fósseis causam mais de 5 milhões de mortes prematuras por ano devido à poluição do ar e são responsáveis pela maior parte das emissões que aquecem o planeta. Abandoná-los não é mais uma opção, é um imperativo ético, ambiental e civilizatório”, comenta a diretora.

Foram mais de 100 dias de trabalho entre o planejamento e a execução. Nesse período, a execução artística pôde ser realizada por alunos egressos e estudantes do curso de Cenografia da Etdufpa, que utilizam sua formação para engajar a comunidade. Eles foram responsáveis pela criação dos materiais utilizados, que incluíram talas de jupati, buchas de miriti, goma, sisal, paneiros, sementes e papelão. “Fizemos a construção de caixões gigantes, sóis e aerogeradores, mais de 80 máscaras para onças performáticas, uma cobra, a boiúna de 30 metros do Auto do Círio e mais de 100 artistas do teatro e da dança na apresentação, simbolizando o início do fim da era fóssil”, comenta Inês.

A proposta também buscou reafirmar o papel transformador da arte nos debates socioambientais. “A arte pode transcender barreiras de idioma, idade e nível de escolaridade, tornando as complexas questões ambientais mais acessíveis a um público mais amplo. A linguagem do teatro, da cenografia e do figurino tem como função reforçar o chamado global para encerrar as explorações de petróleo na Amazônia e retirar,  progressivamente, os combustíveis fósseis do cenário mundial”, conclui Inês Ribeiro.

A intervenção integrou o bloco de transição energética da marcha global e foi organizada pela Aliança Potência Energética Latino-Americana, pela Escola de Teatro e Dança da UFPA, pelo Auto do Círio e pela Cúpula dos Povos.

TEXTO: Evelyn Ludovina - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

FOTOS: Jeniffer Soares

Relação com os ODS da ONU:

ODS 4 - Educação de QualidadeODS 13 - Ação Contra a Mudança Global do Clima

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