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TAMANHO DA FONTE

Janeiro Branco: HU Barros Barreto oferece cuidado psicossocial a pacientes em tratamento

A reação que cada pessoa pode sentir em uma crise de ansiedade pode ser bastante particular. Em alguns casos, o impacto emocional pode, inclusive, afetar o corpo, rebaixar o humor e reduzir as motivações para desempenhar o autocuidado, os afazeres domésticos e as atividades no trabalho. No ambiente hospitalar, por exemplo, um paciente pode ser atendido em razão de uma forte dor cardíaca e, após os exames, não constar alterações no coração, portanto levando a possibilidade de algum transtorno de natureza psicológica. Sensível a esse nível de cuidado com os usuários, o Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB-UFPA/EBSERH) realiza o acompanhamento da saúde mental dos pacientes provenientes da internação e dos ambulatórios do HUJBB, via SUS, por meio da Unidade de Atenção Psicossocial (UAP), e oferece informações sobre a promoção da saúde mental em alusão à campanha Janeiro Branco.  

A saúde mental é um bem-estar que abrange a esfera física, psíquica e social. Nessa medida, a nossa saúde pode ser afetada por diversos fatores que não apenas os que causam prejuízos fisiológicos ao corpo humano. A ansiedade pode ser definida como um excesso de energia psíquica não ligada a nenhum conteúdo ou ideia específica. O indivíduo com ansiedade pode ficar com medo, agoniado, inquieto e ter a representação dessas sensações por alguma manifestação no corpo, como fortes dores no coração ou em outra região.  

“Tem várias pessoas que convivem com características que podem causar sofrimento mental e complicações sociais ao longo da vida. Já tive pacientes com muito medo de altura, que não conseguiam transitar em um viaduto ou subir em um elevador. Isso pode causar prejuízo à vida social. É preciso ficar atento aos cuidados com a saúde mental e buscar ajuda de um especialista quando necessário”, alerta o psicólogo da Unidade de Atenção Psicossocial (UAP) do HUJBB, Diogo Bendelak. 

Para definir os sintomas de transtornos mentais, a Psicologia define três características a serem analisadas no indivíduo: a repetição da ocorrência, a ausência de motivo aparente e o nível de sofrimento que afeta a vida pessoal, familiar e social. Caso exista alguma ocorrência com a presença e persistência dessas características, pode haver algum sofrimento de ordem psicológica no indivíduo que precise de um tratamento especializado. 

“Eu já recebi pacientes que vieram do Serviço de Cardiologia do Hospital Barros porque estavam em crise, com uma simulação de infarto, sentindo uma palpitação muito forte no coração. Após os exames, não constataram nada de ordem cardíaca. Naquele momento, havia ausência de motivo aparente para o caso. Mas não é que não exista nada. Alguns casos são de natureza psicológica. Esses usuários são encaminhados ao nosso Serviço de Psicologia para um tratamento terapêutico que analisa a origem desse sofrimento no paciente”, explica Diogo Bendelak.  

Em atenção à saúde de forma abrangente, o Hospital Universitário João de Barros Barreto, vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), dispõe de acompanhamento terapêutico, por meio da Unidade de Atenção Psicossocial (UAP), com a equipe composta por psicólogo, psiquiatra e assistente social. O serviço dá assistência para diversos usuários em atendimento no hospital, oriundos dos ambulatórios e das diversas unidades de internação. De forma recorrente, recebem os cuidados psicossociais os pacientes em tratamento de quimioterapia e radioterapia da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon-HUJBB), os usuários atendidos no Serviço de fibrose cística e no ambulatório do Serviço de Assistência Especializada à Pessoa Vivendo com HIV/Aids, na Unidade de Doenças Infecciosas e Parasitárias (UDIP-HUJBB). 

Além do cuidado com a saúde mental do usuário, o serviço de psicologia hospitalar desenvolvido no HUJBB engloba também a atenção psicossocial à família do paciente e à equipe da assistência. Nessa medida, os cuidados psicossociais também atendem aos usuários do Serviço de Cuidados Paliativos. 

“A gente entende que o estado psicológico do paciente é afetado por diversos fatores. Uma crise no relacionamento familiar pode afetar o estado emocional do usuário durante a internação. O envolvimento com a equipe de saúde também pode afetar o paciente. Então o psicólogo do Barros atua nessa mediação, buscando diminuir o impacto psicológico que o usuário possa ter. Portanto o serviço de psicologia no Barros Barreto não é limitado à escuta individual, é um atendimento mais abrangente. Porque temos um olhar para vários fatores que podem afetar a saúde mental do paciente”, pontua o psicólogo do HUJBB.  

Em atenção à abrangência de cuidado para a saúde mental do indivíduo, o psicólogo do HUJBB, Diogo Bendelak, reforça às pessoas que são terapêuticas as demandas pessoais serem convertidas em palavras, sem necessariamente serem compartilhadas com um psicólogo. Segundo o especialista, essa interação pode ser realizada com alguém próximo, como um familiar ou amigo. O psicólogo cita que “isso ajuda nas relações de trabalho, nas relações pessoais e até antes de ir a um psicólogo, pois pode possibilitar uma comunicação mais assertiva e melhorar o relacionamento interpessoal. Porém é importante estar atento quando houver a necessidade de intervenção de um profissional para tratar a saúde mental”.  

Relativo aos autocuidados com a saúde mental, o especialista orienta: realização regular de atividade física; alimentação balanceada e uma média diária de 8 horas de sono de qualidade. 

TEXTO: Victor Hudson – Jornalista CHU-UFPA/EBSERH, com informações da Unidade de Atenção Psicossocial (UAP) do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB-UFPA/EBSERH)

FOTOS: Alexandre de Moraes - Ascom/UFPA

Relação com os ODS da ONU:

ODS 3 - Saúde e Bem-Estar

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