Lançamento de projeto nacional destaca a importância da atuação dos jovens na defesa de direitos e na promoção da justiça social

Entre os dias 1 e 3 de agosto, a Universidade Federal do Pará (UFPA) recebeu o lançamento nacional do Projeto Jovens Defensores Populares, uma iniciativa da Secretaria de Acesso à Justiça (Saju/MJSP), da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o qual teve o objetivo de formar mil jovens de diferentes regiões do Brasil para atuarem na defesa de direitos e na promoção da justiça social em seus territórios. O evento ocorreu no Auditório H1 do Campus Guamá, em Belém.

O projeto tem como foco jovens de regiões periféricas, comunidades tradicionais, favelas e de baixa renda, abrangendo o Distrito Federal e cinco estados: Pará, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. As cidades contempladas foram identificadas pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) e os participantes, entre 18 e 29 anos, passaram a receber uma bolsa mensal de R$500, com o compromisso de passarem por um percurso formativo com 190 horas, dividido em seis módulos, que incluem encontros presenciais e on-line. A formação contempla direitos humanos, políticas públicas, educação popular, ativismo, mobilização comunitária e temas ambientais, possibilitando que os jovens identifiquem violações de direitos e proponham soluções locais.

Fotografia registra a plateio de um auditório de costa. Ao fundo, é possível identificar um telão amarelo que destaca a mensagem: Projeto Jovens Defensores Populares. A frente do painel, o reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, fala ao microfone.

Para o reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, a iniciativa representa um avanço significativo no protagonismo da juventude, ressaltando que a Universidade tem se tornado cada vez mais inclusiva e plural, refletindo a diversidade da sociedade brasileira. “Vocês têm a tarefa extraordinária de colocar a sabedoria da juventude a serviço do desafio de pensar e transformar o mundo em que vivemos”, destacou o reitor, reforçando a importância da participação dos jovens para que assumam espaços de poder e construam um país mais justo e igualitário.

De acordo com Elza Rodrigues, coordenadora estadual do projeto e ativista do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa), este é um momento importante de compromisso do governo com políticas públicas inclusivas que valorizem as histórias e culturas da Amazônia e de fortalecimento do protagonismo juvenil que já existe nas comunidades. “Este projeto potencializa o protagonismo da juventude nos territórios, movido pela troca de conhecimentos ancestrais e pela atuação de educadores que vivem essas realidades diariamente”, afirmou.

Sheila de Carvalho, secretária nacional de Acesso à Justiça, reforçou essa expectativa sobre o impacto social que os participantes do projeto podem gerar. “Queremos que este percurso formativo seja uma caixa de treinamento para a construção de transformação e justiça. A Constituição Federal é nossa ferramenta essencial, fruto de muita luta, que garante direitos fundamentais e nos lembra da importância do coletivo e da solidariedade para um Brasil mais justo”, lembrou.

Protagonismo juvenil – Segundo os organizadores, a vinda do programa para o Pará, iniciando suas atividades por Belém, especialmente em um ano em que o estado se prepara para sediar a Conferência do Clima da ONU (COP 30), reforça o compromisso com uma justiça social que começa pela escuta e pelo protagonismo juvenil. Durante os dez meses de formação, os jovens terão contato com temas essenciais à região, como o meio ambiente e a mobilização comunitária, integrando saberes tradicionais e acadêmicos para fortalecer a defesa dos direitos e a sustentabilidade dos seus territórios.

“É muito importante este evento dos jovens defensores, porque a gente consegue agir de forma mais direta e saber pelo que a gente está lutando dentro da comunidade. A gente se sente ouvido, sente que tem poder e potencial para agir dentro da nossa sociedade. Diante da COP 30, muitas vezes nos sentimos calados ou falamos e não somos ouvidos. Participar deste evento nos mostra que eles vão nos ouvir, que temos força para agir, seja na periferia, no centro ou em qualquer região da cidade”, enfatizou a jovem Jennifer Vilela, moradora do bairro Guamá.

Para Édson Henrique, do Distrito de Outeiro, esta também é uma oportunidade para os jovens conhecerem e defenderem seus direitos. “A COP 30 traz à tona questões importantes, como o racismo climático, que afeta principalmente a periferia e a juventude. Então, esta é uma excelente chance para adquirir conhecimento e habilidades. Programas assim deveriam acontecer com mais frequência para todos os jovens”, pontuou Édson.

Para mais informações, acesse a página do Projeto Jovens Defensores Populares.  

TEXTO: Ana Teresa Brasil - Ascom Movimento Ciência e Vozes da Amazônia na COP 30

FOTOS: Heloísa Torres - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

Relação com os ODS da ONU:

ODS 4 - Educação de QualidadeODS 10 - Redução das DesigualdadesODS 16 - Paz, Justiça e Instituições Eficazes

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