A Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizou, nesta quarta-feira (13), o lançamento do mapa-múndi invertido “Pará no centro do mundo”, na área externa do Centro de Eventos Benedito Nunes (CEBN), no Campus Guamá. O evento reuniu representantes da Universidade, do governo do estado, da Prefeitura de Belém e do Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP), em um momento importante de reconhecimento da centralidade amazônica no debate global sobre sustentabilidade e ciência.

Representando a Reitoria da UFPA, o professor Edmar Costa ressaltou o caráter simbólico do gesto do IBGE ao reposicionar o mapa-múndi e evidenciou que essa ação “diz ao planeta que a Amazônia não é um problema a ser resolvido, mas uma solução a ser compreendida”. Ele também destacou o papel da Universidade na construção de novos olhares sobre o território amazônico.

“O Pará, com sua gente, sua universidade e sua ciência, tem muito a contribuir nesse diálogo global sobre sustentabilidade, justiça social e clima. Que esse mapa inspire todos nós a pensarmos o mundo de novas maneiras e reafirmar o nosso compromisso com a vida”, concluiu.

O geógrafo Tiago Santos, representante do IHGP, enfatizou que a nova representação cartográfica propõe um deslocamento de olhar sobre o mundo e sobre a Amazônia. “Historicamente, a cartografia foi produzida a partir das centralidades do poder. O mapa-múndi, por exemplo, tem a Europa no centro; o do Brasil tem uma centralidade no Sudeste. Então, colocar Belém, o Pará e a Amazônia no centro do mapa é reconhecer a importância dessas regiões que foram historicamente tratadas como periféricas”, afirmou.

Tiago também ressaltou que a mudança promovida pelo IBGE traduz uma transformação mais ampla na forma como o país reconhece a Amazônia. Segundo ele, o mapa não é o ponto de partida das mudanças, mas sim o sinal de que elas já estão acontecendo. “A produção do mapa já é uma expressão dessa mudança. O IBGE reconhece questões que existem na sociedade para a produção da sua cartografia. Colocar a Amazônia no centro do mundo tem sido uma pressão da sociedade civil, dos movimentos e dos agentes políticos para que ela assuma essa centralidade”, observou.

O lançamento integrou a programação da Casa Brasil IBGE COP, iniciativa que oferece ao público acesso a informações geográficas e estatísticas, publicações, mapas e atividades voltadas à compreensão territorial e ambiental da região amazônica. 

A Casa Brasil IBGE COP fica localizada no térreo do Espaço Recreativo Vadião, no Campus Guamá, e, durante a COP 30, está aberta à comunidade da UFPA e ao público em geral às terças e quintas-feiras, das 9h às 16h.