A Tenda Afro e Indígena é um dos destaques da 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que está sendo realizada em Belém, no Campus Guamá da UFPA. Durante a manhã da última quarta-feira (10), ocorreu a “Ciranda de Saberes 3: Cenários da Educação das Relações Étnico-Raciais: desafios e perspectivas”, com foco na educação afro e indígena, ministrada pelo professor Raimundo Jorge Nascimento.
O professor começou falando da importância desse espaço dentro do maior evento para o desenvolvimento da ciência na América Latina. “Eu acho uma iniciativa marcante e importante. Você divide o espaço de maneira democrática e constrói uma identidade que dá conta da dimensão étnico-racial. Espero que as próximas Reuniões continuem a ter esses espaços”, comentou Raimundo Jorge.
Durante a palestra, ele destacou que a educação das relações étnico-raciais é uma antiga reivindicação do movimento negro, que se tornou a lei em 2003. “O estudante precisa do professor para entender a participação de determinadas etnias na formação da sociedade brasileira. A legislação veio para dar a compreensão da verdade, evitando que o aluno saia da universidade sem conhecer qual a contribuição de indígenas e pessoas negras para a formação social brasileira”, explica o professor ao falar sobre o letramento étnico-racial.
A Tenda Afro e Indígena da SBPC também conta com espaços para venda de itens e intercâmbio de conhecimento e cultura. Uma das expositoras é a sacerdotisa de umbanda Lúcia dos Santos, conhecida como Mãe Wanda, que trabalha com a venda de ervas e cheiros da Amazônia. Para ela, a importância do evento é trazer visibilidade para as comunidades tradicionais. “É importante que a gente tenha esse espaço para mostrar nossos produtos e a tradição da nossa cultura ancestral”.
