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TAMANHO DA FONTE

Livretos, game e animação integram resultados das pesquisas do Projeto Contracartografias

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O Projeto Contracartografias, coordenado pela professora Ana Cláudia Cardoso, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (Fau/UFPA), lança nesta quarta-feira, 25, o resultado das pesquisas realizadas em forma de produtos, que constam de seis livretos, duas animações, quinze vídeos e até um game educativo. A live de lançamento ocorre às 10h, por meio do YouTube, no canal Urbana: Urbanização e Natureza na Amazônia. As produções remetem a temas ligados à vida ribeirinha, quilombola e indígena em contexto urbano, mais especificamente em Belém e Santarém.  

A programação terá três mesas de discussão. A primeira contará com uma apresentação dos três núcleos do Projeto Contracartografias, em que o pesquisador Philipp Horn vai falar do projeto submetido ao Global Chalenge Research Fund, por meio da Universidade de Sheffield, na qual atua. Em seguida, o professor Roberto Monte-Mór vai falar da ação da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG junto ao povo Xakriabá, no norte de Minas Gerais, e de indígenas que vivem na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Já a professora Ana Cláudia vai falar sobre a ação do projeto na Região Metropolitana de Belém e em Santarém.  

Em seguida, a educadora popular da Fase Amazônia, Sara Pereira, falará sobre a importância desta iniciativa para Santarém.  A secretária municipal de Educação, Márcia Bittencourt,  tecerá suas considerações sobre os produtos, e a mesa será encerrada com a participação da professora emérita da UFPA Zélia Amador de Deus e do vice-reitor, Gilmar Silva. O roteiro segue com a apresentação dos produtos e com depoimentos de quatro estudantes envolvidos em diferentes frentes da pesquisa, e a apresentação de uma das animações, sobre Alter do Chão, com narração de avó e neta do povo Borari. 

A mesa de encerramento terá participação de representantes das comunidades e contará com vídeos de depoimento de Josiele Freire Soeiro, ribeirinha moradora da Ilha do Maracujá; André Rocha, integrante do setor de Produção, cooperação e meio ambiente do Movimento dos trabalhadores Rurais Sem Terra; Ianny Borari, integrante da Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós,  moradora de Alter do Chão;  Putira Sacuena, representante da Associação dos Povos Indígenas da UFPA – APEYUFPA; Vanuza Cardoso, coordenadora da Associação de Discentes Quilombolas da UFPA; e Adriana Carajá, pajé Karirí-Sapuyá, membro da Rede de Articulação Nacional de Indígenas em Contexto Urbano e Migrantes.

Sobre os produtos – Os livretos a serem lançados ficarão disponíveis, on-line, no site do projeto e no instagram Urbana. A autoria é da Turma do Beira, como se autointitulou o grupo de integrantes que participa do projeto, formado por estudantes e pesquisadores, incluindo moradores das comunidades em estudo. “Esperamos conseguir apoio para a impressão dos livretos para que mais exemplares cheguem a lugares onde o acesso digital é limitado, e que todos estes materiais contribuam para a superação do racismo na nossa sociedade, e para o aumento da consciência sobre a necessidade de incorporação da natureza e de suas populações nas cidades amazônicas”, explica a professora Ana Cláudia Cardoso.

Já o game, que mostra os problemas cotidianos enfrentados pelos ribeirinhos nas viagens para a entrega de produtos, como o açaí, nas feiras de Belém, e testa os conhecimentos sobre as condições de acesso e permanência de indígenas e quilombolas estudantes da UFPA, poderá ser baixado aqui para sistemas Android e IOS. O objetivo é ampliar a difusão desses conteúdos entre os jovens. “Esperamos que a arte contribua para a compreensão da complexidade em que vivemos na Amazônia e derrube estereótipos”, complementa a coordenadora.

Segundo Ana Cláudia, “a decisão de oferecer um material de alta qualidade gráfica, com conteúdo complexo, mas de forma lúdica, é decorrente da grande necessidade de dar visibilidade a esses processos, de esclarecer a comunidade acadêmica da UFPA e a própria sociedade sobre nossa diversidade e sobre a importância das práticas desses grupos para todo o coletivo, neste contexto de emergência climática em que vivemos”. O Projeto Contracartografia entrou em algumas comunidades com a ajuda de estudantes da UFPA ligados a elas e assumiu o compromisso de devolver o conhecimento compartilhado, por meio de uma linguagem que fosse acessível a todos. 

Assim, “os relatórios foram transformados em vídeos, e cada comunidade teve um modo diferenciado de apresentação nos livretos para atender suas demandas. No caso da Ilha do Maracujá, era importante organizar a história da comunidade; em Santarém, era importante contar que Alter do Chão é uma aldeia Borari, povo que ainda aguarda a demarcação de seu território. Cada caso tem personagens próprios, reconhecendo o protagonismo dos estudantes moradores”, conta a professora.

Sobre o projeto – O Projeto “Alternativas de desenvolvimento decolonial: uma contracartografia de territórios urbanos tradicionais dos povos do Pará e de Minas Gerais, Brasil” conta também com a participação das professoras Maria Amoras e Solange Gayoso, do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas – ICSA/UFPA, que coordenam  um projeto de extensão dedicado ao apoio de indígenas e quilombolas estudantes da UFPA. No estado, a pesquisa atuou em Belém, Ananindeua e Santarém, investigando a relação entre a cidade e as comunidades periurbanas que dependem da  natureza. 

Este projeto é articulado a outro, financiado pelo CNPq, intitulado “Caracterização de padrões de urbanização portadores de sociobiodiversidade na Amazônia Oriental . “Temos ainda parceiros na UFMG e na França, lugares onde está instituída uma trama de vegetação e águas, que chamamos de Trama Verde Azul, e que aqui, no nosso contexto, apenas resiste nos municípios. Em Belém, estas áreas são constituídas pelas ilhas, por assentamentos agroextrativistas, de reforma agrária, dedicados à produção agroecológica, pelo quilombo do Abacatal e por sítios e áreas protegidas. São ligados a políticas diferentes, não são reconhecidos como uma trama de corredores e cinturões verdes, que chamamos de Trama dos Povos da Floresta, pelos municípios ou pela instância metropolitana e sofrem pressões diversas que ameaçam as comunidades e a biodiversidade”, ressalta a coordenadora.  

Este estudo procurou conhecer melhor a espacialidade e as situações de pressão que envolvem comunidades que vivem em meio a áreas vegetadas no entorno das cidades ou que gostariam de ter um maior contato com a natureza (como os estudantes indígenas). Com os resultados da pesquisa, são aguardadas, ainda como produtos, uma tese de doutorado, por meio do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU/UFPA), e pelo menos duas dissertações de mestrado, por meio do PPGAU e do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social – PPGSS, também da UFPA.

Para saber mais sobre o projeto, clique aqui ou acesse o instagram Urbana.

Serviço

Live de lançamento dos produtos do Projeto Contracartografias

Data: 25.8.2021

Horário: 10h

Transmissão via youtube no canal Urbana: Urbanização e Natureza na Amazônia.

Participação livre.

Texto: Jéssica Souza – Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Imagens: Divulgação Projeto Contracartografia

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